Foram várias as personalidades que fizeram questão de prestar, esta tarde, uma última homenagem ao Bispo do Porto, que morreu segunda-feira, aos 69 anos, vítima de ataque cardíaco. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, marcaram presença nas cerimónias fúnebres que contaram ainda com personalidades de várias entidades, desde dirigentes políticos e desportivos, candidatos autárquicos e autarcas, dirigentes de instituições de ensino e representantes de várias associações.
O Presidente da República lamentou a morte do Bispo do Porto, realçando que o seu desaparecimento deixa “a memória de um homem bom, de uma integridade plena, em comunhão de vida com os valores cristãos”. Marcelo Rebelo de Sousa recordou Francisco dos Santos ainda como “um homem aberto à justiça social, aberto à liberdade, à fraternidade, à solidariedade, e que deixou um traço muito marcante na diocese do Porto, como já tinha deixado anteriormente na passagem por outras dioceses”, prestando-lhe uma “homenagem pessoal e a homenagem também de todo o país”.
Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, descreve António Francisco dos Santos como “uma pessoa jovem e jovial, que tinha com as pessoas uma relação de enorme afetividade. Estava a desenvolver um trabalho extraordinário junto dos mais necessitados. Tinha uma dimensão humana, religiosa e filosófica – era um filósofo, um homem da tolerância”.
Ainda segundo o autarca, D. António dos Santos “vai-nos fazer muita falta, para nós que olhamos para a cidade com tanta atenção e valorizamos tanto o papel da Igreja Católica. Temos a certeza que a Igreja Católica continuará a ter este grande empenho pela solidariedade na cidade, mas é uma enorme perda”.
Para Rui Moreira, “a notícia da morte do Sr. Bispo do Porto é uma enorme tristeza e uma perda terrível para toda a cidade e toda a enorme Diocese. A cidade merecia ter um Bispo como o D. António Francisco. Ele esteve cá muito pouco tempo, mas deixa uma obra notável”, concluiu.
D. António Francisco dos Santos foi sepultado numa cripta na capela de São Vicente, nos claustros da catedral portuense, num momento privado e reservado apenas à família.
“É uma tradição de muitas dioceses ter a sepultura dos bispos na catedral quando é possível, há algum tempo não era possível”, assegurou o padre Joaquim Santos, em declarações à Agência ECCLESIA.
Nascido a 29 de agosto de 1948, Francisco dos Santos era Bispo de Aveiro quando, em fevereiro de 2014, foi nomeado Bispo do Porto pelo Papa Francisco. O Bispo do Porto era natural da freguesia de Tendais, concelho de Cinfães, Viseu.
Os vários olhares caídos eram a imagem visível da dor da perda de um “homem que estava sempre a sorrir”.
Imagem: Hugo Viegas