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Feira: Abrigo distinguido em Paris e apela a uma mudança no cuidar do envelhecimento

O Abrigo recebeu, esta semana, em Paris, o Selo Humanitude que reconhece as suas práticas diferenciadoras nos cuidados prestados aos idosos. Esta é a primeira instituição em Portugal a receber esta certificação francesa que distingue lares de idosos que privilegiem intervenções não-farmacológicas para controlar a agitação patológica.

Na cerimónia, Alexandra Ferreira da Silva, Diretora Técnica da IPSS sediada em Santa Maria da Feira, enalteceu a importância deste reconhecimento internacional no trabalho diário da instituição de proporcionar cuidados em ternura às pessoas idosas.

“Esta distinção é muito importante, porque valida o caminho de humanização dos cuidados de saúde que escolhemos fazer há nove anos e, também, porque pode impulsionar uma mudança do cuidar no envelhecimento, que consideramos necessária e urgente. Este é o tempo para uma mudança organizacional dos lares de idosos em Portugal. Aqui, assumimos que O Abrigo, mais do que uma Instituição, é um Movimento que aspira a uma mudança no modo como os nossos idosos são tratados”.

Desde 2014, O Abrigo adotou práticas que orientam a atuação dos profissionais, baseadas na metodologia Gineste-Marescotti e na filosofia de cuidados Humanitude, que privilegiam intervenções não-farmacológicas no controlo e redução de Comportamentos de Agitação Patológica, fornecendo técnicas específicas que melhoram a qualidade de vida da pessoa cuidada e dos cuidadores.

Nove anos depois, o lar de idosos regista 99% de aceitação dos cuidados por parte dos utentes, significando que apenas 1% expressa agitação e recusa nos cuidados.

No relatório da auditoria realizada pelo Instituto Gineste-Marescotti Portugal, que resultou na atribuição do Selo Humanitude, é referida “a graciosidade da equipa na prestação de cuidados. Os gestos das cuidadoras parecem fáceis e espontâneos, mas, revelam treino e profissionalização: são delicados, precisos e eficazes”.

Neste documento é também enaltecida a “dociabilidade ambiental”. “O som, o cheiro, os espaços e o ambiente são harmoniosos, agradáveis e estimulam sensorialmente de uma forma positiva as pessoas que vivem e trabalham nesta casa.”

São ainda destacados os procedimentos de trabalho que “garantem que a casa é organizada sem haver sobreposição das tarefas às necessidades e bem-estar das pessoas cuidadas”.

Além da prestação de cuidados com a grelha de captura sensorial, a auditoria avaliou dimensões relacionadas com: a vida da casa; procedimentos de trabalho; ocupação do tempo; cuidados de alimentação; registos e dinâmica de funcionamento.

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