Desporto
No dia em que o tango e o fado choraram juntos
Chefinho.
Bigodinho.
4 da manhã.
Tenho que me levantar .
Cigarrito fumega lá devagarinho ao canto da boca .
Olhos pequenos.
Sorriso raro mas genuíno .
E aquela gravatinha sempre a namorar o cinto.
Não sei .
Perguntem ao presidente.
Vocês sabem como é.
Calma. Calma.
Porrrrrrrtoooo .
Policia bom.
Ó Sr.Reinaldo desenrasque-me.
Toma juízo.
Oh Mister ele é bom rapaz.
Vou só ali levar umas sandes aos jornalistas que ainda não pararam hoje.
Sr Sombra.
Entrevistas é com os jogadores.
Eu não sou importante.
D10s.
Cinco reis de gente.
El gordito.
Cabeleira farta.
El pobrecito.
Vila Fiorito.
Buenos Aires .
Argentina mia.
Cresci num bairro privado. Privado de luz, de água de telefone.
Minha mãe é o maior amor da minha vida porque vive com mil pesos mês.
Pé esquerdo falante.
Finta enleante.
Tango em movimento.
E a bola que lhe pede autógrafo pelo amor como a trata.
Quando morrer quero voltar a viver não para ganhar mas para voltar a criar sorrisos à la gente
Não sou exemplo.
Eu era, sou e serei sempre viciado em drogas.
Errei e paguei por isso.
Mas continuo a ser a paixão do futebol.
La mano de Dios.
De que planeta vieste ?
Peço mil desculpas a Inglaterra mas faria tudo de novo mil vezes.
Quero llorar.
Gracias Fútbol por esto.
A 10 será sempre minha.
Deus é Deus. Eu sou Diego. O Diego do povo.
Sou totalmente canhoto. De esquerda, de pé, de fé e de cérebro.
Nem morto eu encontrarei paz. Eles usam-me em vida e vão encontrar o momento de o voltar a fazer quando estiver morto.
Tenho uma linha direta com El Barba (Deus).
Quando dois seres humanos do futebol separados fisicamente por 9832 quilómetros seguem um novo rumo no mesmo dia e com poucos minutos de diferença.
É assim que consigo guardar em 34 anos de profissão jornalística para sempre e nas palavras dos próprios Reinaldo Teles e Diego Armando Maradona neste jogo da vida terrena.
Que descansem em Paz.
Fernando Eurico
Jornalista
Foto. DR