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Paramos ou Morremos”: uma ópera para os ouvidos de toda a gente

Entre 15 e 19 de julho, Campanhã transforma-se num palco a céu aberto com “Paramos ou Morremos – Uma ópera nos teus ouvidos. Um passeio sensorial”, um audiowalk promovido pelo Quarteto Contratempus que retira a ópera do seu lugar habitual e a coloca literalmente nos ouvidos e nos passos do público. A iniciativa, apoiada pela DGArtes e pela Junta de Freguesia de Campanhã, propõe uma reflexão sobre sustentabilidade ambiental através da arte sonora.

É uma espécie de Pasta Medicinal Couto, mas, desta feita, a panaceia, ao contrário do (re)conhecido dentífrico e do seu lema, que fizeram furor há umas décadas, em vez das bocas e da saúde oral a que se fazia referência na respectiva publicidade, neste caso, é mesmo para os “ouvidos de toda a gente”. E se no título acima há uma leve concessão à famosa frase eventualmente atribuível a Francis Bacon: “Nasce-se, vive-se e morre-se. E no intervalo faz-se qualquer coisa”, “Paramos ou Morremos” é na essência uma ópera sobre sustentabilidade ambiental em formato audiowalk cujo primeiro dos méritos é, sem qualquer presunção, o de retirar a ópera de seu nicho sagrado, o palco, levando-a para o espaço público.

A iniciativa é promovida pelo Quarteto Contratempus, conta com o apoio da DGArtes e da Junta de Freguesia de Campanhã e acontece entre os dias 15 e 19 de julho, às 21h e se repete às 22h15. O referido espetáculo itinerante intitula-se de forma mais extensa como “Paramos ou Morremos – Uma ópera nos teus ouvidos. Um passeio sensorial” e é o espetador, na sua própria condição de andarilho, caminhante, que vai ser literalmente o portador deste espetáculo de ópera ao longo de um percurso que se estabelece a partir de uma zona próxima à Piscina de Cartes (Alameda de Cartes), em Campanhã, no Porto.

Convém, por outro lado, salientar que esta criação, o projeto “Paramos ou Morremos”, terá lugar em Campanhã, afinal a freguesia onde se encontra a sede do Quarteto Contratempus e partir da qual a estrutura estabelece uma radial de conexões nesta órbita geográfica de labor.

Para este projeto, a referida estrutura de índole musical, localizada na zona da Corujeira, contou com a participação da Associação TODOS – Associação do Porto de Paralisia Cerebral, Centro Social Paroquial da Senhora do Calvário, Centro Social de Soutelo – Centro de Dia e de Convívio da Corujeira e Associação para a Promoção da Saúde – Norte Vida, que assim se juntaram nesta reflexão sobre a sustentabilidade, criando uma rede de colaboração e partilha de saberes, onde participaram crianças entre os 6 e os 14 anos, do Bairro de Contumil e idosos cuja idade é até 90 anos. Desse caldo de perspectivas diferenciadas nasceram instalações artísticas que querem conscientizar o público sobre a urgência de mudar comportamentos, reforçando a ideia de que todos nós temos um papel na construção de um futuro mais sustentável.

Durante a caminhada, o público é convidado a colocar os fones de ouvido, a ópera se encarregará de marcar ‘o com… passo’ do ‘andamento’ de cada um. O espetáculo lírico vai assim prosseguir rumo à descoberta de novos caminhos e despertar os participantes acerca da necessidade de continuar a desbravar um caminho sustentável para o planeta. Ao som do piano, do violoncelo, do clarinete e da voz, os “peregrinos amantes da música”, se podemos chamá-los assim, ou de forma menos elaborada, os caminhantes, tropeçarão positivamente em poesia e instalações artísticas que refletem sobre o papel do indivíduo na transformação de hábitos e no colapso ambiental.

No que concerne à criação musical em sim mesma, o projeto tem a assinatura do Quarteto Contratempus, os textos e libreto são uma concepção de Simão Luís e a composição está a cargo de Diogo Costa Ferreira. Os intérpretes que o público ouvirá ao longo desta trilha sonora serão a soprano Teresa Nunes, no clarinete estará Crispim Luz, Pedro Fernandes encarrega-se do violoncelo e Sérgio A será o pianista de serviço. Este naipe de músicos foi dirigido para este fim pelo maestro Diogo Costa. A gravação e a masterização ficou a cargo de Gustavo Almeida­.

Foto: DR

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