Entrevistas

Joaquim Alves Vinhas: “O Reiki não cura nada, mas ajuda certamente a tratar quase tudo”

Podem as terapias alternativas ajudar a mudar vidas? Joaquim Alves Vinhas, professor aposentado, assegura que sim. Durante duas décadas, dependeu de medicamentos para dormir e para tratar uma depressão persistente, até descobrir o Reiki. Garante que curou essa depressão graças à energia do Reiki, embora reconheça que “o reikiano não substitui o médico, nem nenhum especialista da medicina convencional” e embora sublinhe que quem está doente deve ir ao médico, “mesmo que esteja a receber a magnífica energia do Reiki”.

Agência de Informação Norte (AIN) – Como é que o Reiki surgiu na sua vida e porquê?
Joaquim Alves Vinhas (JAV) – Ao longo de décadas, como resultado do meio em que nasci e cresci e do caldo cultural e civilizacional do Ocidente, interpretava as “terapias orientais” como abordagens esotéricas, incapazes de darem respostas aos problemas de saúde e ao bem-estar geral. Na verdade, e apesar da minha formação académica, eu permaneci um perfeito ignorante acerca da abordagem holística, sem poder imaginar o alcance das terapias complementares na vida das pessoas. Entretanto, aos poucos, comecei a dar alguma atenção à respiração controlada, sobretudo quando ingressei num ginásio, e comecei a reparar que a simples respiração, e uma alimentação mais equilibrada, realizavam pequenos “milagres” no campo da saúde física, emocional e mental.
Nas escolas onde lecionei cerca de trinta anos, coordenei a área da Educação para a Saúde, o que contribuiu para uma maior abertura face ao desconhecido, ao esotérico, abertura que se acentuou com o advento e popularização da Internet. Progressivamente, fui descobrindo e dando o devido valor às terapias energéticas. Por outro lado, o contacto com referentes da cultura oriental – sistemas filosóficos e religiosos, meditação, culinária, medicina tradicional chinesa, yoga, Reiki, – levou-me a procurar mais elementos, que reduziram a minha ignorância. Busquei meditações direcionadas para a auto cura, que comecei a praticar, e quando dei conta estava a estudar várias técnicas da Terapia Holística, entre as quais o Reiki.

AIN – Em que medida é que o Reiki o ajudou a ultrapassar os quadros de depressão e de ansiedade que viveu, quando era professor e recorria a fármacos?
JAV – Eu vim a descobrir a vontade de superar a depressão reativa, a ansiedade e a insónia a ela associadas, a dependência de fármacos para dormir e levar uma vida melhor. Note que eu era dependente de fármacos há mais de 20 anos! Reconheço que a incipiente prática da meditação e algumas aulas de yoga online empurraram-me para a formação em Reiki, a fim de me capacitar com mais uma técnica para superar ou prevenir problemas gerais de saúde. Decididamente, quando empreendi esse caminho, cerca de 2019, já me sentia rendido às terapias holísticas! De facto, eu tinha problemas com o sono, por vezes tinha insónias graves e pesadelos, apenas debelados com os fármacos. Cheguei a tomar, durante meses, indutores de sono, para garantir o repouso essencial ao funcionamento da jornada de trabalho.
Eu queria muito superar a depressão, queria muito aliviar os efeitos desagradáveis de uma tendinite crónica nas partes moles, ombro e braço esquerdo, era bastante ansioso e irritava-me facilmente. Esses problemas vieram, no entanto, a diminuir, devido ao efeito benéfico da meditação e do yoga. O Reiki foi a cereja no topo do bolo!  Atualmente, não tomo nenhum fármaco.

AIN – Desde essa altura em que começou a fazer sessões de Reiki, que diferenças e melhorias nota na sua vida e na sua saúde física e mental?
JAV – Realizo autoaplicações de energia todos os dias, ainda que por vezes 5 a 10 minutos. Procuro uma abordagem verdadeiramente holística e mobilizo várias técnicas para esse fim: a energia do Reiki, também conhecida por energia cósmica universal, mas também a meditação, a música de relaxamento e alguns aspetos da aromoterapia. A combinação destes recursos tem apresentado, no meu caso concreto, resultados fantásticos, quer ao nível da minha saúde física, quer emocional e mental. Hoje, sou uma pessoa muito diferente, não apenas porque deixei de depender de fármacos, mas também pelo meu desenvolvimento enquanto pessoa e cidadão deste planeta. Hoje, sou uma pessoa muitíssimo mais consciente, a todos os níveis, incluindo na vertente espiritual. Sou mais meu amigo, amigo do outro, dos animais e do ambiente em geral. Valorizo menos o ego e claramente sinto que faço parte do todo: sou cocriador! Todos somos cocriadores de uma parte importante da nossa realidade!

AIN – Que alterações introduziu no seu estilo de vida, desde que começou a fazer Reiki?
JAV – O motivo central que me levou a procurar o Reiki foi o caráter holístico desta metodologia, a procura de uma técnica complementar que favorecesse a minha saúde e o meu bem-estar nos diversos níveis da minha existência: do corpo físico e emocional, mental e espiritual. Sinto que o sucesso tem sido e continuará a ser total. Por conseguinte, muita coisa mudou na minha vida. Sou mais completo, mais livre!

AIN – Mais completo e mais livre, cuida melhor de si, é isso?
JAV – Sim, cuido muito melhor do meu corpo físico, sou mais seletivo nos alimentos e bebidas que consumo, sem ser radical ou dogmático, incluo algumas refeições semanais oriundas da dieta vegetariana e/ou vegan. Continuo a praticar regularmente atividade física, quer no ginásio onde faço musculação e aulas de grupo, quer em caminhadas ou outras atividades de ar livre, cuido religiosamente da qualidade do meu sono, fazendo jus ao ditado deitar cedo e cedo erguer. Cuido também muito melhor do meu corpo mental, vivo em relativa harmonia com a natureza, através do contacto amistoso com a floresta, o rio e o oceano. Consumo poucos e bons programas de televisão e rádio. Evito produtos culturais violentos e tóxicos, vulgares ou excessivamente medíocres. Exercito a autoconsciência, isto é, tento ser um observador atento, interessado e lúcido da minha realidade material e intelectual e bloqueio os pensamentos, juízos e sentimentos negativos e impróprios para uma mente sadia, não permitindo que a minha mente tome conta de mim e me arraste para o patamar da inconsciência. E cuido muito melhor do meu corpo espiritual, na vivência do momento presente, experiencio o contacto mais frequente com o divino, consciente de que todos fazemos parte desse quantum energético que nos permite fazer escolhas (somos dotados de livre arbítrio).

AIN – Fazer o bem sem olhar a quem… Esta é uma visão bastante cristã, budista e humanista da existência. Que relação tem esta sua visão com os princípios essenciais do Reiki?
JAV – Sinto-me muito confortável nessa visão que refere. Podemos fazer o bem de múltiplas formas: evitar o juízo permanente, de que quase todos somos especialistas; aceitar e compreender o outro com as suas características; dar um cumprimento, um sorriso, entre tantas outras formas de bem fazer e ajudar os outros. Para ajudar e compreender os demais, tenho de começar pela ajuda e compreensão do meu ego, sem, no entanto, me deixar cair no egoísmo. Assim, tento subjugar o eu inferior e apostar no eu superior, que não se coloca em bicos de pés, que não passa à frente na fila do banco ou do supermercado, enfim, no eu que não se contenta com a miséria e com a fraqueza alheias.
E tenho uma maneira muito prática de me ajudar nesta jornada consciencial: de manhã e à noite, ao acordar e ao deitar, digo a mim mesmo os cinco princípios básicos do Reiki, ensinados por Mikao Usui, o mestre japonês fundador do Reiki moderno: só por hoje sou calmo, só por hoje confio, só por hoje sou grato, só por hoje vivo e trabalho honestamente, só por hoje sou amável ou bondoso com todos os seres. Claro que estes princípios são humanistas, judaico-cristãos, hinduístas, budistas, confucionistas, são princípios universais. Este “só por hoje”, recitado idealmente de manhã e à noite, implica uma postura ética na vida quotidiana, descomprometida de credos religiosos e sistemas político-filosóficos.  O Reiki é uma prática de vida baseada na serenidade, na confiança, na gratidão, no sentido de justiça e na infinita bondade.

AIN – Por tudo aquilo que já nos explicou, posso concluir que fez uma mudança radical na sua vida?
JAV – Claramente! Depois da minha aposentação e com a jornada de autoconhecimento que empreendi, de que o Reiki tem um papel de destaque, tenho vindo a produzir uma mudança bastante radical na minha vida, com óbvios reflexos na vida dos meus familiares e amigos.

“Nós somos o resultado da nossa história pessoal, familiar, social e civilizacional”

 AIN – O facto de ser um professor de várias disciplinas da área das letras – História, História da Cultura e das Artes, entre outras -, que lhe permitem certamente ter uma visão mais humanista da realidade, pode ter contribuído para olhar de forma diferente para a vida e para os recursos alternativos/complementares, como é o caso do Reiki?
JAV – Nós somos o resultado da nossa história pessoal, familiar, social e civilizacional. Nesse sentido, integra-se também naquilo que sou a minha formação académica e a minha condição ou papel profissional. A aprendizagem e o ensino deram-se muito, inclusive no tal olhar humanista que refere. O exercício da docência ao longo de décadas e a investigação que realizei no âmbito da História da Arte permitiram-me alargar alguns horizontes face ao que absorvi no meu contexto familiar, em especial as atitudes e os valores de matriz cristã presentes na casa dos meus pais e dos meus avós paternos. A educação no contexto familiar e o meu ADN tiveram certamente um papel de relevo neste novo olhar para a vida e para as técnicas complementares de que agora me sirvo para benefício próprio e dos que me rodeiam. Hoje, tenho, sem dúvida, um olhar mais abrangente da realidade em geral e do ser humano em particular. Compreendo que somos pura energia, que podemos vibrar de forma mais material e densificada ou podemos sintonizar com frequências mais elevadas, altíssimas. Quanto mais elevada for a nossa frequência energética, mais saúde conquistamos para os nossos corpos físico, mental e espiritual.

AIN – O Reiki é mais uma busca de cura espiritual do que uma cura física e mental?
JAV – O Reiki atua primordialmente no plano energético. Podemos dizer que a energia canalizada pelos reikianos atua diretamente no corpo etérico, localizado ao redor do corpo físico, corpo que funciona como uma interface para os restantes corpos, incluindo o físico, o astral ou emocional, o mental e o espiritual. Partindo desta convicção, é fundamental a tal visão holística, abrangente do ser humano. Todavia, acredita-se que é fundamental começar pela cura do duplo etérico, o tal corpo que faz a ponte com os demais, a começar pelo corpo físico, ainda que eu acredite profundamente nas vantagens da simultaneidade, ou seja, ao curar um corpo, o ser humano deve pensar na cura dos restantes, porque, no final das contas, eles andam interligados: o meu corpo energético, o meu corpo astral/emocional e o meu corpo mental só são percebidos pela minha consciência (espírito) que visita ou reside no meu corpo físico.

AIN – Sendo o Reiki uma terapia alternativa/complementar sem comprovação científica da sua eficácia, os seus efeitos positivos poderão estar mais relacionados com a forma como a pessoa perceciona os efeitos do Reiki e não tanto com os resultados positivos práticos e efetivos que esta medicina complementar pode promover?
JAV – O Reiki não é uma medicina, mas antes uma terapia complementar, que pode ajudar, e de que maneira, a medicina alopática. Hoje em dia, muitos cientistas incluindo das ciências médicas confiam no virtuosismo das práticas das terapias complementares. Inclusive há vários hospitais que acolhem no seu seio projetos de equipas, em regime de voluntariado, ligadas ao Reiki.
Mas são sem dúvida as pessoas que experienciam a receção de energia que melhor podem avaliar os resultados desta energia da Fonte Criadora Universal. Neste aspeto, o melhor testemunho que posso dar diz respeito aos efeitos positivos das autoaplicações que realizo: venci a depressão, e por inerência a insónia e a ansiedade, controlei a minha tendinite crónica e, o mais importante, é que hoje sou uma pessoa melhor, mais saudável, mais feliz, em paz comigo mesmo e com os outros. Na minha opinião, a energia Reiki deveria ser recebida como forma de prevenção das doenças. Se assim fosse, isto é, se vivêssemos na procura constante do equilíbrio, os vários corpos formariam uma barreira de proteção em relação a muitas das doenças.

“Eu curei a minha depressão graças à energia do Reiki”

AIN – Vários profissionais de saúde têm alertado para os riscos de os pacientes evitarem ou protelarem tratamentos de doenças graves, por acreditarem que o Reiki pode curar essas doenças, quando não cura. Como é que se deve promover o equilíbrio entre a Medicina convencional e o Reiki, sem agravar o estado de saúde das pessoas e sem diabolizar nenhuma destas formas de terapia?
JAV – Quando surge uma doença, seja ela qual for, ou algum alerta no corpo físico de que algo não está bem, devemos procurar um profissional de saúde. O reikiano não substitui o médico nem nenhum especialista da medicina convencional. A intervenção do Reiki deveria ser a montante, ou seja, antes do aparecimento da doença, porque, quando surge uma doença, seja no corpo físico ou no mental, é muito importante ir ao médico, é a este que cabe fazer o diagnóstico e prescrever uma terapia adequada. Porque o reikiano não realiza diagnósticos, nem prognósticos, limita-se a ser um canal de transmissão energética e acredita profundamente que, caso haja aceitação e recetividade por parte do paciente/cliente, o mais normal será registarem-se efeitos positivos na saúde e no bem-estar do destinatário da energia.
Costumo comparar a energia do Reiki a um potente complemento vitamínico, que ajuda a restabelecer os equilíbrios necessários ao curso harmonioso da vida. Acreditamos que, ao dissolver os bloqueios energéticos que a cada passo invadem e tomam conta do nosso corpo energético, estamos a criar as melhores condições para a recuperação da saúde nos diversos corpos, incluindo no corpo físico.
Eu curei a minha depressão graças à energia do Reiki, à Meditação e à minha crença neste poder de auto cura. Todos nós, de qualquer extrato social e condição física, temos um potencial enorme de auto cura. Aliás, desde que nascemos até ao fim da nossa vida, estamos sempre implicados em processos de auto cura. Somos, em última instância, cocriadores, somos responsáveis por uma boa parte do nosso destino… Também somos capazes de cocriar, de recriar a saúde. Se tivermos consciência de que o pulsar da vida é um risco quase permanente, podemos fazer as melhores escolhas e trabalharmos na melhor prevenção possível, nutrindo os nossos corpos com o melhor de que dispomos e que custa muito pouco: uma boa caminhada na natureza, o ar puro, o vento, a chuva e o sol são de graça; deitar cedo e levantar ao nascer do sol é uma experiência que pode fazer retornar o bom dormir; calar a mente inquieta tentando viver o aqui e o agora; nutrir a nossa consciência com atitudes e pensamentos altruístas e compassivos connosco e com os outros; e algumas sessões de Reiki anuais.
Para rematar a resposta, e não querendo desviar-me da sua questão: se estiver doente vá ao médico, mesmo que esteja a receber a magnífica energia do Reiki.

AIN – Que doenças ou que quadros clínicos lhe parecem que o Reiki mais ajuda a tratar?
JAV – O Reiki não cura nada, mas ajuda certamente a tratar quase tudo. Há uma lista enorme de possibilidades, em todas as idades, desde o bem nascer ao bem morrer, não há limites. O Reiki pode proporcionar o bem-estar geral, aliviar e/ou superar a ansiedade e o stress, fazer diminuir ou até cessar os efeitos graves da depressão, atenuar ou fazer desaparecer dores de cabeça, abdominais e musculares e outras dores do corpo e da mente em geral. Pode também auxiliar na superação do luto (todos os tipos de luto) e de outras dores emocionais, acelerar a cura e cicatrização de feridas e outras lesões do corpo físico, ajudar na recuperação de diversos tipos de doenças e cirurgias, facilitar o reencontro da motivação e de objetivos de vida perdidos, ajudar na procura do melhor estilo de vida, orientar na busca do propósito de vida.

AIN – De alguma forma, o Reiki tornou-se uma tendência, uma moda, nos últimos anos, com cada vez mais pessoas (com e sem qualquer outra formação) a fazerem formações em Reiki e a dizerem-se especialistas em Reiki. O risco da banalização de uma prática que pressupõe confiança, empatia e credibilidade não poderá estar a desacreditar essa mesma prática?
JAV – Quem sou eu para julgar aqueles e aquelas que podem desacreditar o Reiki… A verdade é que, em potencial, todos somos capazes de nos tornarmos reikianos. Esta não é uma energia de e para elites, digamos que é uma energia democrática e todos temos acesso a ela, embora requeira empenho e dedicação. Isto não é um dom especial, não requer quaisquer capacidades mediúnicas, nada disso. A única coisa necessária para ser reikiano é a vontade de aprender, de estudar, de se sentir um aprendiz, ainda que mestre, e de se doar a si próprio e aos demais.
A popularização do Reiki é um facto e ainda bem. Mas é verdade que esta tendência ou moda, como diz, pode implicar o aparecimento de charlatães ou de pessoas com o mínimo de formação e o máximo de ambição. Se isso acontecer, acabarão por ser desmascarados. Então não é verdade que também emergiram falsos médicos, falsos advogados e solicitadores, até falsos padres? No caso de dúvida relativamente aos reikianos, deve-se perguntar quando e com quem fez formação, inclusive pode-se pedir a exibição dos certificados.

AIN – É mito ou é verdade que a suposta transferência de “energia vital universal” para o paciente, por parte de quem aplica o Reiki, suga a própria energia de quem aplica o Reiki sobre o outro?
JAV – É essencialmente um mito. Todos podemos receber “energias pesadas” das pessoas com quem convivemos. Assim, o reikiano deve defender-se da possível, mas pouco provável contaminação energética do interagente ou de outra pessoa qualquer. A proximidade entre as pessoas implica a partilha do campo áurico, porém, o reikiano sabe muito bem proteger-se dessas influências ou supostas contaminações energéticas.

AIN – Como é que quem aplica o Reiki sobre terceiros se “protege” das “más energias” do paciente?
JAV – Tudo começa com a limpeza física e energética do espaço. Depois, podemos recorrer a determinado procedimento (que pode incluir a mantralização dos símbolos do Reiki), no início e no termo das sessões, para facilitar todo o processo, transmutar eventuais energias densas, garantindo assim a segurança energética aos intervenientes.

AIN – Se o Reiki for entendido como uma aprendizagem contínua, que pressupõe um constante autoconhecimento, é razoável pensar-se que quem não fizer essa aprendizagem e esse processo de autoconhecimento não conseguirá usufruir dos benefícios do Reiki? Quero eu dizer, se eu não acreditar nos efeitos positivos do Reiki, não sentirei esses efeitos positivos?
JAV – O autoconhecimento é muito importante para todos nós ao longo da vida, o que implica, em certa medida, um permanente estatuto de aprendiz. É exatamente como eu me sinto: um velho rapaz aprendiz que quer e vai continuar sempre a aprender; não é o facto de eu ter feito vários mestrados (o título de mestre é importante, mas não passa de um certificado), de ter aprendido com vários mestres (a quem devo ensinamentos de referência), que abandono a minha condição de aprendiz. Por outro lado, o contacto permanente com o Reiki acaba por nos despertar a curiosidade e o interesse por outras técnicas relacionadas com as medicinas energéticas.
Quanto à questão de saber se os benefícios da energia só serão efetivos quando o recetor acredita verdadeiramente no Reiki, bom, aqui permito-me dizer o seguinte: é verdade que a crença é uma ferramenta mental poderosa, independentemente de se tratar desta ou daquela técnica. Em inúmeros casos, a crença e o pensamento positivos dão um impulso formidável na recuperação da saúde. No que respeita ao Reiki, pode haver ceticismo ou até descrença, mas se o interagente resolve aceitar a receção de energia, dentro de uma atitude de experimentação respeitosa, então, a energia funciona mesmo. Aliás, é importante que o recetor se sinta confortável e não seja pressionado a aceitar a energia, até porque, em última instância, a qualidade do processo depende de si, dessa capacidade de recebedor.

AIN – O Reiki abriu-lhe portas de interesse para outras aprendizagens, para outros universos, para outros conhecimentos, para a formação noutras terapias complementares? Se sim, quais e o que é que elas lhe acrescentaram?
JAV – Sem dúvida que o Reiki contribuiu para despertar em mim o interesse por outras aprendizagens adquiridas, quer em pesquisas, encontros, congressos e em cursos da Younit Portugal. Por outro lado, tive acesso a importantes aprendizagens nos cursos que realizei, todos no âmbito da Terapia Holística, nomeadamente nos seguintes domínios: Aromoterapia, Cromoterapia, Terapia Quântica, Cristais, Fitoterapia, Florais, Cura Arcturiana, Introdução à Medicina Chinesa, Auriculoterapia, Frequência e Limpeza Energética, Corpos Dimensionais, Mindfulness/Plena Atenção, Massagens, entre outros.
Tratam-se de ferramentas que, por estarem relacionadas com a Terapia Holística, por vezes, podem ser combinadas. Por exemplo, nas minhas sessões de Reiki, utilizo saberes e recursos oriundos da Terapia Quântica, da Aromoterapia e da Cristaloterapia, para além da Música, pois claro. Porque se trata de uma abordagem holística, mobilizo as aprendizagens e recursos mais adequados para cada situação.

AIN – O curso de massagista, que realizou recentemente, em que medida completa a prática do Reiki ou vice-versa, em que medida o Reiki completa as massagens?
JAV – Nos últimos dois anos, fiz também formação em várias técnicas de Massagem, formação que vou querer aprofundar nos próximos anos. Até ao momento, julgo estar capacitado para a Massagem Terapêutica, Massagem Relaxante, Drenagem Linfática, Massagem Modeladora, Massagem Tântrica e Massagem 360.
Este novo recurso acrescentou de facto algo muito importante na minha formação, tanto mais que, agora, na minha ação, posso combinar numa sessão de Reiki uma Massagem Relaxante ou Terapêutica, quando percebo que o interagente está muito ansioso ou apresenta dores nas regiões lombar, dorsal ou cervical. Claro que é suposto que o Reiki, de per si, vai aliviar a dor ou contribuir para a sua superação, porém, está muito claro que, se juntarmos ao Reiki uma boa massagem, todo o processo de auto cura será bastante mais rápido.

AIN – Os fundamentos do Reiki, que servem de princípios a esta técnica, assentam na gratidão, na amabilidade e gentileza, no trabalho com afinco, na não irritabilidade e na não preocupação. Como é que o comum dos mortais pode ou consegue, no dia a dia, viver em função destes princípios ou pô-los em prática se, nos dias que correm, a vida, a globalização, o capitalismo, as relações sociais e laborais são, cada vez mais, a antítese de todos esses princípios e fundamentos do Reiki?
JAV – Antes de mais, é necessário tomar consciência da importância de viver no momento presente – o aqui e o agora – e recusar viver em função do passado que já não existe e de um futuro absolutamente incerto. Não é porque vivemos dominados pela preocupação excessiva, pelo medo, pelo conflito, tantas vezes gratuito, que levamos uma vida melhor, antes pelo contrário: estamos a abrir espaço a graves bloqueios energéticos de que resultarão doenças.
Dito de outra maneira, vivemos, na maioria dos casos, uma vida agitada, sobrecarregada de inquietações dolorosas, muitas vezes sem sentido, com a mente atafulhada de lixo energético sob a forma de pensamentos, sentimentos e emoções de baixo tensor vibratório, que fazem muito mal ao nosso corpo espiritual, mental e físico. A nossa energia vital vai-se tornando mais pesada, cada vez mais densa e surge a doença.
De facto, a densidade energética determina a nossa qualidade de vida. Se formos boa onda, tudo correrá melhor, seremos mais felizes e estaremos em paz connosco próprios, com os outros e com o meio ambiente. Pelo contrário, se optarmos por ser “má onda”, isto é, se escolhermos persistentemente a condição de “partícula densa”, começamos a urdir a doença.
Deixo um conselho, adotado por mim como rotina diária, que aprendi com um dos meus mestres, o Sensei Luciano Debastiani, para uma prática quotidiana a ser verbalizada ou mentalizada três vezes, de manhã e à noite. Ao levantar: “tudo que farei hoje será sob a orientação do meu eu superior, e assim estou progredindo e harmonizando em todos os aspetos da minha vida”. Ao deitar: “estou grato do coração por ter estado hoje sob orientação do meu eu superior e assim estou a progredindo e harmonizando em todos os aspetos da minha vida.

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