Opinião

Como evitar a diabetes gestacional

Durante a gravidez, desenvolver diabetes gestacional é uma das maiores preocupações da mulher. No Dia Mundial da Diabetes, que se comemora a 14 de novembro, sensibilizamos para os cuidados a ter, perante um diagnóstico positivo, e a importância de adotar novos comportamentos para proteger a saúde da mãe e do bebé.

A gravidez é um momento de transformação da mulher. Para garantir o desenvolvimento saudável do bebé, o organismo da mãe passa por diversas transformações hormonais e metabólicas. Uma dessas mudanças pode levar ao desenvolvimento da diabetes gestacional – uma condição caraterizada pelo aumento dos níveis de glicose (níveis de açúcar) no sangue detetada, pela primeira vez, durante a gravidez.

A diabetes gestacional geralmente ocorre entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, período em que as hormonas produzidas durante a gravidez interferem com a ação da insulina – a substância responsável por permitir a entrada do açúcar nas células, ou seja, que transporta o açúcar para os tecidos e reparte entre a mãe e o bebé. Esta dificuldade resulta em hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue), prejudicando a saúde de ambos, se não for detetada e tratada adequadamente.

Riscos para a mãe e o bebé

O impacto da doença vai além da saúde materna, pois a hiperglicemia na gravidez pode trazer complicações para o bebé, tanto no parto como nas primeiras horas de vida. Um dos principais riscos é a hipoglicemia neonatal, que ocorre quando os níveis de glicose do bebé descem rapidamente após o nascimento. Além disso, estes bebés têm maior tendência a nascer com peso elevado (macrossomia) e, mais tarde, a desenvolver diabetes tipo.

Apesar de ser uma condição temporária para a mulher, na verdade, o histórico de diabetes gestacional aumenta a predisposição de a mulher vir a desenvolver diabetes tipo 2.

Diagnosticar e cuidar

O diagnóstico da diabetes gestacional é feito com base em análises laboratoriais, incluindo a medição da glicémia em jejum na primeira consulta de vigilância pré-natal e a realização da Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO), geralmente entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação. Este exame avalia os níveis de glicose antes e após a ingestão de uma solução açucarada e, caso os resultados venham alterados, indica a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso.

Se o diagnóstico for confirmado, é essencial adotar um estilo de vida mais saudável: uma alimentação equilibrada, prática de atividade física conforme orientação profissional e controlo frequente da glicémia. Este acompanhamento deve ser feito sob supervisão de profissionais de saúde. Caso não se consiga o controlo dos níveis da glicémia, pode ser necessário o uso de medicação, pois há outros riscos associados:  parto prematuro, excesso de líquido amniótico e pré-eclâmpsia.

É fundamental que todas as mulheres recebam orientações adequadas desde o início da gravidez. A prevenção, adotando um estilo de vida saudável, é a melhor forma de reduzir o risco. Cuidar da saúde materna é também cuidar da saúde do bebé.

Mafalda Lopes – Enfermeira Farmácias Holon

 

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