10@norte
10@norte com Rita Ribeiro
A atriz Rita Ribeiro ama a cidade do Porto de paixão. Foi aqui que casou duas vezes, onde fez o maior contrato de trabalho da sua vida e assume ver nos portuenses pessoas com características muito próprias, sinceras, genuínas, e que, carinhosamente, lhe chamavam “mijona”.
O melhor refúgio do norte?
Eu conheço muito bem Portugal. Confesso que adoro,em particular, o Norte e, em concreto, a cidade do Porto,pois tenho as maiores memórias desta cidade, pois fui casada duas vezes nesta cidade. Por tudo isso, guardo as maiores e melhores memórias quer a nível pessoal, como também a nível profissional.
Portugal é todo lindo, mas o Norte tem um encanto de paisagem, as pessoas têm umas características muito próprias, sinceras, genuínas, a gastronomia é extraordinária. O Porto é uma cidade deslumbrante, misteriosa e com um ingrediente de nostalgia e história, que me fascina. Adoro as pessoas desta cidade, que ainda hoje me tratam por menina.
A melhor frase que ouviu?
Há uma que eu ponho na minha vida em prática: “vem para a minha beira”. Acho esta frase tão bonita, adoro de paixão. Mas esta cidade tem muitas e o sotaque é muito engraçado.
A melhor figura desta região do país?
Augustina Bessa Luís, sempre foi uma mulher que fascinou.
A música que representa o norte?
“Porto Sentido” de Rui Veloso. Eu cantei esta música muitas vezes e adoro, acho que é uma das canções mais bonitas de Portugal, feita por um português e que define tão bem uma cidade. O Porto.
O melhor espetáculo que viu no norte?
Tenho memória de ter sido convidada para um espetáculo de circo aqui, no Porto. Nunca me esquecerei disso. Era um circo tão grande, italiano, chamava-se o “Circo das Estrelas”, em 1980. Foi o maior contrato da minha vida, viram-me a fazer um teatro de revista, no Teatro Sá da Bandeira, e contrataram-me para ir para o circo, para entrar na jaula dos tigres. Bem, na realidade não me convidaram para ir para a jaula. (risos). Eu, ao ver os ensaios do circo, apercebi-me que a vida destas pessoas é mesmo uma vida de risco, de uma grande coragem e,por tudo isso,ofereci-me para ser a estrela da noite, ao entrar na jaula. Conforme os espetáculos iam passando, consegui reparar na loucura que fiz e o perigo que corri, mas foi um momento inesquecível, porque adoro circo. Foi o maior contrato da minha vida, não só a nível monetário, mas também pessoal.
Com que figura nortenha gostava de jantar?
Não me identifico por uma pessoa. Podia ser qualquer pessoa do Porto, com diferentes estatutos sociais, pois são todas adoráveis, simpáticas e muito dadas.
O melhor prato?
A comida do Norte é toda boa, adoro peixe. Tanto vou a Matosinhos como vou a Miramar ou Francelos, tudo porque também adoro mar. Camarão é em Espinho, uma coisa extraordinária, o camarão mais saboroso que existe. Mas também gosto de umas boas tripas, de umas papas de sarrabulho ou, então, de uma francesinha, pois é tudo muito bom.
O monumento mais interessante?
Acho aquele largo dos Aliados e dos Clérigos uma coisa lindíssima, em qualquer parte do mundo, aquilo é lindo. Nós muitas vezes, é que temos um dado adquirido que aquilo é nosso e nem sempre nem olhamos e admiramos tamanha beleza.
Um episódio caricato que viveu nessa região?
Uma vez,quando ainda era muito jovem, ia na rua e deram-me um elogio e confesso que na altura até fiquei ofendida, porque não sabia que era na verdade um elogia que se dava. Chamaram-me “mijona”,e, durante muito tempo, questionei-me porque me chamavam isto (risos).
Se escrevesse um livro sobre o norte que título teria?
“O meu livro, a minha vida” seria o título do livro. Um dia irei escrevê-lo, quando tiver mais tempo e mais tempo de vida. Não o quero fazer porque toda a gente o faz, mas, sim, porque, desde cedo, tinha em mente em o fazer. Porém ainda não chegou a hora.
Foto: DR