Espetáculos Nacionais
Ana Moura a fadista “tripeira”
Ana Moura é imensa e intensa no fado que canta. Cada palavra que lhe sai do peito ganha amplitude que enche uma sala. A sua voz tem o poder de aquecer almas e o fado ensina-lhe todos os dias porque vale a pena continuar a cantar canções da saudade, as palavras que o destino entrelaçou.
A fadista escolheu o Coliseu do Porto para encerrar a sua digressão nacional, antes do início da sua tournée internacional para apresentar ao mundo o seu mais recente trabalho “Moura”. Ana Moura, que há muito se destaca no panorama musical português, encheu ontem a sala mais emblemática do Porto, num espetáculo que hoje se repete na sala principal, pelas 21h30.
A cantora entrou tranquilamente em palco, de vestido preto, acompanhada por uma forte ovação do público, que esgotou a sala. Os aplausos estenderam-se aos primeiros acordes de «Moura Encantada», numa altura em que o palco ia lentamente abrindo e mostrando os músicos que inicialmente estavam escondidos dos olhares do público.
O passo estava dado para uma noite intimista entre a fadista e o público.
Seguiu-se «Ai Eu» e no final da canção a fadista cumprimentou o público, assumindo a enorme satisfação de estar na cidade do Porto, local, disse, de onde “é metade da minha banda” e a juntar a tudo isso a forte ligação que tem ao Norte, uma vez que o pai é de Amarante. “Até pensei substituir o nome Moura, que ali está escrito, por Tripeira”, gracejou, enquanto apresentava a próxima canção «O Meu Amor foi para o Brasil».
Com o público já conquistado, Ana Moura lembrou através de «Fado Dançado» que “se o fado se chora também se pode dançar”, canção da autoria de Miguel Araújo.
Entre sorrisos, silêncios, aplausos e mudança de roupa, a fadista foi intercalando os seus “cartões-de-visita num espectáculo que se prolongou por mais de duas horas.
Os mais de 19 anos de carreira da fadista estavam todos lá. O público pediu a determinada altura músicas mais conhecidas. Ana interagiu sempre com a plateia, desafiou os seus músicos, guardando o melhor para o fim. «Búzios» e «Leva-me aos Fados» transformaram o Coliseu num coro afinado. Já o tema «Desfado» deixou poucas pessoas sentadas, pois ninguém resistiu à energia da canção que, em 2012, foi considera uma das canções de maior êxito dos últimos anos.
A finalizar, um mar de confettis deu cor a uma noite que ficou na memória da fadista e de quem comprou um bilhete. E porque já era sábado à noite, a fadista terminou o concerto com todo o Coliseu a cantar o «Dia de Folga».
«Moura» é o sexto disco de originais da artista e será apresentado na Europa e América do Norte, com concertos marcados na Áustria, Suíça, Alemanha e França. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos da América, Ana Moura tem também já concertos agendados em São Francisco, Boston e Nova Iorque, cidade em que atua no lendário Carnegie Hall.
Fotos: Hugo Viegas
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Adorei. Fantástica. Maravilhosa.
Grande Ana Moura. Tive pena de não estar presente. Adoro as suas músicas.
Uma verdadeira senhora em palco…