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Peregrinação Internacional Aniversária de Agosto reúniu na Cova da Iria milhares de peregrinos

A mensagem deixada em Fátima por Nossa Senhora há cem anos não só permanece atual como pode “ajudar-nos a ler a história e a ver que é possível mudá-la a partir de dentro” disse D. Vincenzo Zani, que presidiu à Missa da Peregrinação Internacional Aniversária de agosto ontem, reuniu na Cova da Iria mais de 60 mil peregrinos, oriundos de 16 países.

Durante a homilia desta Missa o arcebispo de Volturno sublinhou a importância da mensagem de Fátima que “continua ainda muito actual nos dias de hoje”, sobretudo num contexto “de Terceira Guerra Mundial em pedaços como refere o Papa Francisco”.

Tal como no passado o mundo “sofre novos processos de mudança que questionam a religião e o papel da Igreja” e a mensagem de Fátima pode dar-nos a chave de leitura desses acontecimentos a partir de três atitudes.

“A primeira é a de nunca virar as costas a Deus, mas procurar sempre a sua face e a sua presença” referiu o arcebispo italiano denunciando o “clima de relativismo, de positivismo e de neo-paganismo em que o lugar de Deus é ocupado por novos ídolos e onde o homem parece conduzir a própria existência só no horizonte temporal e material”, deixando-se mergulhar “numa noite escura que oculta os valores do Espírito”.

“A segunda atitude é a de olhar para os nossos irmãos com os olhos de Deus, colaborando para “curar as feridas causadas pelo mal e pelo pecado, especialmente nas relações entre as pessoas e os povos”.

“Cada gesto de amor para com o próximo é um acto de reparação, porque é como reviver a lei pascal da morte para nós mesmos e de ressurreição em Cristo”, precisou o Secretário da Congregação para a Educação Católica.

Finalmente, a “terceira atitude a que as aparições de Fátima nos convida é a de empenhar-se no mundo para construir a paz e a fraternidade entre todos os povos”.

“É uma mensagem que nos projecta para a frente, na história, e ilumina os passos a realizar”, precisou lembrando que é através da oração, como Nossa Senhora recomendou aos pastorinhos, que o mundo pode construir a paz.

“Tal como o Espírito Santo infundiu nos apóstolos uma nova energia que os projectou na missão de evangelização, assim também a oração ajuda o cristão a não se fechar em si mesmo, mas anima-o a se abrir para fazer transbordar o amor de Deus na história”, acrescentou.

“Converter o coração e a mente, através da oração e da penitência, significa começar a construir a paz dentro de cada um de nós, para despertar a consciência da nossa vocação a construir o bem. Rezar o Rosário pela paz, meditando os mistérios da nossa fé, como nos foi pedido pela Santíssima Virgem, é contemplar a história do mundo a partir da perspectiva de Deus”, concluiu.

Por outro lado, no final da celebração, o bispo de Leiria-Fátima, como é habitual, deixou uma mensagem a todos os peregrinos sublinhando a importância da “fraternidade e da comunhão”.

“Como é bom e belo ver os irmãos viverem unidos nesta peregrinação que é um mosaico de fraternidade, composto por pessoas vivas, que vêm de diferentes lugares, para se reencontrarem com alegria na casa da mãe”, disse D. António Marto.

O prelado deixou também palavras de “solidariedade e alento” para as vítimas dos fogos e para todos aqueles “que até à exaustão física e psicológica” lutam para por fim aos fogos.

Nesta celebração que integra a Peregrinação dos Migrantes, no âmbito da 44ª Semana Nacional das Migrações que termina amanhã, várias centenas de peregrinos fizeram a sua oferta de trigo, um gesto que acontece desde 1940, ano em que um grupo de 17 jovens da Juventude Agrária Católica da Diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados ao fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima. A partir desse ano, os peregrinos de várias dioceses, tanto nacionais como estrangeiras, deram continuidade ao gesto que remete para a referência eucarística da própria mensagem de Fátima. Por outro lado a generosidade e a espontaneidade desta oferta situam-se na lógica do dom que se transforma num ato de caridade.

Durante o ano de 2015 foram oferecidos 9.655 quilos de trigo e 483 quilos de farinha. Consumiram-se no Santuário, aproximadamente, 16.300 hóstias e 1.450.000 partículas. Foram celebradas 7.223 missas.

Além de D.Angelo Vincenzo Zani concelebraram nesta Eucaristia 95 sacerdotes e sete bispos. Participaram cerca de 60 mil peregrinos, muitos deles integrados nos 43 grupos inscritos este sábado no Serviço de Apoio aos Peregrinos do Santuário de Fátima, oriundos de 16 países.

Foi ainda benzida uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima,que será levada pelo Comissariado da Terra Santa em Portugal para uma das igrejas do Patriarcado Latino em Jerusalém.

A Peregrinação Internacional Aniversária de agosto terminou com a procissão do adeus.

Fotos: Hugo Viegas
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Fonte: Santuário de Fatima

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