Economia
Resultado Líquido da Corticeira Amorim sobe 4% para 67 milhões de euros
Nos primeiros noves meses de 2023, as vendas da Corticeira Amorim totalizaram 763,2 milhões de euros (M€), um decréscimo de 3,4% face ao período homólogo do ano anterior.
A redução dos níveis de atividade, em particular na Unidade de Negócios (UN) Revestimentos, foi a principal causa, ainda que as melhorias do mix de produto e a subida de preços tenham compensado parcialmente esse efeito. As vendas da UN Rolhas, que representavam 78% das vendas consolidadas no período, apresentaram um crescimento de 1,7%.
A evolução cambial teve um impacto desfavorável nas vendas: consolidadas, particularmente na UN Rolhas. Excluindo este efeito, as vendas consolidadas teriam caído 2,4% e as vendas da UN Rolhas subido 2,9%, nos primeiros nove meses de 2023.
O EBITDA consolidado atingiu 139,8 M€, uma subida de 6,6% face aos primeiros nove meses de 2022, e a margem EBITDA subiu para 18,3% (9M22: 16,6%). Os resultados operacionais beneficiaram essencialmente de um mix de produto mais favorável e das poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia e transportes, apesar do aumento do preço de consumo da cortiça.
Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, a Corticeira Amorim encerrou os primeiros nove meses de 2023 com um resultado líquido de 67,0 M€, um aumento de 4,4% face ao mesmo período de 2022.
No final de setembro, a dívida remunerada líquida cifrava-se em 204,5 M€, um aumento de 75,5 M€ face ao valor registado no final de 2022 (129,0 M€). Este valor reflete um acréscimo das necessidades de fundo de maneio (95,8 M€), o pagamento de dividendos (26,6 M€) e o aumento do investimento em ativo fixo (65,0 M€).
Desempenho por Unidade de Negócio
As vendas da UN Rolhas totalizaram 594,0 M€ (+1,7% face ao período homólogo), refletindo a melhoria do mix de produto e a subida de preços. Nos primeiros nove meses do ano, registou-se um crescimento de vendas em todos os segmentos de rolhas, assim como nos mercados vinícolas mais relevantes. O EBITDA subiu para 121,8 M€ (+19,3% face ao período homólogo) e a margem EBITDA para 20,5% (9M22: 17,5%), beneficiando do mix de produtos mais favorável, de menores custos de energia e transportes, bem como do maior rendimento de trituração. As vendas e o EBITDA das UN Matérias-Primas e Rolhas totalizaram 603,6 M€ (+1,7%) e 130,7 M€ (+11,1%) respetivamente, e a margem EBITDA subiu para 21,7% (9M22: 19,8%).
As vendas da UN Revestimentos atingiram 70,6 M€, uma contração de 33,4% face ao período homólogo. A forte desaceleração da atividade, decorrente da conjuntura muito adversa, particularmente nos segmentos de retalho e residencial, teve um impacto na generalidade dos mercados e linhas de produtos. O EBITDA da UN caiu para -5,2 M€ (9M22: -0,3 M€), evidenciado o impacto negativo da desalavancagem operacional.
A UN Aglomerados Compósitos apresentou vendas de 86,8 M€ (-7,8% face ao período homólogo), refletindo essencialmente a redução de volumes, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado. O crescimento robusto do EBITDA foi suportado pela melhoria significativa do mix, com os segmentos de Sports Surfaces, Power Indutstry e Aerospace, a apresentarem os melhores desempenhos, enquanto os de Distributors of Flooring & Related Products e o Resilient & Engineered Flooring Manufacturers continuaram a ser afetados pelo contexto adverso do sector. O EBITDA cifrou-se em 17,6 M€ e a margem EBITDA subiu para 20,2% (9M22: 16,2%).
As vendas da UN Isolamentos mantiveram uma evolução positiva (+19,4% face ao período homólogo), impulsionadas pela melhoria do mix de produto e pelo aumento de preços. No entanto, a subida dos preços de consumo de cortiça, única matéria-prima utilizada por esta UN, e a redução dos níveis de atividade, penalizaram os resultados operacionais, tendo o EBITDA atingido -0,8 M€ (9M22: 1,0 M€).