Sociedade
Ministro evitou tema do subsídio de risco para quem está na linha da frente
Eduardo Cabrita foi o primeiro governante a visitar o concelho de Ovar após 31 dias de quarentena.
O ministro da Administração Interna esteve hoje em Ovar, no primeiro dia após o levantamento do cerco sanitário. Questionado pelos jornalistas sobre a disponibilidade do Governo para pagar subsídio de risco aos agentes policiais e outros elementos da Proteção Civil que têm estado na linha da frente do combate à covid-19, como reivindicado por milhares de pessoas em petição pública, Eduardo Cabrita, engasgou-se, tossiu e respondeu: “Este não é o momento para se falar disso”. A comitiva que seguia essas palavras na escadaria atrás do governante pode não ter concordado. Questionado também sobre a opção de visitar o município poucas horas após o levantamento do cerco, o ministro, equipado com uma viseira, afirmou: “Era um compromisso, mais do que institucional, até pessoal e uma forma de agradecer àqueles que foram verdadeiros heróis desta batalha em Ovar”.
Referiu que a população portuguesa continua a lidar com “o maior desafio da sua vida”. Eduardo Cabrita disse que Ovar se manterá sob “uma monitorização muito intensa”, sendo que o empenho das forças de segurança “será mantido e, em alguns casos, até alargado”.
A Câmara Municipal contabiliza este sábado à noite 29 óbitos e 609 casos de infeção por covid-19 entre os seus cerca de 55.400 habitantes e 73 recuperados. Hoje ao início da tarde, a estatística da Direção-Geral de Saúde ainda atribuía ao concelho apenas 504 contaminados.
Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, comprometeu-se com “a continuidade do trabalho feito até agora” para contenção da covid-19.
Portugal está desde 19 de março em estado de emergência, o que vigorará ao que tudo indica até ao final do dia 02 de maio.
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