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Atriz Carla Andrino plantou árvore no Bussaco
Carla Andrino saiu banhada em lágrimas, ontem, dia 09, da Mata Nacional do Bussaco (Luso, Mealhada), em resultado de uma série de surpresas que lhe foram preparadas pela Fundação Mata do Bussaco (FMB), durante a cerimónia de plantação de uma árvore, e que tiveram o ponto alto quando o marido da atriz interpretou uma música, ao piano, no meio da floresta, com a colaboração de 20 cantores do Coimbra Gospel Choir.
“Foi um turbilhão de emoções. Tenho 51 anos e posso dizer que o que aqui se passou hoje foi claramente dos momentos mais marcantes e emocionantes em toda a minha vida”, afirmou, a chorar compulsivamente, a atriz.
Carla Andrino foi convidada pela FMB para plantar um azereiro, mas estava longe de imaginar o que verdadeiramente a esperava. Quando chegou ao Bussaco, tinha à sua espera mais de meia centena de fãs, entre os quais pessoas que estão a enfrentar ou já enfrentaram tratamentos de quimioterapia para combater o cancro (doença de que padeceu, muito recentemente, a atriz).
A atriz começou a plantar a árvore, junto ao Palácio do Bussaco, e foi logo surpreendida com uma videochamada da filha e da neta que fizeram questão de assistir, à distância, ao evento. No final da plantação, o marido de Carla Andrino, o maestro Mário Rui Teixeira, que já tinha um piano à sua espera, escondido na Mata, começou a tocar Amazing Grace, com o apoio das vozes de um coro de gospel, o que criou um ambiente bastante comovente. A atriz, que ficou boquiaberta com a surpresa, foi obrigado a sentar-se num tronco de árvore, e não parou de tapar a cara com as suas mãos, para tentar esconder as lágrimas, que corriam pelo rosto sem parar. O público presente, autarcas, alguns jornalistas e até os próprios cantores, que entretanto já tinham exibido t-shirt’s de homenagem a Carla Andrino (com a fotografia da homenageada sem cabelo e com a sua frase predileta: “ousa ser feliz!”), não contiveram as lágrimas e acabaram, também eles, por se deixar levar pelas emoções fortes.
Num instante, o maestro e pianista Mário Rui passou de Amazing Grace para Happy Day e foi aí que a atriz mudou um pouco a postura, acabando por contagiar os fãs, que foram acompanhando a música com palmas.
No final, quando Carla Andrino pensava que iria apenas assinar o livro de honra da FMB, dentro do Convento de Santa Cruz, acabou por ser surpreendida com um pequeno filme que passou a sua vida recente em revista. Foi mais um momento bastante emotivo, a que seguiu outro, não menos emotivo, quando o Coimbra Gospel Choir cantou Hossana.
“Saio da Mata Nacional do Bussaco de coração cheio. Vocês pregaram-me uma partida de todo o tamanho. Estou sem palavras. Nunca pensei, em toda a minha vida que já leva mais de meio século, passar por emoções assim tão, tão fortes”, afirmou Carla Andrino.
Recorde-se que a iniciativa das plantações de árvores por figuras públicas, nesta Mata Nacional que é candidata a Património Mundial da UNESCO, visa, por um lado, “contribuir para a reflorestação do Bussaco” e, por outro lado, “dar um sinal aos portugueses da necessidade de todos contribuirmos para a preservação do meio ambiente”.
Este programa de plantação de árvores enquadra-se no projeto de reflorestação que a FMB tem vindo a desenvolver na Mata Nacional do Bussaco, a única floresta pública portuguesa a receber a certificação FSC (gestão florestal ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável).
Pedro Abrunhosa, Marisa Liz (Amor Electro), Assunção Cristas, Maria de Belém, José Cid, Rui Reininho, Marco Paulo, Sofia Aparício, Rui Veloso, Luís de Matos e Luís Represas foram apenas algumas das figuras públicas nacionais que plantaram recentemente árvores no Bussaco. Também uma equipa de futebol dos Emirados Árabes Unidos e um grupo de investigadores chineses plantaram uma árvore, recentemente, no Bussaco.
Recorde-se que todo o trabalho de limpeza e reabilitação da Mata decorre no âmbito do projeto BRIGHT – “Bussaco´s Recovery from Invasions Generating Habitat Threats”, com o apoio do Programa LIFE+. Com a sua execução, a FMB visa a conservação/valorização de um habitat relíquia: o adernal, cuja distribuição mundial se circunscreve aos escassos hectares existentes no Bussaco; o controlo/erradicação de flora exótica invasora que ameaça o adernal e demais espécies/habitats da Mata, através de trabalhos de continuidade centrados no ensaio e aplicação de novas práticas de controlo, dirigidas a espécies arbóreas e herbáceas, algumas das quais nunca aplicadas no contexto nacional e outras apenas a escalas mais reduzidas; o envolvimento ativo, nas atividades de conservação/valorização e controlo/erradicação, de diversos públicos e entidades, e da sociedade civil em geral (residentes, alunos, turistas, entre outros), com a perspetiva de assegurar o exercício de uma cidadania ativa e responsável em prol da conservação da natureza e da biodiversidade.
Fotos:Carlos Palavra I CAPhoto Formação
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