Economia
Resultado líquido da Corticeira Amorim cresce 8% para 51 milhões de euros
As vendas da Corticeira Amorim no primeiro semestre de 2023 atingiram 539,3 milhões de euros (M€), um ligeiro decréscimo (-1,1%) face ao período homólogo de 2022.
3 de agosto 2023

Ao contrário do primeiro trimestre do ano, a evolução cambial teve um impacto desfavorável nas vendas consolidadas, particularmente na Unidade de Negócio (UN) Rolhas que foi a mais afetada pela desvalorização do dólar. Excluindo este efeito, as vendas consolidadas teriam caído 0,8%, refere a corticeira em comunicado.
Todas as UN apresentaram desempenhos positivos em termos de vendas, com exceção das UN Aglomerados Compósitos (-5,8%) e Revestimentos (-35,9%). De salientar o crescimento robusto de 5,4% das vendas da UN Rolhas, que, nos primeiros seis meses do ano, contribuíram para 77% das vendas consolidadas.
O EBITDA consolidado ascendeu a 103,8 M€, um crescimento de 5,8% face ao período homólogo de 2022, refletindo, em grande medida, as poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia, que mais que compensaram os maiores preços de consumo de cortiça e o aumento dos custos com pessoal. O rácio EBITDA/Vendas subiu para 19,2% (1S2022: 18,0%).
Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, o resultado líquido atingiu 51,4 M€ no final do primeiro semestre, uma subida de 8,0% face aos primeiros seis meses de 2022.
No final de junho, a dívida remunerada líquida totalizava 187 M€, um crescimento de 58 M€ face ao final de 2022 (129 M€). O acréscimo das necessidades de fundo de maneio (79 M€), o aumento do investimento em ativo fixo (46 M€) e o pagamento de dividendos (27 M€) contribuíram para o crescimento desta rubrica, dá conta a mesma nota de imprensa.
Desempenho por Unidade de Negócio
A UN Rolhas atingiu vendas de 423,3 M€ (+5,4% face ao período homólogo), beneficiando sobretudo da melhoria de mix de produto e da subida de preços. Todos os segmentos de rolhas registaram uma evolução positiva das vendas, assim como a generalidade das categorias de rolhas. O EBITDA cresceu 18,6% para 91,0 M€ e o rácio EBITDA/Vendas para 21,5% (1S2022: 19,1%), refletindo um mix de produto mais favorável, menores preços de energia e maiores rendimentos de trituração. As vendas e o EBITDA das UN Matérias-Primas e Rolhas totalizaram 430,6 M€ e 96,6 M€, respetivamente; o rácio EBITDA/Vendas combinado destas duas UN cifrou-se em 22,4% (1S2022: 21,3%).
O desempenho das vendas da UN Revestimentos continuou a ser condicionado pelo contexto adverso que está a afetar o sector da construção, reflexo de uma forte desaceleração da atividade, particularmente nos segmentos de retalho e residencial. As vendas totalizaram 49,6 M€ (-35,9% face ao período homólogo) e o EBITDA -2,7 M€ (1S2022: 2,2 M€), evidenciando o impacto significativo da desalavancagem operacional sobre a rentabilidade da UN.
As vendas da UN Aglomerados Compósitos ascenderam a 58,2 M€ (-5,8% face ao período homólogo), penalizadas por menores níveis de atividade, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado, como o Distributors of Flooring & Related Products e o Resilient & Engineered Flooring Manufacturers. Os segmentos com melhor rentabilidade registaram uma evolução muito favorável, contribuindo para uma significativa melhoria do mix de produto. Esta melhoria do mix, assim como a redução dos preços de energia, foram decisivos para a expansão do EBITDA da UN para 11,8 M€ (+20,9% face ao período homólogo) e do rácio EBITDA/Vendas para 20,3% (1S2022: 15,8%).
A UN Isolamentos foi a que apresentou uma evolução mais favorável das vendas no período, tendo estas subido para 9,9 M€ (+23,4% face ao período homólogo), refletindo essencialmente a melhoria do mix de produto e o aumento de preços. O EBITDA, no entanto, foi penalizado pela subida do preço de consumo de cortiça, única matéria-prima utilizada nesta UN, e os maiores custos operacionais, caindo para -0.6 M€ (1S2022: 1,1 M€).
Foto: DR