Em Portugal o Natal implica para muitas famílias uma ida ao circo. Na invicta, o espetáculo no Coliseu é uma tradição antiga e que se mantém. A sala está transformada desde ontem numa grande tenda de circo, para ali receber os artistas nacionais e estrangeiros.
O Circo Coliseu Porto Ageas apresenta até 1 de janeiro um total de 13 sessões abertas ao público, incluindo mesmo uma no dia 25 de dezembro, às 17 horas, e outra no Dia de Ano Novo, à mesma hora.
A juntar a tudo isto estão agendadas cerca de 30 sessões privadas para escolas e empresas que dando seguimento a uma tradição antiga escolhem este momento para ali realizarem as suas festas de Natal no Circo do Coliseu.
A festa mais aguardada desta época natalícia apresenta vários momentos que não deixa quem ali está indiferente. Do Norte de Portugal chegam este ano ao Coliseu os Dynamic Four, um quarteto que apresenta o seu talento nas Forças Combinadas e no Bankine através da “torre mais alta do mundo”, onde se criam laços de amizade que nem as alturas separam. Frederico Silva, Henrique Piqueiro, Henrique Silva e Miguel Silva são os Dynamic Four, um quarteto proveniente de um dos mais interessantes projetos de circo em Portugal, que junta a SALTO International Circus School e o ACRO Clube da Maia, ginásio que tem formado campeões de ginástica capazes de conquistar medalhas em Campeonatos Europeus, Campeonatos do Mundo, Taças do Mundo e, pela primeira vez este ano, nos Jogos Europeus de Minsk.
Laurence Tremblay-Vu sobe a seis metros de altura para se pendurar de cabeça para baixo e dançar sobre o abismo, numa busca mística pelo equilíbrio. Por sua vez, o Canadiano e vietnamita Laurence cedo percebeu que podia acumular disciplinas de circo como quem acumula nacionalidades. No seu currículo destacam-se diversos projetos, do Cirque du Soleil à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010, e prémios, entre os quais Medalha de Prata este ano no 40º Festival Mondial du Cirque de Demain.
Da Finlândia chega um dos destaques desta edição do Circo Coliseu Porto: as destemidas Wise Fools, com um número raro de Trapézio Triplo. E do longínquo Tajiquistão vem Mukhamadi Sharifzoda, para demonstrar toda a sua força e equilíbrio, que lhe valeram este ano o prémio da crítica do importante Festival Internacional del Circ Elefant d’Or. É precisamente esse espetáculo que apresentará até ao primeiro dia do ano no Porto, em estreia nacional.
Outro dos artistas da Companhia Internacional de Circo Coliseu Porto é Kostiantyn Korostylenko, que com apenas 19 anos combina como ninguém o ballet clássico e malabarismo, proporcionando ao público um cruzamento de enorme beleza entre duas artes aparentemente tão distantes uma da outra. Um número que lhe valeu este ano o prémio Alexandra Bouglione no 40º Festival Mondial du Cirque de Demain.
De Braga chega um número em estreia absoluta, criado para o Coliseu pela troupe Mala da Suévia Tisch. A sua função é deixar tudo preparado para que os ‘verdadeiros’ artistas possam atuar devidamente. Entre acontecimentos divertidos e conflitos cómicos, eles vão trazer a desordem à própria intenção de ordem, brincar com o que se trabalha e trabalhar com o que brinca. Esta é a premissa desta especial “equipa técnica do Coliseu”, mais conhecida por Staffimbancos.
Palhaço vem da Ucrânia
O ídolo de todas as crianças vem da Ucrânia e chama-se palhaço Konstantin. Com quatro números diferentes para mostrar, convida durante a sua atuação o público a interagir em vários momentos, seja para participar na sua banda musical, seja para fazer tiro ao alvo.
Os Daring Guys, por sua vez, mostram neste grande palco como se fazem saltos mortais em equilíbrio numa barra russa e o Coliseu vai mostrar que a arte do circo está mais viva do que nunca, com uma Companhia de artistas que faz deste o melhor espetáculo de circo do país.
Para Eduardo Paz Barroso, presidente do Coliseu e responsável pela direção artística o modelo de produção do Circo do Coliseu “tem vindo a evoluir numa lógica de curadoria, em ligação a outros projetos que este teatro tem vindo a desenvolver, tendo como epicentro o Circo de Natal e a pluridisciplinaridade que o caracteriza, valorizando componentes acrobáticas, coreográficas e mímicas, tornando este Circo com 78 anos de história cada vez mais novo”. Explica ainda que o espetáculo deste ano foi pensado e estruturado “numa sequência de números que dialogam entre si de uma forma gradativa, tirando partido da beleza da sala, e que acrescentam riqueza às abordagens tradicionais do circo, como o trapézio. Exemplo disso são as Wise Fools, que vimos ao vivo no Cirque de Demain e conseguimos garantir para o Porto.”,
Os bilhetes custam entre €8 e €18, sendo que crianças até aos 12 anos de idade têm 50% de desconto.
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