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Investigador avisa para urgência da vacinação antes do Natal

O investigador do INSA Baltazar Nunes estimou hoje que para evitar que se atinja o limiar das 255 camas em cuidados intensivos é preciso vacinar praticamente toda população com mais de 65 anos até ao final de dezembro.

Na sua intervenção na reunião de peritos no Infarmed, em Lisboa, Baltazar Nunes apresentou vários cenários, afirmando que, na maior parte deles, “o pico de maior pressão sobre o sistema nacional de saúde em camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos é o período entre final de janeiro e princípio de fevereiro”.

“Para não atingirmos o limiar de 255 camas em cuidados intensivos, que é o nível de alerta que definimos para não começar a afetar o funcionamento normal dos serviços de saúde, precisamos de vacinar praticamente toda a população elegível para vacinação (mais de 65 anos) antes do período em que irá haver uma maior transmissibilidade que é o período de finais de dezembro”, disse o responsável da unidade de investigação epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Observou, contudo, se o país tiver “uma situação bastante mais favorável”, com “uma perda de efetividade mais lenta” todos os cenários estão abaixo da linha vermelha.

Por isso, defendeu, “é muito importante” atingir elevados níveis de cobertura vacinal na dose de reforço na população elegível, afirmou, sublinhando que existe claramente uma correlação entre a cobertura vacinal, a incidência e a mortalidade.

Baltazar Nunes salientou que as simulações apontam que a redução da efetividade da vacina no tempo vai-se traduzir, provavelmente, numa onda epidémica e com a intensidade de impacto que poderá ultrapassar as “linhas vermelhas”.

No entanto ressalvou, há uma medida que está a ser implementada e que vai ter um efeito claro: “Se conseguirmos vacinar grande parte da população que é elegível antes do Natal podemos claramente evitar uma onda epidémica que ultrapasse as ‘linhas vermelhas’ e sem impacto significativo no Serviço Nacional de saúde”.

“À medida que a cobertura vacinal aumenta, a incidência a 14 dias diminui e Portugal coloca-se claramente como o país com maior cobertura vacinal e numa situação bastante confortável a nível de impacto em termos de incidência”, vincou.

Esta relação torna-se ainda “mais clara” tendo em conta a mortalidade.

Fazendo a comparação com a situação há um ano, apontou que nessa altura Portugal estava com uma taxa de 700 casos por 100 mil habitantes a 14 dias e atualmente com 190.

“vemos agora uma maior transmissibilidade do que há um ano, mas nessa altura também tínhamos medidas não farmacológicas implementadas, estávamos naquela fase em que estávamos com um confinamento aos fins de semana e o índice de confinamento na altura já era de cerca de 36%”, rematou.

HN // HB

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