Sociedade
Festival erótico aquece Norte até ao próximo domingo
O Eros - Salão Erótico do Porto, arrancou esta quinta-feira, na Exponor, em Matosinhos, e até ao próximo domingo não vai faltar ousadia, erotismo, e sensualidade naquele que é o único festival erótico do país.
Mas as medidas de segurança foram reforçadas. O Eros Porto reduziu para metade (4 mil visitantes) o número de entradas diárias e duplicou o número de pessoas que limpa o recinto. Paralelamente, além das habituais análises ao VIH e a outras doenças sexualmente transmissíveis, a organização exigiu aos artistas estrangeiros análises comprovativas de ausência do Covid-19.
A edição deste ano traz um conceito renovado com a introdução de novidades em conteúdos, espetáculos, disposição e até decoração dos espaços. Há para descobrir três grandes áreas – Inocente (Erótica), Marota (Slow Sex), Perversa (Hard Sex) – cada uma com uma “programação própria”, que inclui shows, áreas temáticas, atividades e os melhores artistas nacionais e internacionais.
A assistência, nas primeiras horas do evento, era constituída essencialmente por homens com um ar entre o admirado e comprometido. Uns mais distantes dos palcos, outros mais colados para não perderem a oportunidade de registar o momento no telemóvel.
Era ainda possível encontrar casais e pequenos grupos de mulheres a ver os shows ou a passear-se pelos “stands” que dão a conhecer aos mais curiosos toda a espécie de artigos eróticos, desde os cremes, cosméticos, lubrificantes, roupa, calçado, livros, revistas, joalharia, artesanato e vibradores de toda a forma, cor e feitio. “Venho por curiosidade, a princípio gostava muito pois os homens e mulheres eram todos muito bonitos. Agora acho mais deprimente, mas levamos isto na desportiva, fazemos piadas e a visita vale por isso” disse à Agência de Informação Norte, Cristina Pinto.
Sandra Marques, de 29 anos, frequentadora habitual do Eros Porto desde a primeira edição, contou à AIN que gosta de visitar o evento pelas “novidades que todos os anos são apresentadas” e para apreciar as “demonstrações” eróticas. Sobre a situação do coronavírus em território português não se mostrou preocupada. “Nada de pânico. Todos nós sabemos os cuidados a ter. O espaço ativou certamente o plano de contingência pois é possível ver o desinfetante das mão pela sala”.
Luís Almeida veio de Guimarães com dois amigos. Escolheu o dia de abertura pois considera ser o mais calmo de todos. “Isto abriu há poucas horas, é uma quinta à tarde, as pessoas ainda estão a trabalhar, não existe muita gente. Escolhemos este horário por ter pouca gente É possível ver e apreciar melhor o salão e o risco do corona é menor”, frisou.
Ana e António vieram da Trofa. São namorados e visitam o Salão pela primeira vez. “Não devemos morrer estúpidos. Pensei que era outra coisa. Nada do outro mundo”. “Não achamos mal nenhum nisto, é uma coisa gira que durante muitos anos era proibida. Estamos a gostar e até já compramos umas coisinhas”, disseram, mostrando um saco com as compras.
O Porto G, um serviço de cuidados de saúde, e a Administração Regional de Saúde do Norte voltam a marcar presença no certame para realizar testes gratuitos do VIH/SIDA de forma anónima, gratuita e confidencial, distribuindo ainda preservativos e lubrificantes. Helena Vilaça, da Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida”, estava ali pela primeira vez. “Nunca é demais sensibilizar as pessoas, no entanto o público que frequenta o Salão Erótico já está bem informado sobre a problemática do VIH”.