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Cancro do pulmão mata 12 pessoas por dia em Portugal e Norte concentra 36% das mortes

Com 36% das mortes por cancro do pulmão concentradas na região Norte, a doença continua a registar números preocupantes em Portugal. Todos os dias, 14 pessoas recebem o diagnóstico e 12 perdem a vida. Em 2023, foram registadas 4.490 mortes, o valor mais alto de sempre.

O Norte do país está no epicentro da mortalidade por cancro do pulmão, com 36% das mortes registadas em 2023 associadas a esta doença. A estatística alarmante é sublinhada pelo Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira, 1 de agosto, assinalando o Dia Mundial do Cancro do Pulmão.

A mesma nota destaca por mais de uma vez a realidade crítica da região Norte, onde o impacto da doença é particularmente preocupante. Em todo o país, os números continuam a subir: todos os dias, 14 portugueses recebem o diagnóstico e 12 perdem a vida. Só no último ano, foram contabilizadas 4.490 mortes — o valor mais elevado até à data.

Apesar deste cenário, o GECP destaca uma mudança de rumo graças aos avanços nos tratamentos. As terapias alvo e a imunoterapia têm vindo a transformar o prognóstico da doença, tornando possível viver mais tempo e com melhor qualidade de vida, mesmo em fases avançadas. Segundo Daniela Madama, da Comissão Científica do GECP, “a medicina de precisão veio revolucionar o tratamento do cancro do pulmão”, permitindo terapêuticas “menos agressivas, melhor toleradas” e personalizadas às características biológicas de cada tumor.

A esperança também se traduz nos dados: entre 2003 e 2023, a mortalidade prematura (em pessoas com menos de 65 anos) desceu de 37,3% para 27,7%.

O tabaco continua a ser o principal fator de risco, responsável por 80 a 85% dos casos. O aumento do consumo entre as mulheres e a iniciação precoce são apontados como causas do crescimento expressivo da mortalidade feminina associada à doença.

O GECP destaca ainda o arranque dos dois projetos-piloto de rastreio ao cancro do pulmão, uma medida há muito aguardada pela comunidade médica. “É um passo fundamental para detetar a doença mais cedo, quando as hipóteses de cura são maiores”, defende a especialista.

Para assinalar a data, o grupo lança também o vídeo “O Cancro do Pulmão em Portugal” nas redes sociais — uma campanha que visa alertar para os sintomas, os números atuais e, sobretudo, para os avanços que já estão a mudar vidas.

 

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