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Um Natal com espírito!
A comunicação social, o comércio e as ruas iluminadas indicam que estamos a chegar ao Natal. É a preparação para uma época muito especial para muitas pessoas, independentemente do seu significado religioso, comercial e humano.
Estamos assim em contagem decrescente para o Natal, iniciando-se em alguns casos, uma espiral de ansiedade pela necessidade das compras, dos jantares com os amigos, das reuniões em família. Praticamente todas as pessoa se identificam com o Natal e mesmo os que dizem que o Natal não significa nada, de certa forma, é impossível que fiquem indiferentes a toda a azáfama que se iniciou recentemente.
Permite que te pergunte, o que te diz o Natal? Como se manifesta o teu espírito natalício? Com o que te identificas nesta época?
O Natal está intimamente relacionado com um processo de identificação, que tem um significado muito pessoal e individual, apesar de ser uma festa que apela ao coletivismo, às reuniões e aos laços afetivos que nos unem. Ama-se e odeia-se o Natal.
O amor que se nutre pelo Natal associa-se ao reencontro familiar, ao reforço dos elos que se estabeleceram ao longo dos anos, aos vários apelos das associações para as causas de solidariedade, á troca de presentes com os entes mais chegados. O ódio, se é que se pode usar esta palavra, está associado ao consumismo natalício, a uma certa hipocrisia relacional que se alimenta nesta época, á solidão motivada por não se ter uma família, por não se ter ninguém com quem partilhar todo este conjunto de emoções.
Em ambos os casos, é preciso celebrar o Natal, um Natal com a nossa identidade pessoal.
Esqueçamos por momentos as compras e o consumismo ávido, que associamos tantas vezes, à manutenção de relações através de ofertas, esqueçamos os jantares, as festas, as mensagens natalícias e lembremo-nos das pessoas, das nossas relações.
Vamos reforçar o que nos une às pessoas com quem caminhamos na nossa vida, para que esse elo se mantenha forte além de uma época festiva anual. Vamos observar quem nos rodeia e o que podemos fazer para que se sintam mais felizes e acompanhados nesta altura do ano e em todas as outras que virão sucessivamente. Vamos recuperar o tempo perdido em zangas e afastamentos sem sentidos, tendo como mote os sentimentos nobres que irradiam nesta época, de forma mais recorrente.
O Natal é vivido por cada um de nós de uma forma muito própria, pelo que não é necessário criticar, julgar a forma como os outros celebram e vivem a época natalícia. No Natal não há o certo e o errado, existe apenas o espírito natalício de cada um de nós, que nos identifica, aproxima, afasta, mas que não deixa de ser o verdadeiro espírito de Natal, pois não há nada mais genuíno do que cada um viver e celebrar à sua medida.”
Ricardo Fonseca