Sociedade
Circo de Natal chega em dezembro ao Coliseu do Porto e vai ter música ao vivo
De 8 de dezembro a 8 de janeiro, o Circo de Natal do Coliseu Porto Ageas volta a reinventar-se com os melhores artistas e música tocada ao vivo, para mostrar, diante dos nossos olhos, o que as artes circenses têm de mais fantástico.
A magia do circo de Natal está de volta ao Coliseu Porto Ageas dia 8 de dezembro. O espetáculo, que comemora 81 anos, garante muita diversão e está em cena até 8 de janeiro e volta a reinventar-se com os melhores artistas e música tocada ao vivo, para mostrar, diante dos nossos olhos, o que as artes circenses têm de mais fantástico.
Ao nosso lado mais brincalhão junta-se a direção musical do compositor Ramón Galarza, a direção artística do clown Rui Paixão, a direção de ilusionismo do mágico Mário Daniel e um elenco de talentosos artistas circenses de diferentes nacionalidades, como Portugal, Brasil, Costa Rica, França, Polónia e Rússia, e que apresentam números em estreia absoluta.
Num cenário de grande impacto visual, que faz lembrar um videojogo ou um deserto cyberpunk, e que podia ser a versão infantil de “Mad Max”, este ano o Circo inspira-se na fábula inacabada “Os Gigantes da Montanha”, de Luigi Pirandello. Vamos imaginar com o público como teria sido o final desta história, que segue uma Companhia de circo em fuga da cidade, depois de vários espetáculos fracassados. Perdidos no meio do deserto, encontram um grupo de “azarentos” que ali vivem isolados, pois acreditam ser a única forma de fazer existir a sua arte e as suas crenças.
Estando a Companhia sem destino e os “azarentos” curiosos, propõem-se celebrar em conjunto com música, dança, magia, fogo, malabarismo, clown, suspensão capilar, rolla bolla, pinos,diabolo, roda cyr e até uma roda da morte. Assim vai ser a Festa do Circo.
Os artistas
Rui Paixão, o primeiro português a integrar o Cirque du Soleil como criador original, assume o desafio de ser o diretor artístico do Circo de Natal do Coliseu 2022 e, em simultâneo, apresenta-se em pista com uma nova personagem extravagante. Desta vez, Rui Paixão dará corpo a um palhaço que quer muito ser vilão.
Este ano, o universo fantástico criado pelo espetáculo de Circo do Coliseu tem um protagonista: um mago, que narra ao público toda a história. Esse mago vai ser interpretado por Paulo Azevedo, ator nascido em Coimbra, em 1981, sem mãos e sem pernas, e que soma agora mais um marco à sua carreira, ao integrar um espetáculo de circo em Portugal, a convite do Coliseu.
Daniel Gonçalves será o clown do espetáculo. Depois de fazer parte do filme “Dumbo”, de Tim Burton, de ter trabalhado com a companhia russa Slava Snow Show e com o Circus Roncalli, o artista português vai fazer-nos rir com os seus truques falhados de ilusionista, quando, na verdade, possui magia real quando ninguém está a olhar. Durante todo o espetáculo haverá momentos de ilusionismo, com a assinatura do mágico Mário Daniel, referência na magia a nível nacional e internacional.
Pela primeira vez, o Coliseu abriu audições para encontrar talentos escondidos. 112 artistas e dois dias de castings depois, foram selecionados três artistas. Daniel Gonçalves, o nosso clown, e ainda Carolina Vasconcelos e Emilia Parol. No espetáculo, elas serão “As Gémeas”, inspiradas pela imagética clássica do circo, onde fenómenos pouco frequentes (como gémeos siameses) eram uma das grandes atrações.
De França, o luso-francês Nico Pires traz o diabolo. Seja na Disney, no Cirque du Soleil, na final do Got Talent Portugal e agora ao vivo no Coliseu, Nico só tem um objetivo: mostrar a todos os tipos de público as inúmeras possibilidades que um instrumento aparentemente tão simples consegue criar.
Nascido na antiga União Soviética em 1980 e a viver em Portugal desde 2004, Dmitry Alexandrov é um virtuoso na manipulação de formas. Traz a experiência e o carisma dos muitos locais por onde já passou: da companhia Cirque Dreams (parte do grupo Cirque du Soleil) à produtora de Filipe La Féria, o seu trabalho já foi visto em locais tão icónicos como o americano Dolby Theatre, onde decorre a cerimónia dos Óscares, o Kremlin e o Palácio de Versalhes.
Do Brasil chegam Alan Secades, na Roda Cyr, e Priscila Fernandes, com um número de suspensão capilar capaz de pôr o público de cabelos em pé. De pinos nas mãos estará Mau Jara, costa-riquenho mestre no equilíbrio e no movimento.
Em constante equilíbrio estará também o português Pedro Matias, que vai mostrar o que é o Rolla-Bolla. Para o exigente número final fica reservado um dos mais arriscados números de circo, conhecido como a Roda da Morte. Nada que assuste a Trupe Peres, especializada em desempenhos de alto risco, e que treina diariamente para elevar o ritmo cardíaco de miúdos e graúdos.
Uma das grandes características do universo de Luigi Pirandello é a ideia de teatro dentro do teatro. Neste espetáculo, que se inspira numa das suas fábulas, os alunos de teatro e dança do Balleteatro, a estrutura artística em residência no Coliseu, vão assumir o leme da máquina de cena de todo o espetáculo, de forma artística e divertida. Invisíveis no interior da história, eles vão provocar tempestades de areia, manipular vermes gigantes e fazer dançar pirilampos de luz verde. Brincamos ao “faz de conta” com a liberdade e a riqueza dos movimentos coreografados por Rina Marques, abrilhantados por uma cenografia e figurinos inéditos.
Banda ao Vivo com direção musical de Ramón Galarza
Pelo terceiro ano consecutivo, o Circo de Natal terá música tocada ao vivo em todas as sessões. Desta feita, o Coliseu desafiou o compositor Ramón Galarza a dirigir a banda sonora e a criar novos arranjos para o disco “A Festa do Circo”, por si gravado e editado há 35 anos para o Chapitô. Com músicas de Sérgio Godinho, Nino Rota, Rão Kyao ou António Victorino d’Almeida, entre muitos outros, “A Festa do Circo” é o título de um álbum dirigido e gravado em 1987 por Ramón Galarza para o Chapitô, uma das mais importantes instituições de circo em Portugal.
35 anos depois, o ciclo completa-se com esta homenagem ao Chapitô, lembrando a sua intervenção determinante para a formação de tantos profissionais de circo do nosso país, interpretando ao vivo esta obra musical, com os músicos Diogo Santos, Moisés Fernandes, Ryoko Imai, Paulo Gravato, Daniel Dias, Luís Oliveira, Bernardo Fesch, David Sousa e Tiago Santos.
Pensado para todas as idades, o Circo de Natal 2022 fala, de uma forma divertida e descomprometida, sobre a procura de um lugar de pertença. Um lugar de liberdade onde, independentemente das diferenças, do que somos ou do que queremos ser, conquistamos uma voz e uma comunidade. É um hino à arte, à expressão artística livre e à cultura como um bem imprescindível para a construção desse lugar.
No final, será que a companhia decide ficar no deserto ou continua a procura do caminho para a cidade? Revelamos isto e muito mais de 8 de dezembro a 8 de janeiro.
Crianças até aos 3 anos têm 75% de desconto. Crianças e estudantes têm 50% de desconto, e famílias com mais de três elementos têm 25% de desconto. Amigos do Coliseu e portadores do Cartão Porto. usufruem de 20% de desconto.
Circo do Coliseu pela primeira vez com serviços de Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição
Prosseguindo o seu projeto “Coliseu + Inclusivo”, com o objetivo de promover o acesso físico, social e intelectual a todos os públicos, pela primeira vez todas as sessões do Circo, em qualquer horário da carreira, serão Sessões Descontraídas*. Encontra-se ao dispor uma Sala de Conforto – espaço de tranquilidade para espectadores de todas as idades (e acompanhante) que estejam a sentir ansiedade ou necessitem de um momento de calma. Equipada com mobiliário de descanso, abafadores de ruído e objetos de estimulação sensorial, a Sala de Conforto pode ser utilizada para a descompressão (e voltar a participar do espetáculo) e também para a amamentação.
De forma a melhorar a acessibilidade para espectadores com mobilidade condicionada, surdos, pessoas cegas ou com baixa visão, haverá também pela primeira vez sessões com Audiodescrição e sessões com Língua Gestual Portuguesa.