“É importante que as pessoas saibam que a hipnose é um acto natural e não deve ser confundida ou associada ao ilusionismo que vemos na televisão”. Este é o alerta do presidente e fundador da Associação Portuguesa de Hipnose e Terapia Regressiva e co-fundador da Sociedade Portuguesa de Programação Neurolinguística que garante que a hipnose “vai à origem do problema, é uma técnica científica e reconhecida pelas principais organizações Mundiais de Saúde”.
O neuropsicólogo e especialista em hipnose, garante também que a hipnose “é tão natural como respirar” e explica que estudos recentes referem que “entramos em transe a cada 90 minutos” e isso acontece quando “entramos em devaneio, quando sonhamos acordados, quando lemos um bom livro, namoramos a ver um bom filme, ouvir o barulho da rua, quando conduzimos a viatura, pois estamos num processo de hipnose focada”. Perante tudo isto, “não devemos ter medo, tabus, preconceitos relativamente a esta técnica simplesmente fascinante”.
Segundo o especialista “mesmo dentro da psicologia ainda existe um caloroso debate sobre os fenómenos hipnóticos”. “Não é uma questão de acreditar ou não. É uma causa científica”, diz, apesar de reconhecer que está “rodeada de muito receio”, pois “continuamos a ter medo daquilo que desconhecemos”.
Alberto Lopes foi um dos principais responsáveis pelo primeiro estudo sobre hipnose no controlo da dor, realizado recentemente no serviço de neurologia do Hospital Santo António, com apoio de alunos do 4.º ano de medicina do ICBAS da Universidade do Porto.
“O estudo durou cerca de três meses, foram avaliadas 22 pessoas. Os resultados revelaram que a hipnose é uma técnica válida e a ter em conta, pois superaram todas as expectativas, mostrou que a anestesia hipnótica apresenta níveis analgésicos equivalentes ao mais potente analgésico utilizado nos hospitais em dores leves e moderadas”.
No caso de dores mais agudas, e como “já era esperado”, a hipnose não apresentou os resultados desejados. Na opinião de Alberto Lopes, tratou-se de um estudo muito completo e garante: “não existe nenhum estudo igual ou comparativo como este no mundo, pois foram recolhidos cerca de um milhão de dados”. É uma técnica que pode ser, segundo este estudo, aplicada em vários tratamentos e cirurgias. “Em casos oncológicos, no dentista, em várias cirurgias, pequenas suturas”.
Vídeo:
Alberto Lopes é o responsável pela «Rubrica Hipnose & Regressão» no programa Juntos à Tarde na SIC.
Grande entrevista! Nós temos medo de tudo e falamos do que não sabemos. ADOREI!!!!!