10@norte

10@norte com Clemente

É um amor antigo que o une a esta região e essa paixão aumenta quando percorre as margens do rio Douro. Chama-lhe um “Lugar de Sonho”, uma região “privilegiada” de Portugal que deixa Clemente “emocionado”. Este que é um nome incontornável da música portuguesa assume que deve muito do que é “como artista a essa gente” que diz possuir uma “força genuína e simples”.

O melhor refúgio do norte?
Especificar o melhor é muito difícil. O norte tem inúmeros lugares fantásticos como refúgio. Desde um turismo de habitação nas margens do Douro até a um certo hotel no Monte de Santa Luzia em Viana do Castelo. No entanto para mim o que me faz perder no tempo e espaço é subir ou descer o Douro num desses barcos hotel. Apesar de já o ter feito muitas vezes, fico sempre emocionado com a espectacularidade da paisagem.

A melhor frase que ouviu?
“Até os comemos vivos, carago!” Diz bem da força e da maneira genuína da gente simples. Embora esta frase geralmente esteja associada a eventos desportivos relacionados com o futebol não deixa de ser muito característica de uma gente destemida no bom sentido.

A música que representa o norte?
A música etnográfica/folclórica. Não há ninguém que resista à explosão de sons de uma concertina para tocar uma chula ou um vira.

O melhor espectáculo que viu no norte?
Há uns anos, na Casa de Mateus, num ciclo de música clássica, uma orquestra do Leste Europeu, creio que da Ucrânia, com uns músicos excepcionais. Já lá vão uns bons anos, creio que estávamos no princípio da década de oitenta, mas recordo esse momento pela envolvência do lugar e pela beleza musical.

Com que figura nortenha gostava de jantar?
Ora aí está talvez a pergunta mais difícil deste questionário. Primeiro porque eu normalmente e já há vários anos, não janto por questões de saúde. Depois como as pessoas interessantes têm páginas nas redes sociais fico a saber muita informação. Se tenho que jantar e às vezes tem que ser quando sou convidado, gosto de o fazer com amigos de longa data.

O melhor prato?
Como resistir a umas papas de serrabulho, a uns rojões, a um anho no forno, a um pudim Abade de Priscos e a mil e uma doçarias? Depois o norte tem a vertente de as doses serem para gente que aprecia o prazer da mesa e desfruta. Tudo regado com um Alvarinho, ou com um Verde Tinto a acompanhar os pratos principais e um soberbo Porto à sobremesa. Das minhas andanças pelo mundo não conheço nada igual. E não sou único. Já encontrei gente de outros países que vêm ao norte de Portugal pelo prazer da mesa.

O monumento mais interessante?
Eu gosto muito da Igreja da Lapa no Porto. Quando estou no Porto visito-a muitas vezes. É o meu lugar preferido de oração e nunca consigo encontrar uma explicação para esse facto. Só sei que me sinto lá muito bem. Depois porque tem os restos mortais de D. Pedro IV que foi rei em duas nações, no Brasil e em Portugal.

Um episódio caricato que viveu nessa região?
Caricato foi uma noite de S. João na Ribeira do Porto, numa emissão da RTP. Quando ia a caminho do palco, com tantos beijos e abraços no meio de uma multidão, mas com seguranças que eram disponibilizados para todos os intervenientes, algum “amigo do alheio” “aliviou-me” do meu relógio Cartier do qual só dei pela falta no final da atuação.

Se escrevesse um livro sobre o norte que título teria?
“LUGAR DE SONHO”. Resume tudo o que eu sinto por essa região privilegiada do meu país. Devo muito do que sou como artista a essa Gente, que ao longo de várias décadas me aplaudiu e continua a aplaudir e a gostar de mim. Depois como já referi em perguntas anteriores tem muita qualidade de vida, pela generosidade das pessoas e à envolvência paisagística.

Tags
Show More

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Ver também

Close
Close