Deixa a sua marca vocal em todas as suas canções. Dona de uma voz de timbre agudo e ágil, é um exemplo de trabalho e de lealdade no panorama musical português. Quando falamos de Anabela Alves, mais conhecida por Ana, falamos de alguém que há muitos anos tem recebido o apoio e o respeito do público. É um dos nomes mais sonantes na música ligeira e que tem pautado a sua carreira pela exigência e profissionalismo.
Com uma carreira com mais de 30 anos, continua a ser uma das melhores vozes da música portuguesa e a prova disso são os seus sucessos.
Assume viver uma fase tranquila da sua carreira e da sua vida pessoal. “Os anos também nos ensinam estas coisas”, e “aprendemos a não valorizar determinadas coisas”.
Em 2016, surgiu com o tema «Sabor Latino», que é, como quem diz, um verdadeiro regresso às suas origens vocais. “A minha voz é e sempre foi polémica. Ou se gosta muito ou não se gosta nada. (risos) É diferente. Dou muito valor quando as pessoas me reconhecem pela voz”, pois “é a minha ferramenta de trabalho”, sinal que me reconhecem como uma profissional, confessa.
Com estas novas músicas, a cantora decidiu mudar de produtor. “O Menito Ramos, além de produtor é também cantor e acompanhou a minha carreira. Sabe bem aquilo que sou capaz de fazer em termos profissionais e as mudanças também são importantes”. Ana mostra-se satisfeita com o resultado final dos novos temas já gravados, uma vez que o tema de apresentação “tem funcionado muito bem, tanto em televisão, como nos espectáculos”.
Para breve anuncia mais um tema. Uma balada, um género que também caracteriza muito a cantora. “São canções que vão fazer parte de um disco que deverá sair ainda este ano e que vais rebuscar canções de discos anteriores que não foram muito divulgados”.
Diz que já perdeu a conta aos discos que gravou, mas todos, garante, “retratam a minha vida”. Porém, se tiver que escolher a “canção da minha vida, posso apostar no «Sonha comigo» ou «Quando a Rádio Toca Esta Canção”, assume.
Sem papas na língua, “por norma digo sempre o que penso e, nesta altura, os artistas até podem dizer que têm muito trabalho mas, tirando um ou dois que investiram e muito bem na sua carreira, não temos trabalho porque as comissões de festas não têm dinheiro para nos pagar”, enfatiza Ana.
Ana iniciou a sua carreira na música com uma canção de Chico Buarque, tinha na altura 14 anos. Mais tarde, fez parte de uma banda. Realizando esse percurso experimental, e já com 24 anos, levou, por acaso, uma maqueta a António Sala. A partir daí surgiram os êxitos. Ainda hoje recorda um certo homem que a incentivou bastante e pensa nele com muita saudade. “Devo ao meu querido Carlos Paião muito da minha carreira. E lembro-me muitas vezes dele…”.
Maravilhada com o seu novo álbum, diz que o mesmo “ainda tem muito para dar, pois faltou-lhe promoção” e tem lá muitos temas que me “dão imenso prazer interpretar, pois são todos muito pessoais e têm a ver comigo e com os meus sentimentos”.
Ana reconhece que quem pretende iniciar uma carreira musical, neste momento, tem a vida muito mais facilitada, pois as condições são diferentes. “Hoje em dia, qualquer pessoa pode gravar um disco. Os novos talentos que surgiram em programas de televisão não vieram prejudicar os artistas, que já tinham o seu lugar junto do público”. O problema deles “é que muitos não têm projectos definidos. Terão de criar um estilo próprio e isso é o mais difícil”, concluiu a intérprete de êxitos como «Quanto mais te bato»,«Tenho sede de amar», «Laranja laranjinha», «Tapete voa¬dor», «Filha do vento», «Parabéns», «Alegria de viver», «Açúcar Moreno» ou «Primeiro beijo».