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Salvador: “Faço aquilo que sempre sonhei e que amo de verdade”
Salvador é um nome a que nos temos vindo a habituar desde 2015, após a gravação do seu primeiro trabalho discográfico. Conta já com várias apresentações em desfiles de moda, campanhas publicitárias, produções fotográficas e figuração em produções televisivas. Apesar do seu nome ser para muitos ainda desconhecido do grande público, o jovem tem-se revelado uma crescente revelação, principalmente pelos vários programas de televisão onde tem participado. Natural do distrito da Guarda, diz que são poucas as pessoas que não o reconhecem na região onde cresceu.
AIN-Para quem ainda não te conhece, quem é o Salvador?
Salvador -O Salvador é um jovem com uma ambição e sonho de ser alguém na música. Sou filho de pais portugueses, mas nascido na Suíça, país que visito várias vezes. De momento vivo em Viseu, mas cresci e ganhei os meus valores numa aldeia do interior, no concelho de Trancoso, aldeia essa que é Fiães, neste momento com pouca população, mas onde me tornei na pessoa que sou hoje. Procuro essencialmente a felicidade naquilo que me dá mais gozo e alegria, a música. Sou novo ainda, tanto de idade como artista. Tenho apenas neste momento 20 anos, contudo, já ando nesta vida desde os meus 6 anos. Passei por vários processos ou patamares.
Iniciei a minha vida musical como um simples aluno de música, em que mais tarde já era organista nas missas da minha aldeia, construi o meu próprio projeto, que chegou a um ponto em que ou investia muito dinheiro ou desistia. Na altura, desisti desse projeto, mas logo a seguir entrei para uma banda, onde andei 4 anos. Acabou por ser essa a minha escola como cantor e profissional da música. Foram muitas horas de ensaios e de concertos, até ao momento que surgiu o convite para realizar o meu sonho. Tive vários caminhos que poderia muito bem ter seguido, como o da televisão com participações em várias produções portuguesas, entre elas os famosos Morangos com Açúcar, Destinos Cruzados, na TVI, ou até mesmo no mundo da moda, como ainda cheguei a fazer vários trabalhos, mas a música falou mais alto.
“Salvador” é o nome do teu primeiro disco editado em 2015. Como o descreves?
É um disco com música ligeira, andando por vários estilos musicais. Trata-se de uma história de amor que acabou não da melhor maneira. Retrata o momento em que se conhecem até mesmo os bons momentos. A vontade de estar com ela seria muita, mas não correu da maneira que se esperava. Terminou com cada um para seu lado. Na verdade, todos nós, jovens, temos uma história assim, menos boa.
Mas achas que já encontraste o teu estilo musical?
Creio que o meu estilo musical está bem representado no meu álbum. Todos os temas que canto são 100% do meu agrado. Na altura que estava a ser construído, só houve uma música que não me identifiquei, do resto, o trabalho da minha madrinha de carreira, a Nikita, foi, sem dúvida, excelente e não poderia ser mais assertivo, tal como o trabalho do meu produtor, que por sinal é um dos melhores, o Jorge do Carmo. Só lhes tenho de agradecer por viverem este sonho comigo.
Tens participado em vários programas de televisão. Como foram essas experiências?
São sempre experiências muito boas. Acabam por ser o nosso passaporte no mundo da música. Infelizmente, a variedade é tanta que muitos acabam por passar despercebidos, não digo que por vezes até aconteça comigo, pois não deixa de ser normal. Quanto aos programas em si, são sempre dias de alegria para mim, encontro sempre imensa gente que gostava de ver ao vivo, conhecer tanta gente. Antes de cada programa há sempre aquele momento da dita foto a dizer que já cheguei, depois o almoço, que são sempre muito bons, sem dúvida, segue-se a maquilhagem e a foto antes de entrar em palco. Faço sempre questão de postar tudo na minha página oficial, para que as pessoas vejam e conheçam um bocadinho o mundo dos programas de televisão de rua. O feedback é maravilhoso. Tenho muita gente que me diz que gostou, outras a me dizerem eu não te conhecia mas gostei muito, é diferente. São estas pequenas coisas que me dão alento para continuar.
Apesar de uma curta carreira, que lugar achas que ocupas já na música?
Eu tenho a plena noção de que ainda é muito curta e não posso nem de longe exigir mais do que já alcancei. Na zona da Guarda, como do alto Douro, o nome Salvador já começa a sussurrar com agrado das pessoas.
Tenho os pés bem fixos à terra, como se costuma dizer, e ainda estou a construir a minha casa, quero que esta casa seja bem firme, mas para isso as bases têm de ser bem-feitas. Tudo a seu tempo. O que tiver de ser meu será um dia, com trabalho e dedicação. Isto serve não só para mim, mas para todos os jovens que tenham um sonho porque, se eu estou a conseguir, todos eles conseguem.
As expectativas, de quando começaste a tua carreira, têm sido superadas?
O início é sempre um mar de rosas. Eu falo por mim… Na altura que o meu CD foi posto a venda na FNAC, por exemplo, e que eu sabia que a minha cara ia estar exposta para todas a gente, achei que ia virar logo um cantor e que seria logo uma figura pública. Com o passar do tempo percebi que não é uma figura pública que quero ser, mas sim cantor ou artista, como quiserem chamar. Costumo até dizer que figura pública já não paga contas a ninguém e eu felizmente já consigo associar o prazer de cantar e ser remunerado por isso. Alguma da população em geral tem uma ideia errada de um artista, acham que gravar um CD e ser apresentado como tal, enriquecemos de um dia pro outro. Mais uma vez é uma ilusão. Graças a Deus, nunca me faltou nada, mas neste momento é totalmente impossível viver só da música; por isso mesmo, meti mãos à obra e sou funcionário de uma grande empresa de Viseu, que é a Visabeira, onde trabalho num dos maiores clubes desportivos do país, o Forlife.
O segredo do nosso sucesso está no nosso empenho e trabalho.
Ambicionas uma carreira internacional?
Por que não? Acho que qualquer cantor tem uma ambição dessas. Portugal é um país pequeno, mas com muito locais para eu cantar, mostrar o quanto sou feliz a cantar. A parte de ter uma carreira internacional… não sei, sou sincero. Uma das coisas que me orgulho e muito é cantor na minha língua, sempre. Lá fora sei que é difícil eu levar isso, mas se o fado o conseguiu, quem sabe eu algum dia conseguirei? Até vou trabalhar para os portugueses lá fora. Como disse há momentos, construir a casa com bases bem fortes.
Como defines actualmente a música em Portugal?
Esta é uma pergunta difícil… Isto vai soar a crítica… Neste momento, no meu ver, existe tanta ofertas e tanta concorrência tão desleal que é super difícil nós conseguirmos mostrar sem que alguma população diga “olha mais um”, que é só o comentário que eu tento evitar. Eu não quero ser mais um, quero ser o Salvador. Tirando isso tudo, o mundo da música está de boa saúde, já dizia um locutor de rádio, que por acaso é o meu agente, Hugo Miguel. Espero vir um dia a melhorar ainda mais um bocadinho, mas no meu ponto de vista.
Queres viver disto, desta tua paixão?
Quero, sem dúvida. Quero acordar de manhã e pensar que a minha preocupação é o que eu vou fazer neste ou naquele espetáculo. Quero me deitar de coração cheio, depois de uma noite maravilhosa, a cantar, a diverti-me com as pessoas que me vêem nos espetáculos. Quero me apaixonar por esta vida todos os dias e nunca ter a vontade de desistir.
Posso concluir que um dia queres dizer: sempre fiz aquilo que sonhei?
Até hoje posso dizer isso mesmo. Faço aquilo que sempre sonhei e que amo de verdade. O resto são arestas para eu limar.
Achas-te um homem bonito?
Esta questão tem muito que se lhe diga, por várias razões, umas delas, qualquer que seja a minha resposta, vai levar a comentários menos bons, contudo, sim, considero-me um rapaz bonito, prefiro dizer rapaz porque a palavra homem é muito forte. Acho que o que acaba por chamar mais a atenção é o meu cabelo por ser loiro, e não, não é pintado, como já ouvi alguns comentários. Este mês fiz uma alteração muito grande no meu visual. Passei do cabelo grande, penteado que usei muitos anos, para um penteado atual. O feedback foi muito positivo. Neste momento estou também e tratar da minha forma física para chegar à mais desejada. O verão que me espere.
Foto: DR