Mais de 11.300 idosos, a grande maioria mulheres, foram vítimas de violência doméstica nos últimos 12 anos, um número que tem vindo a aumentar todos os anos, revelam as estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
Em 2010 a APAV registou 356 crimes de violência doméstica contra idosos, número que subiu para 1.479 em 2012, um aumento de quase 76 por cento.
O relatório estatístico, publicado no site da associação refere que, entre 2000 e 2012, foram registados 14.139 factos criminosos contra idosos, que levaram à abertura de 7.058 processos de “apoio de pessoas idosas vítimas de crime e de violência”, um crescimento de 179% em 12 anos.
Os dados da APAV indicam que 11.334 idosos foram vítimas de violência doméstica (80,2%), 1.733 foram alvo de “crimes contra as pessoas (12,3%) e 946 vítimas de crimes contra o património (6,7%).
Em 39% das situações de violência doméstica reportadas à APAV, os agressores eram os próprios filhos, e em 26,9% dos casos existia uma relação conjugal (cônjuge ou companheiro).
Dos 14.139 factos criminosos, 3.625 referem-se a maus-tratos psíquicos contra idosos, seguindo-se os maus-tratos físicos (3.210), as ameaças ou coação (2.191) e a difamação e injúrias (1.367).
A APAV registou ainda 120 casos de violação no domicílio, 42 situações de violação, 28 de abuso sexual, 17 casos de homicídio tentado e cinco homicídios.
As mulheres têm vindo a representar a maior percentagem de pessoas idosas vítimas de crime neste período: 82,2%.
A maioria (53,3%) tinha idades entre os 65 e os 75 anos e 28,6% entre os 76 e os 85 anos.
Já os agressores são maioritariamente homens (68%), referem os dados, acrescentando que 22% tinham 65 ou mais anos, 11% tinham idades entre os 36 e os 45 anos e 8,1% entre os 46 e 55 anos.
Quarenta e dois agressores (0,6%) tinham idades até aos 17 anos e 150 (2,1%) tinham entre os 18 e os 25 anos.
Lusa