O feriado municipal de Ovar assinala-se na quinta-feira com a inauguração da Escola de Artes e Ofícios, que ocupa a antiga fábrica de papel do Casal e representa um investimento de 1,1 milhões de euros em “criatividade e inovação”.
A atividade da nova escola vai ser dirigida pela autarquia e o presidente da Câmara revelou hoje à agência Lusa que o seu primeiro objetivo é “garantir a transmissão de conhecimento às gerações mais novas, através das pessoas do concelho que mais sabem das atividades tradicionais em risco de desaparecerem, como é o caso da cestaria e da tanoaria”.
O segundo grande propósito da nova escola, ainda segundo Manuel Alves de Oliveira, é “criar sinergias com o tecido empresarial, para que se descubram novas formas de valorizar esses produtos e saberes tradicionais – em especial a azulejaria”.
“Sendo Ovar a cidade-museu do azulejo, e considerando o valioso património que o município possui nessa área, vamos aprofundar um projeto empresarial que permita desenvolver novas vertentes nesse domínio”, explica o autarca.
Para o efeito, já foram transferidas para a nova Escola de Artes e Ofícios de Ovar duas estruturas com longa atividade no concelho: o Ateliê de Conservação e Restauro de Azulejo, e a Oficina de Restauro Museológico.
Instalado junto ao rio Cáster, mediante uma obra de recuperação no valor de 1,1 milhões de euros, o novo estabelecimento de ensino propõe-se assim funcionar como “um lugar de experimentação e desenvolvimento de competências na área das artes e ofícios tradicionais”, proporcionando à comunidade um espaço não apenas de produção, investigação e conservação, mas também de exposição e divulgação.
Manuel Alves de Oliveira realça ainda que, na mesma linha de estímulo ao crescimento socioeconómico, também será inaugurado no feriado do município o espaço empreendedor InOvar, que funcionará como uma incubadora de negócios criativos.
“A ideia é atrair empresas e empresários que queiram desenvolver aí os seus produtos e negócios de âmbito cultural e criativo”, declara o presidente da Câmara, sobre o equipamento que custou 550 mil euros. “O projeto enquadra-se no programa das Rede Urbanas para a Competitividade e Inovação, e o que se pretende é atrair para o concelho um novo tipo de indústria e criar mais emprego”.
A estratégia da autarquia, ao nível do empreendedorismo completar-se-á até final do verão, com a abertura da Aldeia do Carnaval, uma espécie de parque em que cada grupo carnavalesco e escola de samba do concelho passará a ter uma sede própria e oficinas de utilização comum.
“A construção da Aldeia está a ser ultimada e já estamos a trabalhar no seu modelo de funcionamento”, anuncia Manuel Alves de Oliveira. “Os grupos e as escolas vão instalar-se em regime de comodato, o que permitirá eliminar algumas rendas dos espaços que vinham ocupando, e estamos a fazer todos os esforços no sentido de potenciar esta tradição local também em termos empresariais”.
Isso passará, eventualmente, por associar a produção carnavalesca local a projetos de caráter comercial que “sejam inovadores e saibam aproveitar o potencial económico desta tradição”.
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