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Ucrânia ganha festival Eurovisão e Portugal fica em 9.º lugar

Reino Unido e Espanha completam o top 3 da edição.

A Ucrânia ganhou a 66.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, que decorreu este sábado à noite em Turim, Itália. Confirmaram-se, assim, as previsões das apostas online que previam a vitória da Ucrânia desde que rebentou a guerra nesse país. A canção “Stefania”, pelos Kalush Orchestra, alcançou 631 pontos, uma das melhores pontuações de sempre neste concurso, apenas superada por Salvador Sobral que, em 2017, conquistou 758 pontos com “Amar pelos dois”.
Reino Unido e Espanha fecharam o top 3, alcançando as suas melhores classificações desde os anos 90 do século passado.
“Por favor ajudem a Ucrânia, Mariupol! Ajudem Azovslav imediatamente!”, gritou o vocalista Oleh Psiuk após a sua atuação no palco de Turim. Ainda antes do evento, o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy apelou, em vídeo publicado em vários meios, à vitória da Kalush Orchestra. “Europa, votem Kalush Orchestra. Vamos apoiar a Ucrânia”. Ficou, assim, demonstrado o cunho político desta participação, em detrimento de uma participação meramente artística.
“Stefania” é uma canção integralmente interpretada em ucraniano. Foi escrita antes do início da guerra que assola aquele país. É uma fusão de música folclórica com rap. A letra enfatiza um tributo à mãe do cantor Oleh Psiuk.
A soma dos votos dos 40 júris nacionais classificaram a Ucrânia em 4.º lugar. Contudo, foi o voto do público, através do televoto, que catapultou “Stefania” para o primeiro lugar, a uma distância de 165 pontos de “Space man” do Reino Unido em 2.º lugar. Foi a terceira vez que a Ucrânia venceu o festival Eurovisão, tendo ganhado anteriormente em 2004 e 2016.
Resta saber quem irá organizar a edição de 2023. Como é tradição e faz parte dos regulamentos, a EBU/UER convida a estação de televisão vencedora a organizar a edição seguinte. Se a Ucrânia não o puder fazer – e a decisão terá de ser tomada nas próximas semanas – inicia-se um processo de auscultação às restantes estações de televisão associadas da Eurovisão. Não é a primeira vez que tal acontece: após a vitória de Israel em 1979 com “Hallelujah” foi a Holanda a organizar a edição do ano seguinte.

Portugal, representado por “Saudade, saudade”, na voz de Maro, acompanhada por Beatriz Fonseca, Beatriz Pessoa, Carolina Leite, Diana Castro e Milhanas ficou em 5.º lugar do voto dos júris nacionais, com 171 pontos. No televoto recebemos 36 pontos totalizando, assim, 207 pontos e 9.º lugar na classificação final.

Trata-se de uma das melhores classificações de sempre na história das 53 participações de Portugal na Eurovisão, apenas superada em 6 ocasiões: pelo 8.º lugar de Dulce Pontes e de Sara Tavares em 1991 e 1994 respetivamente, pelo 7.º lugar de Carlos Mendes e José Cid (1972 e 1980), pelo 6.º lugar de Lúcia Moniz em 1996 e pelo 1.º lugar de Salvador Sobral em 2017.

Texto: N. Costa
Imagem: EBU/UER

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