Halloween: “O importante é o espírito de convívio entre família e amigos”

Na noite de 31 de outubro, um pouco por todo o país, celebra-se o Halloween – uma tradição recente em Portugal, mas que tem vindo a ganhar espaço, sobretudo entre os mais jovens e em famílias com ligações ao estrangeiro.

Maria Santos, de 46 anos, vive em Vila Nova de Gaia e trouxe dos Estados Unidos a tradição de festejar o Dia das Bruxas. “Vivi nos EUA até aos 23 anos e nunca deixei de celebrar o Halloween. Ainda hoje reunimos amigos cá em casa. Vivemos um verdadeiro filme de terror – há pessoas ‘mortas’ por todo o lado, sangue e feridos. O que nos divertimos”, contou à Agência de Informação Norte.

A residente de Gaia reconhece que nem todos compreendem o entusiasmo. “Há pessoas que dizem que somos malucos e que não devíamos envolver os nossos filhos neste cenário de terror. Eu entendo essas críticas, mas para nós é apenas uma festa. Participam e sabem que é para nos divertirmos, como acontece com o Carnaval”, explicou.

Fernando, o companheiro, confessa que não tinha o hábito de assinalar a data até conhecer Maria. “Foi ela que me cativou. Sou mais discreto, mas agora participo todos os anos e sou o mais assustador”, graceja. Para o casal, o Halloween é sobretudo um momento de convívio e partilha. “O importante é o espírito de convívio entre família e amigos”, resume Maria.

O Halloween, tal como é hoje conhecido, tem raízes antigas. Remonta há cerca de dois mil anos à celebração celta de Samhain, que assinalava o fim do verão e o início do inverno. Nessa noite, acreditava-se que os espíritos dos mortos regressavam à Terra, razão pela qual os celtas acendiam fogueiras e usavam máscaras para afastar presenças malignas.

Séculos depois, o Cristianismo adaptou a tradição pagã. O Papa Bonifácio IV instituiu o dia 1 de novembro como o Dia de Todos os Santos, e a noite anterior passou a ser conhecida como All Hallows’ Eve, expressão que deu origem à palavra Halloween.

Hoje, em Portugal, a data é celebrada de formas diversas – de festas em discotecas a encontros entre amigos e familiares. Apesar das origens longínquas, o espírito mantém-se: partilha, diversão e um toque de mistério que marca a passagem entre o verão e o inverno.