Notícias
Município do Porto distinguido como melhor instituição nos prémios de Museologia
O Município do Porto foi reconhecido como a Melhor Instituição no apoio a museus, palácios, monumentos, sítios arqueológicos, centros de interpretação e coleções visitáveis nas atividades museológicas. O Galardão da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) foi recebida pelo vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, numa cerimónia que contou com a participação do Presidente da República.
Na sua intervenção, Filipe Araújo, que participou na cerimónia em representação do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, sublinhou que a Cultura é uma prioridade do Município e recordou a “política museológica inovadora e com sentido de futuro” que a autarquia vem seguindo, afastada da “lógica conservativa rígida, passiva e descontextualizada”.
“Uma proposta museológica contemporânea, como a que preconizamos, deve promover a plena interpretação dos sentidos e significados dos monumentos, espólios, coleções e acervos”, considerou o vice-presidente, acrescentando que isso se consegue com atividades de investigação, edição, programação e curadoria, mas também com “uma maior interatividade com os diferentes públicos”, fazendo dos espaços “centros de conhecimento e cocriação”.
Filipe Araújo, que recebeu o Prémio Instituição 2024 das mãos do presidente da APOM, João Neto, realçou ainda a aposta do Município na requalificação dos edifícios dos museus sob sua alçada, na abertura de novos espaços como o Reservatório ou a Antiga Casa da Câmara, mas também no renovar das museografias e na conservação.
“O corolário de tudo isto”, afirmou, “é o projeto do Museu do Porto, com o qual estamos a valorizar o património histórico municipal à luz dos conceitos e perspetivas do tempo presente”, assinalou na sessão que decorreu ao final da tarde desta sexta-feira, na Alfândega do Porto.
Nas palavras do vice-presidente, a programação definida “alia a fruição ao conhecimento, a dimensão artística à descoberta da cidade, o encontro de públicos à promoção da reflexão e do debate”.
“Este é o caminho que continuaremos a trilhar. Com a mesma vontade de promover a inclusão e a diversidade de públicos, estamos a trabalhar para alargar à zona oriental da cidade a nossa estratégia museológica”, concluiu.
“Sibila Bilingue” é o melhor Projeto de Educação e Mediação Cultural
Além do Prémio Instituição, o trabalho do Município foi, ainda, reconhecido com o Prémio Projeto de Educação e Mediação Cultural, com o “Sibila Bilingue”. O projeto começou pela recolha de vozes e histórias de residentes de mais de meia centena de nacionalidades que fazem pulsar o Porto.
A partir daí, deu-se início à criação de poesias e músicas, que foram abertas ao público ainda inacabadas, numa espécie de ensaio aberto, com duas apresentações públicas: a primeira, na Biblioteca Popular de Pedro Ivo, e a segunda no Museu Guerra Junqueiro.
Nestas sessões foi possível apreciar o resultado de um primeiro ano de trabalho, onde quatro jovens poetas portugueses se encontraram com cinco grupos: as comunidades cigana, brasileira, africana, asiática (do subcontinente indiano) e da Europa de Leste. O aroma destas vozes resultou da ativação com as comunidades, a cargo de António Ribeiro. Os poemas de Francisca Camelo, Gisela Casimiro e Miguel-Manso passaram pela invenção compositiva de José Valente e estenderam-se ao ensemble improvável de músicos da Orquestra Filarmónica Portuguesa. Rui Spranger emprestou voz aos poemas lidos.
“Sibila Bilingue” tem conceção e direção de Marta Bernardes, responsável pelos programas de mediação e educação do Museu do Porto. Esta iniciativa foi desenvolvida em colaboração com a Ação Social da Câmara Municipal do Porto e mediadores sociais daquelas comunidades. Prossegue este ano, com apresentações previstas para o último trimestre do ano.