Entrevistas
Excesso: “Estamos muito ansiosos para pisar o palco da Super Bock Arena”
Foram um dos maiores fenómenos musicais do país. Sobem amanhã ao palco na Super Bock, no Porto.
16 de junho 2023
Duck, Melão, Gonzo, João Portugal e Carlos, depois de 25 anos sem tocarem juntos, voltaram aos palcos. Amanhã, sábado, dia 17, milhares de pessoas esperam a banda na Super Bock, no Porto, para o concerto “Até ao Fim” – nome do último álbum do grupo, lançado em 1999. Os Excesso foram um dos maiores fenómenos musicais do país, somando êxitos como: “Eu Sou Aquele”, “Não Sei Viver Sem Ti” e “És Loucura”. Além da sua vertente musical, a banda destacava-se também pelas suas coreografias. O grupo deu uma entrevista à Agencia de Informação Norte, em exclusivo.
Andreia Carneiro
Agência de Informação Norte – Os Excesso iniciaram a sua carreira em 97 e estiveram no ativo durante cinco fervorosos anos. Regressar ao Porto, numa renovada sala de espetáculos vai ter um sabor especial?
Excesso – Sem dúvida. Foi no norte, que demos o nosso primeiro espetáculo. Todas as nossas vindas ao Porto, o acolhimento, a forma como sempre os nossos e as nossas fãs, que nos receberam, marcaram-nos bastante. Na verdade, porém, é a primeira vez que vamos estar na Super Bock Arena e é com carinho e muito orgulho que o fazemos, uma vez que é umas das salas mais emblemáticas da cidade invicta. É um sabor muito especial e um orgulho estar aqui.
E o vosso encontro agora mais velhos, foi estranho os primeiros ensaios?
Eu não diria que os primeiros ensaios tenham sido estranhos, foi sem dúvida um recordar dos velhos tempos, requereu alguma adaptação por parte dos cinco elementos da banda mas como se costuma dizer “quem corre por gosto, não cansa”, portanto nós na verdade estamos satisfeitos com o resultado do nosso trabalho, tanto na Altice Arena como nas perspetivas aqui no Porto.
Músicas que tocam o público teenager e jovem e que arrastavam os fãs para os concertos em todo o país. Reconheceram sempre este calor no norte onde passaram muitas vezes em concertos?
Santo Tirso foi a cidade que nos recebeu pela primeira e onde demos o nosso primeiro espetáculo completo. Marcou realmente o primeiro de muitos espetáculos da primeira tour dos excessos. E o norte de Portugal teve uma participação incrível pois a maioria dos nossos espetáculos, foram sem dúvida, a norte do rio Mondego. Temos que admitir que é no norte que sentimos aquela genuinidade do povo de Portugal e todo o carinho e toda a amabilidade, que cada vez que vimos ao norte, é algo que nos faz sentir muito felizes.
Hoje olham para o público e têm as mulheres e os filhos que eram as vossas fãs lá atrás. O que se sente com esta nova realidade?
Há bem pouco tempo alguém dizia que trouxe os meus filhos e as minhas netas ao espetáculo. A verdade é que abordamos isso da melhor forma possível. Não ficamos a pensar que estamos velhos. Aquilo que aconteceu na Altice Arena, vai acontecer a dobrar na Super Bock Arena. Vamos dar um espetáculo muito digno de qualquer artista de renome internacional. Sentimos um grande orgulho, não só saber que, os fãs daquela altura continuam a seguir-nos mas que tiveram a amabilidade e a delicadeza e a inteligência de passar a cultura “Excesso” através das gerações das suas famílias.
Sonhavam com este regresso, para presentear os mesmos? Ou foi mesmo uma bonito inesperado?
Este regresso é sem dúvida para fazer o remate final, é algo que estava já na nossa manga há muitos anos. A verdade é que só agora é que os ponteiros do relógio se acertaram, os planetas se alinharam e sim, podemos dizer que para tal acontecesse, alguns vindos do estrangeiro, outros tiveram que abdicar um pouco das suas atividades profissionais. Tudo isto que está a acontecer é possível devido a muito boa vontade de cinco pessoas, que com o apoio do grupo Chiado, conseguiram fazer da Altice Arena e agora da Super Bock Arena no Porto, espetáculos de que Portugal vai falar para sempre.
Como tem sido pisar o palco, tendo em conta, que cada um seguiu a sua vida enveredando por outras profissões?
Pisar um palco é como andar de bicicleta, desde que se aprende, faz-se para sempre e a verdade é que a música está-nos no sangue. Sermos artistas está-nos no sangue. E tudo, isto, que está a acontecer agora não vem de qualquer forma dificultar os nossos estilos de vida. Obviamente que, se tivermos que preterir um pouco as nossas atividades profissionais e dedicar um pouco mais do nosso tempo para ensaiar, para reavivar as nossas memórias a nível das letras, a nível das coreografias. Tivemos que aprender novas coreografias.
Estão a aproveitar o momento marcante. Há possibilidade de continuidade de outros espetáculos até ao final do ano?
A verdadeira intenção desta reunião era realmente ter um único espetáculo e isso que teve lugar na Altice Arena em Lisboa. Como todos sabem, devido a uma pressão enorme dos nossos fãs do norte de Portugal, tivemos sem dúvida que ceder e permitir uma segunda data e fazê-lo no norte, Estamos muito ansiosos para pisar o palco da Super Bock Arena no Porto e para fazer, aquilo que se fez em Lisboa ou até mesmo algo diferente mas isso fica para a surpresa.
Voltariam para dar uma nova vida a este projeto?
Neste momento, voltar a dar vida ao projeto seria um quanto ou tanto arriscado. Seria arriscado por vários motivos, é que as pessoas com experiência de vida adquirem uma perspectiva mais madura, perspicaz, conseguem ver com melhor transparência aquilo que querem ou não querem fazer e aquilo que as faz ou não faz feliz. É óbvio que os Excesso nos fez muito felizes e continua a fazer, olhando para trás e vendo o resultado do nosso trabalho no passado. É tempo de dar oportunidade a outros projetos nas nossas vidas. A novos artistas que vêm aí, que já estão aí a dar jus do valor da atual música portuguesa e os Excesso é com estes espetáculos que dão o seu remate final, em forma de agradecimento ao grande público português e fechamos o nosso ciclo. É o final de um ciclo mas não é o final de uma vida.
Qual o sentimento que vos inundam neste regresso?
As pessoas que nos têm acompanhado, no Altice Arena, eram cerca de 14 mil e a verdade é que eu tenho a certeza que se nós déssemos mais espetáculos, não só em Portugal mas também nas ilhas, nós iríamos ter uma aderência fantástica porque temos mensagens através do Facebook e do Instagram e telefonemas feitas para o Grupo Chiado a solicitarem a presença dos Excesso noutras partes do país. É um sentimento de orgulho, é um sentimento de muita satisfação e de felicidade.
Uma mensagem a todos que compram o bilhete para vos voltar a ver é ouvir aqui no Porto.
A todos os nossos e as nossas fãs, que vão estar presentes na Super Bock Arena no Porto, queremos agradecer todo o apoio, a força que fizeram para que os Excesso atendessem a esta reunião para mais uma data e que pudessem vir aqui, ao norte de Portugal e mostrar realmente que a música portuguesa dos anos 90, com uma nova roupagem e com uma nova instrumentação faz jus de como se fosse um grupo novo, de como se tivesse agora mesmo a lançar as músicas. A prova disso são as novas gerações que estão a seguir, nomeadamente gerações que nem são filhos de antigos fãs e esta nova onda Excesso prova realmente que o nosso grupo tornou-se intemporal. Isto deixa-me com uma saudade tremenda, um carinho enorme, deixa-me uma nostalgia e uma emoção que é indescritível.
Obrigada por terem comprado o bilhete, obrigada aqueles que também virão de outras zonas do país, Bragança, Guimarães, Viana do Castelo, Braga, da Beira-Alta, Viseu, Peso da Régua, da Beira-Baixa, Castelo Branco. Tenho informações de pessoas que vêm de Coimbra, de Lisboa, do Algarve, dos Açores. Muito obrigada a todos, não palavras de agradecimento por todo o carinho e todo este amor que vocês nos dão.
*A Agência de Informação Norte agradece ao hotel Hilton -Porto Gaia a disponibilidade para a realização da entrevista.