Opinião

Doença crónica pediátrica  – “Informar para conhecer”

O desenvolvimento e aperfeiçoamento dos meios de comunicação fez com que os mesmos alargassem as suas áreas de interesse, intervenção, através de campanhas publicitárias, programas informativos, entrevistas, publicação de artigos entre outras formas de partilhar informação.
Uma das áreas que tem acompanhado o desenvolvimento dos meios de comunicação é a área da saúde pediátrica que sem sido objeto de estudo e abordada de diferentes maneiras, no que diz respeito aos conteúdos, ao dar voz às associações de diversas tipologias de doentes, ao promover campanhas de sensibilização, de angariação de fundos com o objetivo de sensibilizar e informar.
As doenças pediátricas começaram a ter algum relevo na comunicação social com a participação de médicos e especialistas nesta área em diversos programas informativos. Porém há um grupo de doenças na área da pediatria que necessita ser partilhado com a sociedade, de modo a conhecerem todos os fatores intrínsecos, a aprenderem a lidar e conviver com estas crianças, criando um clima de aceitação, comunidade em vez do preconceito com o qual vivem, motivado pelo desconhecimento.
Refiro-me ao grupo das doenças crónicas, neste caso pediátricas, que podem ser definidas como “… qualquer condição médica com uma expectativa razoável de mais ou menos 12 meses, excepto em caso de morte, e que envolve de forma severa diferentes sistemas orgânicos ou um sistema orgânico de forma a precisar de cuidados pediátricos específicos com prováveis períodos de hospitalização num centro de cuidados terciários” (Feudtner, Christakis e Connel).
A doença crónica, em pediatria, causa um grande impacto na criança, famílias e nos profissionais de saúde e na sociedade /comunidade onde estão inseridos, com consequências a níveis físicos, psicológicos, emocionais, sociais e espirituais. No sentido de minimizar estes efeitos é necessário informar, falar mais sobre esta tipologia de doenças que se torna cada vez mais frequente derivado aos avanços tecnológicos e da medicina, que aumentam os anos de vida destas crianças, que antigamente tinham uma diminuta esperança média de vida.
Urge que os profissionais de saúde que exercem funções na área da pediatria ganhem voz na comunicação social, para que possam partilhar os seus conhecimentos, oferecendo assim ferramentas e estratégias vitais para que cada pessoa possa conhecer melhor as doenças crónicas pediátricas de modo a assumir o seu papel, a sua responsabilidade na transmissão de conhecimento e manutenção da qualidade de vida destas crianças.
Só com uma comunicação mais eficaz, mais eficiente, adequadamente direcionada, podemos contribuir para um aumento da informação quer em conteúdos e quer em qualidade, de modo a podermos também desmistificar alguns conceitos, mitos, crenças e valores erróneos. É função de cada pessoa que está envolvido com esta tipologia de doenças, informar para dar a conhecer.

Ricardo Fonseca
Enfermeiro em Pediatria – Lisboa

 

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