Representantes de dez municípios da zona litoral entre Douro e Minho estiveram no dia 6 de fevereiro, reunidos na Câmara Municipal de Matosinhos, para uma reunião de trabalho em torno do Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela.
Nesta reunião de trabalho, estiveram presentes os Vereadores do Turismo ou, em sua substituição, representantes da área do turismo dos vários municípios presentes, Matosinhos, Porto, Viana do Castelo, Vila do Conde, Maia, Vila Nova de Cerveira, Póvoa de Varzim, Esposende, Caminha e Valença, para uma reflexão em torno do projeto de promoção dos Caminhos de Santiago, em particular, o Caminho Português da Costa.
Os Caminhos de Santiago são itinerários de peregrinação calcorreados pelos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela, na Galiza, desde a Idade Média. Existem vários Caminhos que percorrem toda a Europa e que desembocam em Santiago de Compostela. Sobre o itinerário português, tal como para todos os outros, não se pode falar, em rigor, de um único caminho, pois os Caminhos Portugueses estruturavam-se com base numa rede de caminhos e estradas de norte a sul do país em que, alguns troços, se assumem como eixos principais, tal como ainda hoje acontece com as atuais redes viárias.
Um dos eixos mais importantes era o Caminho Português da Costa, um itinerário costeiro que liga o Porto a outros concelhos do litoral, com a alternativa depois de fazer a passagem à Galiza através do rio Minho em La Guardia (frente a Caminha), Goian (através de Vila Nova de Cerveira) ou mesmo em Tui por Valença do Minho. Segundo alguns conceituados historiadores, a importância desta ligação inter-regional litoral, surgirá com a devida importância somente na época moderna (a partir do século XVIII) sendo utilizada pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
Estas rotas unem diversas zonas da Europa a Compostela e são seguidas por milhões de pessoas das mais variadas procedências.
Este projeto de divulgação, promoção e, de certa forma, revitalização do Caminho Português da Costa, um dos percursos mais usados pelos peregrinos com vista a Santiago de Compostela, decorre de um protocolo assinado em 2011 por estes dez municípios com o objetivo de ser desenvolvida uma estratégia concertada de investigação, promoção e dinamização do Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela.
A manhã de trabalho incluiu a apresentação de um site sobre o Caminho Português da Costa para Santiago, que estará online dentro em breve, a apresentação de um ficheiro de Google Earth com a identificação do percurso em cada município, bem como a delineação de prazos e formas harmonizadas de efetuar a sinalização dos traçados em cada município.
Dos materiais de promoção fará ainda parte uma brochura cujo formato ainda não está completamente definido, mas que incluirá um mapa geral com o Caminho, a identificação do traçado por etapas, alguma informação dedicada a cada município e outras informações úteis de que são exemplo, o contacto dos municípios, dos postos de turismo, a indicação de alguns locais a visitar que constituam património arquitetónico, cultural e turístico de cada município, albergues e outras opções de alojamento e, eventualmente, informação sobre restaurantes que disponibilizarão o “menu de peregrino”, com condições especiais para os mesmos.
Com vista à uniformização e coerências das cores, materiais e imagem apresentadas, será ainda desenvolvido um manual de identidade gráfica com todas as informações pertinentes, e que permitam a todos os municípios a uniformização de todos os materiais e formas de comunicação e divulgação usadas.
De acordo com o protocolo estabelecido, cada município fica responsável pela execução de ações locais, de que são exemplo, a investigação e divulgação histórica do Caminho Português da Costa no seu território, o levantamento, reconhecimento, definição, limpeza, sinalização e manutenção do(s) percurso(s) que integram o seu concelho, a criação de espaços de apoio ao peregrino como albergue ou pontos de descanso, onde se julgar a sua necessidade, a construção ou restauro de passadiços, barcas de passagem e intervenções em imóveis de interesse cultural, onde essas ações sejam julgadas necessárias, a criação de pontos de assistência, centros de documentação e de certificação de passagem do peregrino, entre outros.