Opinião

Voluntariado em Saúde

O voluntariado assume-se nos dias de hoje como uma forma de cada indivíduo dar um pouco de si a quem o rodeia. Pode ser encarado como uma forma de estar na vida e de ser promotor do desenvolvimento pessoal e coletivo.
O voluntariado segundo o artigo nº 2 da Lei nº 71/98 é o conjunto de ações de interesse social e económico realizado de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas. Nesta lei não são abrangidas as atividades de caráter isolado e desinteressado, determinadas por razões familiares e de boa vizinhança.
Neste sentido um voluntário é uma pessoa que, motivadas por valores de participação e solidariedade, doa o seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea e não renumerada, a causas de interesse social e comunitário.
Ao mesmo tempo um voluntário é um cidadão ativo e comprometido, num projeto organizado, de índole social, cultural, com o objetivo de promover a justiça e solidariedade entre as pessoas, que como qualquer tarefa responsável tem horários, periocidade e metas.
Todos os voluntários, como cidadãos têm os seus direitos e deveres que regulam toda a sua atividade de voluntariado.
Nos deveres com a população alvo contam a generosidade, entrega, ajuda gratuita, reconhecer e respeitar a dignidade do outro e potenciar o desenvolvimento integral como pessoa. No que concerne às instituições promotoras do voluntariado, o voluntário tem como deveres: conhecer e assumir o ideal da instituição, responsabilidade nos compromissos assumidos, ser sincero e verdadeiro na oferta do trabalho e acreditar no seu valor, aceitar as indicações dos orientadores, realizar o seu trabalho com precisão, ter vontade de aprender.
Os direitos que assistem os voluntários são fontes de potenciação da sua vontade de escolha e participação e assim temos: escolher um trabalho que seja do seu agrado, ser-lhe dada uma tarefa específica e bem definida, receber treino adequado para a realização da sua tarefa, ser reconhecido pela sua prestação, ser ouvido, fazer avaliações regulares do seu desempenho, conhecer bem a instituição que o acolhe.
Porém, o fator mais importante quando se quer ser voluntário é refletir e ponderar as seguintes questões: qual a razão por que se quer ser voluntário, o que se espera dar e receber no voluntariado, qual o tempo que dispõe verdadeiramente, qual o nível de responsabilidade que se está disposto a assumir.
Para se ser voluntário existe hoje em dia um vasto número de instituições com bolsas de voluntariado, tal como programas governamentais ou não que promovem este serviço e cuja oferta se encontra disponível na internet e nos espaços físicos que caraterizam estes locais.
Assim, quando assumida a vontade e disponibilidade o processo de oferta para voluntariado diferencia-se de instituição para instituição e na sua maioria passa por várias etapas entre elas o preenchimento de uma ficha de candidatura e de motivação e entrevistas de aceitação.

Ricardo Fonseca
Enfermeiro em Pediatria – Lisboa

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