Há muito que é uma das propostas culturais que mais turistas traz, anualmente, à região do Entre Douro e Vouga, aquele que é conhecido como o Presépio da Cavalinho, em S. Paio de Oleiros, que já está de portas abertas ao público e, a avaliar pelas edições anteriores, deverá levar a essa localidade do concelho da Feira largos milhares de visitantes nacionais e estrangeiros.
Entre as várias novidades da edição deste ano, o grande destaque vai para uma igreja moderna com a traseira do altar revestida toda ela com placas de cortiça. Para este espaço “apostámos em duas imagens do Papa Francisco. Uma em que ele está a celebrar a missa e uma outra onde está a dar a comunhão”. O Papa Francisco está ainda representado no presépio num outro local de oração. “Ele vai visitar a nossa Senhora de Fátima”, um dos locais “que o ano passado concentrou muitos visitantes, além da crucificação”, como adianta Manuel Jacinto, grande mentor do presépio.
Percorrendo o espaço, que mais uma vez foi “acrescentado”, encontramos também imagem de João Paulo II, sentado “a escrever as suas memórias”. Manuel Jacinto destaca também outra novidade. “Um “curral com um agricultor a mugir a sua vaca”. A imagem de Santiago mudou de local. “O ano passado foi a grande atração e trouxe milhares de espanhóis ao presépio e decidimos expô-lo no exterior”, acrescenta.
O presépio abriu portas dia 1 de Novembro e, para trás, ficam semanas e semanas de trabalho, horas a fio. A montagem e manutenção da estrutura envolve mais de 40 voluntários, na sua maioria funcionários da empresa Cavalinho, que reservam para o efeito as suas horas vagas e, nos últimos meses, fins-de-semana inteiros, para darem vida àquele que, desde Novembro de 2013, é considerado pelo Guiness o maior presépio em movimento do mundo.
O cenário envolve milhares de peças, cuja mecânica é assegurada por mais de 55 quilómetros de cabo eléctrico, mais de 6 mil lâmpadas LED e cerca de 150 sensores de movimento. E este ano, o recinto voltou a crescer com a construção de mais um pavilhão.
É uma verdadeira viagem pela tradição cristã, decorada por referências mais pagãs como a Volta a Portugal em Bicicleta, os arraiais das romarias portuguesas ou o imaginário infantil de princesas e pais natais.
Sandra Lima Lopes aproveitou o fim-de-semana para conhecer o presépio. “Vim de Braga pois vi na internet que já estava aberto. Estou encantada com a perfeição das imagens e com o aquilo que aqui está”. Percorrendo todo o longo trajeto ia comentando: “Gosto de tudo. É impressionante o olhar do papa Francisco pois parece verdadeiro e está tal e qual ele é”, sustentava. Um pouco mais à frente, Manuel Gomes e a esposa admiravam o canto dedicado a Amália. “Olhe que bem que ela canta e se mexe” gracejava.
O presépio surgiu pela primeira vez há 11 anos, quando Manuel Jacinto decidiu demonstrar na fachada da empresa o seu gosto por presépios e cascatas sanjoaninas. Entretanto, o presépio foi crescendo e ocupa hoje diferentes terrenos em torno da fábrica. A 11.ª edição fica patente ao público até Março do próximo ano e continua a ter entrada gratuita e pode ser visitada todos os dias da semana.