10@norte
10@norte com José Figueiras
Assume em cada palavra a sua paixão pela região, e existe mesmo quem lhe pergunte “se eu sou do Norte”. José Figueiras, uma das figuras inconfundíveis quando se fala em entretenimento na SIC, assegura que as pessoas do Norte “têm uma identidade muito própria”. Admira o FC Porto, apesar de ser benfiquista, gostava de jantar com a Rosa Mota e considera o Rui Veloso o embaixador das músicas desta região.
O melhor refúgio do Norte?
O Norte está cheia de refúgios encantadores. Antes de responder, concretamente, à tua questão, eu tenho que dizer que as pessoas de todo o Norte têm uma identidade muito própria da região onde vivem, o que não acontece, por exemplo, em Lisboa, onde existe uma identidade do país inteiro. As pessoas do Norte são muito genuínas, puras, hospitaleiras, sabem receber como ninguém. Quanto ao meu refúgio, vou escolher o Minho. Ali tudo é maravilhoso. As pessoas têm uma alegria única. Uma ingenuidade e espontaneidade muito vincada. Eu descobri esta região quando tinha apenas 12 anos, e ainda tenho um carinho e uma ligação muito especial. Ainda hoje muitas pessoas perguntam-me se eu sou do lá de cima (risos).
A melhor frase que ouviu?
Vou contar apenas uma das muitas que ouvi. Estava eu em pleno Minho e chamo um táxi. Entro na viatura e o senhor, ao aperceber-se de quem eu era, diz-me: “olha-me este car… aqui no meu carro. Tu tens a put.. de uma música que colocas todos a dançar. Olha que aquilo é giro”. Eu olhava para o senhor e não parava de rir, e pensava cá com os meus botões que aquilo que eu estava a viver naquele momento não existia em mais lado nenhum. Só mesmo no Norte. (risos). E, na verdade, quantos mais nomes o homem me chamava, mais eu ria, pois sempre senti que o homem estava a ser puro. E, como eu ainda não lhe tinha dito qual era o meu destino, pergunta: “mas afinal para onde queres ir seu c?”. Quando chegamos ao destino, aquele homem sai do carro, dá-me um abraço e convidou-me para ir a casa dele numa futura passagem por aquela região. Uma memória que guardo para a vida!
A melhor figura desta região do país?
Não é fácil porque existem várias e em áreas muito diferentes. Mas, como tenho que escolher uma, destaco alguém que está ligada de alma e coração ao Futebol Clube do Porto. Pinto da Costa. Admiro-o como pessoa, pelos longos anos que tem dedicado ao clube e por aquilo que tem feito enquanto presidente. Pinto da Costa é um homem que representa o Porto, a todos os níveis. Agora podes também escrever isto. Eu sou benfiquista, mas identifico-me muito com este clube do Norte. Os meus amigos metem-se muitas vezes comigo por causa disso, e nem imaginas o quanto eu me divirto.
A música que representa o Norte?
Acho que existe um embaixador na região Norte na música que é o Rui Veloso. É certamente a maior referência musical desta região. As suas canções são muito Porto, e basta estar atento às suas letras. Depois, as suas canções mascaram uma geração. A minha, por exemplo. O Rui é um homem genuíno desta cidade, apesar de viver em Lisboa há vários anos. Mas existem outros cantores.
O melhor espetáculo que viu no Norte?
Não vi muitos. Sempre que por cá passo ou venho em trabalho, ou, então, para me divertir. Na verdade, os espetáculos que estão no Porto, ou já estiveram em Lisboa ou vão por lá passar. Mas lembro-me, por exemplo, de ter assistido a um do Fernando Mendes, no Teatro Sá da Bandeira.
Com que figura nortenha gostava de jantar?
Acho que convidava a Rosa Mota, pelo seu lado solidário, pelas campanhas que ao longo dos anos tem abraçado e pela pessoa que é. Não tenho dúvidas que seria um jantar agradável, pois tinha muitas perguntas para lhe fazer. Considero-a uma brava mulher do Norte, e com grande referência pelo mundo.
O melhor prato?
Ui! Esquece (risos). Eu, no Norte, como de tudo. Os pratos aqui são à séria, principalmente para quem aprecia pratos de carne como eu, por exemplo. Adoro costeletas. Mas não dispenso o peixe. E, quando se fala em sardinhas assadas de Matosinhos…estou lá sentado com toda a certeza.
O monumento mais interessante?
A Torre dos Clérigos é um dos que mais me atrai. Subi há cerca de dois anos e fiquei fascinado. A vista da torre é maravilhosa. Mas o Porto e o Norte estão cheios de monumentos interessantes.
Um episódio caricato que viveu nessa região?
Já vivi vários, e um foi curiosamente na altura do Natal. Eu estava com a Fernanda Freitas, que é filha desta cidade. Ela veio fazer uma curta visita aos pais, e depois andamos a visitar várias ruas e espaços de referência do Porto. Quando nos apercebemos eram quatro horas da manhã. E pensamos: vamos dormir num hotel e vamos amanhã para Lisboa? Só que nós estávamos tão bem por andarmos por ali, que fizemos a viagem de regresso para Lisboa a essa hora, e correu lindamente. O Porto faz-nos bem, e este foi um momento vivido com emoção.
Se escrevesse um livro sobre o Norte que título teria?
Gente da Minha Terra. Tão simples quanto isto. Esta região é tudo isso.