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Jardins do Palácio de Cristal receberam primeiras ‘Noites’ ao som de Fernando Daniel, Sara Correia e Cláudia Pascoal
Ao som de grandes nomes da música portuguesa, os Jardins do Palácio de Cristal voltaram a ganhar vida neste fim de semana. Durante dois dias, o festival Noites dos Jardins do Palácio celebra a cultura nacional num dos cenários mais icónicos do Porto, com concertos ao ar livre, gastronomia e instalações artísticas.
13 de setembro 2025
Com o outono à espreita, são as noites de setembro que voltam a dar vida aos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. Este sábado, a primeira edição do Noites dos Jardins do Palácio – Festival de Música e Cultura Portuguesa encheu o emblemático jardim da cidade com música, luzes e aplausos. Os concertos de Fernando Daniel, Sara Correia e Cláudia Pascoal deram o tom a um evento que quer unir gerações através da música, da gastronomia e das artes.
Catarina Marques, 26 anos, veio de Braga com um grupo de amigos. Conta que os bilhetes foram prenda dos pais e que não hesitou em aproveitar os dois dias do festival, porque é um espaço de que gosta e que “reúne grandes” nomes da música. ”Vim especialmente por causa do Fernando Daniel, que já acompanho há algum tempo. Já o vi noutras salas, mas aqui é completamente diferente. Ao ar livre, com esta vista… é uma experiência única”, realça à Agência de Informação Norte (AIN).
Ao longo de duas noites – este sábado e domingo – o festival celebra a cultura portuguesa em múltiplas expressões. A iniciativa da PEV – Entertainment, em parceria com a Câmara Municipal do Porto, aposta num programa que cruza nomes consagrados com vozes emergentes.
Jorge Lopes, da PEV, em declarações à AIN, assume que este é um espaço com uma “identidade muito própria e um profundo significado cultural” para a cidade, pois acrescenta que “faz parte da memória coletiva dos portuenses. Trazer a música e a cultura portuguesa para este lugar é também uma forma de o valorizar, de lhe dar nova vida”.
Helena Coutinho foi uma das primeiras pessoas a entrar no recinto. Veio de Esposende, acompanhada pelos filhos. “Tenho muitas memórias do Palácio de Cristal, de quando vinha cá com os meus pais. Voltar agora com os meus filhos, num ambiente destes, é quase como fechar um ciclo”, conta.
Aos 45 anos, assume-se uma admiradora “incansável” de Sara Correia. “Arrepio-me sempre que ouço as suas canções. É a primeira vez que a vou ver ao vivo e estou muito feliz por isso”.
Os jardins estão, até amanhã, transformados numa sala de concertos ao ar livre, com vista sobre o Douro e um ambiente intimista que contrasta com a agitação típica dos festivais de verão. “Queremos que este seja também um espaço de descoberta, onde novas vozes possam mostrar o que têm para dar” sublinha Jorge Lopes, reforçando que o “equilíbrio entre artistas experientes e emergentes foi pensado para criar pontes entre diferentes públicos”.
Miguel Faria, 38 anos, veio de Guimarães, atraído não só pelo cartaz, mas pela singularidade do momento. “O que me trouxe foi a ideia de um festival em setembro, com cheiro a fim de verão. Está tudo mais calmo, há espaço para ouvir e respirar. Está a ser uma surpresa muito boa”, anuncia.
Este domingo, último dia, sobem ao palco Diogo Piçarra, Marisa Liz e Luís Trigacheiro, prometendo encerrar o festival com mais uma noite de celebração da música portuguesa.
Para além dos concertos, há sabores tradicionais e contemporâneos à mesa – petiscos e pratos reinventados por chefs convidados – e instalações artísticas espalhadas pelo jardim, pensadas para interagir com o espaço.
Para a organização, o objetivo é claro. “Queremos que este seja um festival anual, com identidade própria, que reforce o papel do Porto como capital cultural. O festival é mais do que música – é o ambiente, é a forma como tudo foi pensado. Sente-se cuidado”, remata Jorge Lopes.