Destaque

Rádio Festival: 36 anos de trabalho ao serviço dos ouvintes

Cerca de três dezenas de artistas subiram este domingo ao palco do Pavilhão Multiusos de Gondomar, para comemorar o 36.º aniversário da Rádio Festival, um espetáculo para o qual foram vendidos cerca de 4 mil bilhetes.

A frequência 94.8 comemorou hoje, no Pavilhão Multiusos de Gondomar, 36 anos de trabalho ao serviço dos “ouvintes”. Alberto Rocha, diretor da estação, a edição deste ano tem um sabor diferente, depois de dois anos sem ser possível fazer o espetáculo de aniversário. “Isso tornou-se estranho e cria-nos expetativas para este ano”, refere.
São diversos os espetáculos promovidos pela Festival, sendo o mais marcante o de aniversário, no Pavilhão de Gondomar. Nas escolhas dos artistas são tidos em conta os lançamentos do momento, para se poder articular, com editoras, artistas e representantes, a melhor forma de levar o espetáculo ao público, e ter os “êxitos do momento”“Mas não esquecemos os que temos acompanhado, e nos acompanharam ao longo desta caminhada”, assegura.
Marco Paulo foi um dos 30 artistas, a par de Nuno Ribeiro, Luís Filipe Reis, Sons do Minho, Elisa, Ana Rita, Maninho, Bandalusa, Zé Amaro, Diapasão, Jorge Guerreiro e Augusto Canário, em outros, os artistas que faziam parte de um cartaz variado.

Os encontros, onde os ouvintes festejam com os locutores, são o momento em que a rádio percebe a importância do trabalho que desempenha diariamente e o carinho que recebem de quem ouve. “Aquela ideia de que já nos conhecem como se fôssemos um membro da sua família. São momentos únicos e desse modo percebemos a magia da rádio”, sustenta o diretor da estação.

Sobre o processo de pandemia, Alberto Rocha admite que “foi difícil”. “De um momento para o outro, deparamo-nos com uma situação em que tínhamos de gerir muito bem o pessoal, as distâncias entre todos, as ausências e, claro, tivemos que anular de todas as ações que habitualmente promovemos com o auditório”. A tudo isto acresce “a perda quase total de receita publicitária. Mas decidimos ser o contraponto ao momento que estávamos a atravessar, dando todas as informações necessárias, aconselhando as pessoas, mas tendo uma atitude positiva, e nunca nos esquecemos daqueles que tiveram de ficar presos em casa, por vezes, sozinhos e apavorados com a situação”, justifica o responsável.

A rádio Festival não se limita a música

“Procuramos sempre contornar as dificuldades e tentamos estar ao lado das pessoas. Mas a Festival não se limita a música. “É uma identidade da região e das pessoas que nela habitam ou pertencem. Temos uma palavra para os nossos ouvintes, conversamos com eles. Ao longo destes anos, nunca tivemos vergonha de assumir para que público nos dirigíamos, apesar dos muitos rótulos que nos colocaram”, completa Alberto Rocha.

A Festival continua a ser dirigida principalmente para o público do “Grande Porto”, e o seu diretor aponta que “uma boa parte é um público sénior”“Mas percebemos ao longo dos anos que, mercê do modo de vida das pessoas nas grandes cidades, a solidão é transversal às idades, e, por isso, conquistamos público mais novo. Estamos a falar também da classe média, média baixa. O nosso auditório procura companhia, música portuguesa e um sorriso. Tudo isto sendo um dos nossos, ou seja, da nossa terra”, remata.

 “Informação diferenciadora”

Alexandra Pereira começou em 2004 e é diretora de informação da rádio. Uma informação “diferenciadora”, que aposta na atualidade informativa do Grande Porto, da região, do país e do mundo. A jornalista assegura que os noticiários estão atentos aos assuntos que mais interessam aos ouvintes,  como a “saúde, o que vai sendo, por exemplo, o trabalho das autarquias locais, a religião e, sem esquecer, o desporto”. São cinco blocos diários dedicados à modalidade desportiva. Aqui também procuram a vertente local e diversificada. “Sabendo que numa rádio de companhia, que preza pela proximidade ao ouvinte, a nossa informação acaba por ter o papel complementar de ir colocando quem nos ouve ao corrente do que vai acontecendo ao longo do dia”, diz a jornalista, que remata, dizendo, que relativamente aos espetáculos no exterior, esses são “inimagináveis”.

“Estávamos com saudades deste encontro”

Coube aos Siga A Farra abrir a tarde com o tema “Copo no Ar colocando os milhares de ouvintes ao  do pavilhão ao rubro
Palmira Martins veio de Marco de Canaveses. “Estávamos com saudades deste encontro, de aplaudir os artistas, de ver o rosto dos apresentadores e de ver de perto o Nuno Portugal, o meu artista preferido”. Esta ouvinte da Festival liga o rádio às sete da manhã e só o desliga depois do jantar. “É a minha companhia”, enfatiza. Armando Lopes Silva, veio de Guimarães. “Eu já tinha comprado os bilhetes para a família há dois anos. Nunca mais chegava este dia”, conta. “A rádio também são os artistas, convívio, conhecer pessoas que nos entram pela casa todos os dias”, frisa.
A rádio Festival conta, atualmente, com uma equipa permanente de 10 pessoas, acrescendo os colaboradores que ocupam espaços específicos em antena.
Fundada em 1986, por José Neves. Contudo, a data oficial que consta na certidão comercial é 19 de maio de 1989, ano da legalização. O nome surgiu das produções de espetáculos de Fernando Gonçalves, responsável pelo programa que apresentava, chamado Festival, e deu a conhecer, nessa altura, muitos nomes da música portuguesa.

Tags
Show More

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Close