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Bombeiros a caminho da Ucrânia pernoitaram em quartel alemão e chegam hoje ao seu destino

Em missão humanitária com várias corporações do país.

– Pela enviada especial Alexandra Couto –

A comitiva de bombeiros portugueses que está a caminho da fronteira polaca para doar ambulâncias e equipamento de segurança às corporações da Ucrânia pernoitou de sábado para domingo no quartel dos seus colegas alemães de Bautzen. As duas instituições já se conheciam devido a intercâmbios de formação na sua área de especialidade e, sabendo da missão humanitária promovida pela Liga dos Bombeiros Portugueses, a corporação alemã dispôs-se a ajudar os colegas lusos na viagem de cerca de 3.400 quilómetros iniciada esta quinta-feira em Mafra com objetivo humanitário.

Após duas noites em que os bombeiros portugueses dormiram nas cabines dos respetivos camiões, no banco das viaturas ligeiras e até no chão do autocarro destinado a transportar refugiados no regresso, a receção pelos 10 operacionais alemães que os esperavam no quartel de Bautzen soube-lhes a “luxo”: à chegada encontraram uma refeição quente e duas salas com camas de campanha preparadas para poucas – mas bem-dormidas – horas de sono.

A estadia no quartel incluiu uma visita à respetiva frota de socorro, em concreto às viaturas daquele que é apenas um dos seis espaços operacionais que a corporação alemã tem dispersos pela sua área geográfica de influência – que conta com uma população na ordem dos 40.000 habitantes e dispõe de uns 300 bombeiros para os servir. A surpresa dos portugueses foi alguma perante a qualidade dos veículos, pelo que a conversa acabou por evoluir para uma troca de galhardetes simultaneamente literal e figurada. Literal porque envolveu a efetiva oferta de emblemas das corporações de Óbidos e Mafra, que estão no comando da missão, aos seus anfitriões alemães; figurada devido ao humor com que o comandante João Pereira, de Óbidos, enfrentou a concorrência germânica. “Vocês podem ter viaturas melhores do que as nossas, mas nós damos-vos 10 a 0 no combate a fogos florestais”, afirmou, numa rivalidade bem-disposta.

Fardamento com especificações técnicas reguladas por normas mais exigentes do que as portuguesas e transporte de materiais para intervenção em emergências de carácter químico ou biológico foram outras temáticas sobre as quais os bombeiros dos dois países trocaram impressões, antes de recorrerem aos balneários e às camaratas improvisadas. O despertar estava marcado para as 06h00, hora alemã, novamente com direito a pequeno-almoço confecionado pelos bombeiros de Bautzen.

Para hoje, domingo, a expectativa é grande: por um lado, a caravana mais adiantada rumo à Polónia espera reunir-se ainda durante a manhã com os colegas de Macedo de Cavaleiros que sexta-feira ficaram em França para reparar uma avaria no camião em que transportavam duas ambulâncias doadas; por outro, é também no domingo que a caravana espera alcançar a fronteira polaco-ucraniana, para finalmente iniciar a distribuição dos bens enviados por corporações de todo o território português para acudir aos colegas sujeitos à invasão da Rússia ■

IMAGENS DO ENCONTRO ENTRE AS DUAS CORPORAÇÔES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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