Cultura
CIAJG coloca o Homem em relação com as plantas, as artes, o pensamento e a imaginação
Outono traz novas exposições, música, teatro, conferências, visitas e oficinas ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães
Arte, diversidade, sustentabilidade. Tudo cabe no Centro Internacional das Artes José de Guimarães ao longo das próximas semanas com a nova exposição “Plant Revolution!” – que também traz consigo um novo ciclo de conferências –, concertos de Otim Alpha e Zulu Zulu (no âmbito do ciclo músicas do mundo Terra) e de HHY & The Macumbas, espetáculos, visitas e oficinas para os mais novos e a BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães com exposições e palestras. Junta-se ainda o regresso de Carlos Bunga ao CIAJG no penúltimo dia da sua exposição “Arquitetura da Vida” (5 outubro) e a continuidade da exposição “Geometria Sónica”, que poderá ser visitada até fevereiro do próximo ano.
Nos próximos meses, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) terá um calendário recheado de propostas novas e muito variadas. O ano que o CIAJG dedicou a ‘Resgatar a Diversidade’ culmina com uma grande exposição coletiva – com inauguração marcada para o dia 19 de outubro – que volta a pôr em evidência questões ecológicas e de sustentabilidade. “Plant Revolution!” pensa a relação do humano com as plantas, explorando diferentes narrativas de mediação tecnológica do reino vegetal e abordando a evolução da perspetiva humana sobre o mundo natural. A curadora Margarida Mendes propõe uma revisitação de experiências científicas conduzidas no mundo vegetal durante o passado século, bem como projetos artísticos e documentos históricos. A última exposição do ano no CIAJG junta artistas portugueses e estrangeiros como Pedro Neves Marques, Filipa César, Paulo Tavares, Joachim Koester ou o duo Knowbotiq.
A sustentabilidade estará em foco no último ciclo de conferências deste ano, que é inaugurado já esta quinta-feira, 26 de setembro, por Nuno Faria, com uma reflexão acerca do último ano de trabalho do Centro, em torno do mote ‘Resgatar a Diversidade’. A 19 de outubro, a convidada das conferências do CIAJG é a artista e investigadora Teresa Castro, que se tem dedicado a estudar o movimento das plantas, que vai desenvolver o seu pensamento a partir da exposição ‘Plant Revolution!’, que inaugura no mesmo fim de semana. A última conferência deste ciclo reúne, a 21 de novembro, a curadora Mariana Pestana, Francisco Adão da Fonseca e Pedro Jervell (SKREI) em torno do projeto “Eco-Visionaries. Art, Architecture, And New Media after The Anthropocene”.
Entre setembro e novembro, a Black Box do CIAJG recebe três concertos programados em relação com as exposições que habitam este espaço. Logo no início de outubro, dia 5, a música volta a marcar presença no CIAJG com a atuação dos HHY & The Macumbas. O concerto encontra-se integrado no programa da 9ª edição do Guimarães noc noc, tendo por isso entrada livre. Há uma década Jonathan Uliel Saldanha, artista multifacetado e que integra o elenco de “Geometria Sónica”, exposição que está patente no CIAJG desde junho, criou um coletivo musical, que integra nomes fundamentais da cena experimental do Porto, como João Pais Filipe, Frankão ou Filipe Silva. A intenção era criar um laboratório para o desenvolvimento de uma linguagem sincrética a partir de músicas periférica, a que chamou HHY & The Macumbas. Ao segundo álbum, ”Beheaded Totem”, lançado no final do ano passado, confirmam-se como uma das grandes potências de criadores nacionais.
As músicas de todo o mundo também continuam a dialogar com as coleções do CIAJG. Depois do arranque com a angolana Aline Frazão, em julho, o ciclo Terra prossegue com a estreia absoluta em Portugal de Otim Alpha (28 setembro), músico que pegou na música tradicional de casamento do norte do Uganda, o Acholi, para a cruzar com a eletrónica, transformando-a num novo género, uma versão hiper-frenética crismada como Acholitronix. O ciclo Terra encerra com Zulu Zulu, banda baseada em Palma de Maiorca, em Espanha, mas que, a partir da Europa, olha para outras latitudes – da bacia do Mediterrâneo a África. Antes do concerto marcado para 23 de novembro, o trio espanhol vai estar em residência artística entre o CIAJG e o Centro de Criação de Candoso a preparar novo material que será estreado nesse espetáculo.
A BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães volta a ocupar vários espaços d’A Oficina em 2019, com programação a decorrer entre 12 de outubro e 31 de dezembro. O principal destaque vai para a exposição “As sete vidas do Senhor Silva”, retrospetiva do trabalho do designer e ilustrador editorial Jorge Silva, que recebe o Prémio Carreira na BIG deste ano. A exposição estará patente no CIAJG, que também recebe “Ilustração ou Não”, exposição de António Gonçalves, e um ciclo de palestras com António Gonçalves, Pedro Moura e Isabel Baraona como convidados.
O ‘Autocarro para Sonhos’ chega ao CIAJG a 20 de outubro e convida os mais novos a apanhar uma boleia repleta de imaginação. O teatro reclama espaço para o delírio e a utopia neste espetáculo com dramaturgia de Eduardo Brito e encenação de Marta Freitas, que foi construído a partir de um trabalho feito em sala de aula, com crianças de duas escolas, em Guimarães e no Porto, em torno do tema do sonho. Aqui, o impossível não existe. Os bilhetes para entrar neste ‘Autocarro para Sonhos’ têm o valor de 2 euros e são reservados a maiores de 6 anos de idade.
As próximas semanas reservam ainda uma sessão da visita performativa Ponto de Fuga (29 setembro) e a iniciativa Domingos nos Museus (27 outubro) com visitas e oficinas para toda a família no CIAJG e também na Casa da Memória. Em novembro, de relevar igualmente um conjunto de atividades que celebram o 80º aniversário de José de Guimarães, artista e colecionador que empresta ao CIAJG o seu nome, e o Guimarães Jazz cujo programa inclui também um concerto na Black Box do CIAJG.
A exposição “Geometria Sónica” permanecerá patente até 20 de fevereiro de 2020. O projeto reúne um extenso conjunto de artistas portugueses e estrangeiros que trabalharam a partir do contexto institucional do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas em diferentes plataformas físicas e concetuais e cujas obras e pesquisas incorporam o som, como material, ou como estrutura concetual.
Recorda-se ainda que, no CIAJG, é possível realizar visitas orientadas e oficinas criativas ao longo de todo o ano, sujeitas a marcação através de telefone 253424700 ou e-mail mediacaocultural@aoficina.pt. O museu encontra-se aberto de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00. Aos domingos de manhã, a entrada é gratuita. As inscrições nas atividades e os bilhetes para os espetáculos encontram-se disponíveis através dos endereços online www.ciajg.pt e www.aoficina.pt , bem como nas bilheteiras do CCVF, CIAJG, CDMG e Loja Oficina.
Foto: Terra_Otim Alpha