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Vídeo: “Simone, O Musical” – “A minha vida está toda aqui”

«Simone, O Musical» é uma verdadeira homenagem a Simone de Oliveira e aos seus 60 anos de profissão. O musical passou este fim-de-semana, pelo Coliseu do Porto, todos com lotação esgotada. O musical segue agora para o CAE Figueira da Foz nos dias 17 e 18 de Novembro.

A responsável pela eterna «Desfolhada» é a protagonista desta peça-homenagem à cantora e atriz. “Aquilo que ali se diz é tudo verdade. A minha vida está toda aqui. Quem ali aparece sou eu”, deu-nos conta a protagonista deste musical inspirado na sua vida pouco tempo antes de subir ao palco da maior casa de espectáculos da invicta.

Aos 79 anos de idade, não esconde a grande admiração que tem pelas pessoas e pela cidade do Porto. Lamenta nunca ter sido convidada para fazer um grande concerto nesta cidade, a que assume estar muito ligada, pois foi aqui que perdeu a voz e lhe foi diagnosticado cancro, pela primeira vez.

“É estranho, mas ao fim de todos estes anos de carreira e nunca fui contratada para fazer um grande concerto no Porto”. Este é o desabafo de Simone que garante, no entanto, ter já cantado muito nesta cidade. “Cantei no teatro, estive meses sem fim nesta cidade, fiz pequenos concertos, mas nunca aconteceu fazer um concerto no Porto, onde tenho as mais gratas recordações, não só das gentes, como do público”. E, por isso, não tem dúvidas de que “tenho uma ligação ao Porto definitiva”.

Este musical produzido pela UAU e com texto e encenação de Tiago Torres da Silva, a peça conta com a direção musical de Renato Júnior, que assinou para este Musical alguns temas inéditos. Para além de Simone de Oliveira, o elenco é ainda constituído por Maria João Abreu, José Raposo, Marta Andrino, FF, Pedro Pernas, Ruben Madureira, Sissi Martins, entre outros.

Simone confidenciou-nos que este musical não tem “filtros” é livre como ela.

Em Outubro de 2013, foi publicado «Simone, Força de Viver», lançado pela Matéria – Prima Edições, uma biografia diferente das editadas anteriormente. “Este é mais autobiográfico e intimista”, que revela o seu lado mais íntimo, como os casamentos, mágoas da carreira e as doenças.

Simone falou-nos também da sua infância. “Eu era muito calma, só queria o colo do pai, ao contrário da minha irmã que era uma verdadeira maria rapaz. Hoje é ela a calma em pessoa”, graceja. E, quanto a todos estes anos de carreira? (pausa), “são muitos anos e nem sempre fáceis”, confessou. Mas nunca cruzou os braços ou desistiu. “Sou Simone, canto cantigas, sou assim com rugas e nem sempre com maquilhagem”. Conhecida por não ter papas na língua, “é uma chatice a dobrar. Chatice de dizer e depois de pensar que não devia ter dito”, risos.

O certo é que nem a doença a fez parar. Diz, em jeito de graça, que a sua vida dava para “vários livros ou até para uma novela” (risos). Uma vida cheia de coisas boas, menos boas, mas adora estar viva e, ao contrário de muitas pessoas, “eu tenho muito medo da morte porque adoro cá andar” (risos).
De uma coisa Simone tem a certeza. A família sempre foi a sua grande energia. “É a minha base de sustentação absoluta, tanto os que cá estão como os que já partiram”.

Recordou na nossa conversa os poetas da sua vida. “Poetas conheci muitos, alguns deles em privado, que fizeram o favor de escrever para mim e gosto muito de poesia, até porque o meu marido, Varela Silva, tinha a paixão da poesia e, se alguma coisa eu aprendi, ou sei, fui levada por ele”, tudo isto se encontra patente neste musical.

Diz que a poesia despertou na sua vida à medida que os poetas iam escrevendo para si e começou a perder a vergonha. “Ia ter com eles e pedia-lhes para escreverem para mim. As histórias, as memórias são tão poesia como aquilo que eles escreveram para mim… e são ricas memórias! O Varela não ensinava nada e a mim muito menos… (risos). Ele dizia muito bem poesia. Era fantástico! Mas deu-me vários empurrões no sentido de eu não conseguir dizer o texto de uma cantiga”. Diz que “só o sei cantar não o sei dizer e, nesse aspecto, ele ajudou-me muito”. E, para além disso, “tenho trabalhado muito com o Victor de Sousa nas conversas de camarim, onde ele diz muito bem poesia e eu estou sempre muito atenta”, enfatizou.

Fotos: Vitorino Coragem

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7 Comments

    1. Bom dia.
      Antes de mais agradecemos o seu comentário que mereceu a nossa melhor atenção. Relativamente ao assunto temos a informar o seguinte.
      Em lado nenhum assumimos as fotos como nossas. Os créditos estão e sempre estiveram no texto. Foram enviadas pela produção da UAU que apenas solicitou a colocação do nome do seu fotografo. E assim foi feito. Mais: As nossas fotos têm sempre o nome do nossos fotógrafos e a indicação a dizer AIN. Como pode e deve verificar estas não “estão plagiadas” como refere. Em lado nenhum assumimos as fotos de nossa autoria. Em “juízo” acho que nos deve um pedido de desculpas bem como a todos os leitores.

      Duarte Ramos
      Subdirector

  1. Todos somos naturalmente contra plágios. O senhor que assina “contra plagios” está muito mal informado. plágio é quando uma pessoa copia o trabalho de alguém e não coloca os créditos do autor original. Que não é o caso segundo verifiquei. nome do Fotografo está na noticia. Nunca devemos escrever ou acusar sem a certeza das coisas. Tenho dito.

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