Dos passadiços com a barrinha aos pés e vista para o mar às ondas apetecíveis para o surf, Esmoriz está na moda e a mixelânia de estrangeiros que neste verão estendem a toalha naquele areal é a prova disso. “Temos visto muita gente do norte da Europa. Alemães, holandeses, dinamarqueses, suecos, noruegueses”, diz Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar. A culpa, garante, é do investimento que tem vindo a ser feito: “O resultado de hoje em termos turísticos é consequência de uma estratégia delineada que ainda tem muito por concretizar”.
O surf é um dos muitos atrativos de uma praia que se faz de gente genuína e que tem conhecido um boom de surf camps aí instalados. “Tem-se vindo a consolidar este nicho de mercado, mas não tenho a menor dúvida que também aparecem nas nossas praias turistas que vem do Porto”. Ao surf, diz Malheiro, juntam-se a preparação dos areais, a melhoria dos acessos e cinco bandeiras azuis. E voilá: estão reunidos os fatores para praias cheias.
Mas esta viagem começa mais atrás, no Parque do Buçaquinho, que Esmoriz divide com Cortegaça, inaugurado já lá vão cinco anos. É um autêntico paraíso natural, que se calcorreia sobre trilhos de madeira, entre lagoas artificiais e espaço verde. Recebe enchentes desde que abriu, ora para um piquenique no relvado, ora para alugar bicicletas e pôr rodas ao caminho até à praia. A grande novidade? É que na praia de Esmoriz o caminho não acaba. Também lá há passadiços, desde o ano passado: oito quilómetros de tábuas a rodear a maior zona lagunar do norte do país.
“A obra de requalificação da barrinha de Esmoriz era algo que estava a ser prometido há muito”, diz Malheiro, que continua: “E contribuiu, e muito, para esta atração maior para o nosso território”. Encaixados entre os concelhos de Ovar e Espinho, os passadiços da barrinha de Esmoriz é para os que andam de bicicleta, para os que passeiam e para os que correm. Dá acesso privilegiado às praias de Esmoriz e de Paramos, e não faltam entradas e saídas ao longo do caminho. Foi talvez a mais importante obra em Esmoriz nos últimos tempos, afiança Salvador, mas a despoluição da barrinha ainda nem vai a meio. “Já foi concretizada 25%. No final da época balnear os trabalhos serão retomados”.
Ligar Esmoriz e Cortegaça por um caminho pedonal
Agora, há um outro sonho na esteira: ligar Esmoriz a Cortegaça por um percurso pedonal de frente de mar urbana. A ideia é dos presidentes da Junta de Esmoriz, António Bebiano, e de Cortegaça, Sérgio Vicente Prata. Mesmo antes de qualquer aprovação da Câmara, avançaram para um estudo prévio de arquitetura. Porque, garante Bebiano, são duas freguesias com uma grande densidade urbana, mas que estão desajustadas no tempo.
A ideia é ligar uma freguesia e a outra, fazendo a ponta com a ecopista florestal e com os passadiços. Ou seja, o objetivo não é só ligar a frente de mar, mas criar circuitos alternativos, com ligações ao interior das freguesias e ao pinhal. Pelo caminho, fazer uma série de investimentos e melhorias nos sítios por onde passa o percurso. Redesenhar e requalificar as praças de frente de mar, os bairros dos pescadores, os parques de campismo, criar parques de jogos, estruturas de apoio para a arte xávega e para o surf, criar uma praça central para fins noturnos, apostar no alojamento local, e manter a aposta que tem vindo a ser feita nas namoradeiras.
O projeto está avaliado em mais de 3 milhões, daí que esteja dividido em sete áreas de intervenção. “A Câmara tem abertura, mas é preciso decidir prioridades e de onde vem o dinheiro para o investimento”, explica António Bebiano.
Adoro a Praia de Esmoriz. É agradável a cidade, tem vida, e sinto que cada vez mais atrai pessoas.Entendo apenas que aqueles pipos em cimento tiram vida à praia. Adorei a reportagem.
Esmoriz está na moda? Depende das modas… Acho que a zona dos pipos nunca esteve na moda.