10@norte
10@norte com Melânia Gomes
Desinibida, alegre e muito sorridente a atriz Melânia Gomes escolhe os cantares ao desafio ou o vira como as canção que melhor representam o norte. Viana do Castelo é a cidade do seu coração, com um património incalculável e com tradições ricas e muito vivas, com gente que classifica como franca e muito genuína Quanto a comida, não dispensa um arroz de cabidela, que gostava de repartir num jantar com Olga Roriz.
O melhor refúgio do Norte?
Viana do Castelo, a minha princesa do Lima. É a cidade do meu coração. Com uma beleza única, património incalculável, tradições ricas e vivas, gente franca e genuína, onde o amor e a alegria são as personagens principais. A minha terra é linda!
A melhor frase que ouviu?
“Oh menina, leva aí um Robalinho…” Quando desfilei com o meu marido nas Festas da Senhora d’Agonia, uma senhora disse-nos este piropo, bem alto como só as minhotas o sabem fazer. Foi tão engraçado. Gargalhada geral do público e de quem desfilava também.
A melhor figura desta região do país?
O Amadeu Costa é uma figura incontornável da cultura tradicional de Viana do Castelo, pelo estudo e divulgação que dela realizou, ao longo de toda a sua vida. A ele se deve, entre outros aspetos, o incansável estudo dedicado a Viana do Castelo e aos usos e costumes locais, mormente o traje tradicional, além da organização das Festas de Nossa Senhora d’Agonia.
A música que representa o norte?
Para mim o vira, os cantares ao desafio, o som dos bombos e das concertinas. Adoro o “Oh linda, eu vou-me embora! “.
O melhor espetáculo que viu no norte?
Lembro-me dum espetáculo da Companhia de Teatro do Noroeste, no Teatro Municipal Sá de Miranda, sobre a vida das mulheres da ribeira. Era muito pequena, acho que foi mesmo o primeiro espetáculo que vi e marcou-me imenso essa violência e generosidade do mar, que mata os maridos dessas mulheres e, ao mesmo tempo, alimenta as suas famílias, sem critérios. Impressionou-me essa imprevisibilidade e consciência da vida. Provavelmente, não era um espetáculo para a minha idade, mas ainda bem que o vi. Vantagens de já fazer teatro amador na altura, sob a alçada da Companhia de Teatro do Noroeste…
Com que figura nortenha gostava de jantar?
Olga Roriz, outra vianense, cheia de garra e talento. E o Ricardo Pais.
O melhor prato?
Essa é fácil… Arroz de cabidela! Mas, felizmente. temos uma vasta lista de iguarias na nossa região, como a lampreia, o cabrito, os rojões… É tudo maravilhoso.
O monumento mais interessante?
O templo de Santa Luzia, por todos os motivos. É um belíssimo edifício! A vista que temos, lá em cima, da cidade de Viana do Castelo é mágica, simplesmente única e inesquecível.
Um episódio caricato que viveu nessa região?
Tenho tantos… A minha gente é, felizmente, muito louca (risos)… Nas Festas da Senhora d’Agonia sou literalmente levada em ombros! É muito comum, de repente, estar no ar e ser levada pelas pessoas. Lá se vão os planos e os compromissos, mas sou sempre entregue sã e salva.
Se escrevesse um livro sobre o norte que titulo teria?
O templo do sorriso!
Fotos: Carlos Ramos