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E a Poesia chega às fábricas

Março é mês da poesia e em S. João da Madeira é o mês em que as palavras dos poetas correm soltas por toda a cidade. E este ano, a poesia chega também às fábricas e instituições integradas nos Circuitos pelo Património Industrial.
Com esta “novidade”, pretende a Câmara cumprir o compromisso que esteve na base desta iniciativa de “irmos ao encontro das pessoas”, como explica o vice-presidente da autarquia, Rui Costa, levando a poesia até aos locais mais improváveis, mas que hoje já são hábito nas rotinas dos sanjoanenses, através, por exemplo, dos materiais de divulgação que a cada ano dão cor às mesas de muitos estabelecimentos da cidade, entre toalhetes de mesa, sacos de pão, bases de copos, bases de chávenas, pacotes de açúcar e aventais. Sem esquecer os, tão sanjoanenses, lápis da Viarco – um parceiro desta iniciativa desde o primeiro momento – especialmente desenhados a cada ano para a campanha.

Levar a poesia às fábricas é também uma “forma de contribuir para a motivação das pessoas em ambiente de trabalho”, nestes “tempos difíceis e de crise”. Um “factor de reconhecimento”, diz. A poesia vai estar nas fábricas entre os dias 18 e 20.
Rui Costa destaca também a ligação desta campanha com as escolas e o público mais jovem, lembrando que, em 10 anos de «Poesia à Mesa», já muitas crianças e jovens foram crescendo “em contacto com a poesia e a literatura”. Além de actividades que levam a poesia às escolas, o programa prevê também momentos especiais para o público mais novo.
A 11.ª edição da «Poesia à Mesa» homenageia três poetas já desaparecidos – António Nobre, Vinícius de Moraes e Mário Cesariny – e três poetisas e escritoras que vão também marcar presença na cidade: Alice Vieira, Ana Luísa Amaral e Catarina Nunes.
A campanha «Poesia à Mesa» representa um investimento municipal na ordem dos 15 mil euros, sendo que há depois “todo um conjunto de apoios” suportados pelos parceiros da Câmara neste projecto, desde os materiais a refeições e estadias, entre outros. “Esta iniciativa só é possível porque se gerou esta rede de parcerias”, afiança Rui Costa.

Momentos altos

As noites de 21, 22 e 23 serão pontos altos no programa deste ano. A 21 haverá o espectáculo «Estilhaços de Mário Cesariny», da autoria de Adolfo Luxúria Canibal.
Na noite de 22 decorrerá uma grande Peregrinação Poética com os atores João Reis e Pedro Lamares, as escritoras e poetisas Ana Luísa Amaral e Catarina Nunes e o poeta e declamador José Fanha. Serão seis as estações que irão receber as performances poéticas de vários grupos da cidade acompanhados pelas figuras públicas convidadas e pelo espectáculo de rua organizado pelos Ecos Urbanos.
A edição deste ano tem como convidada especial Eunice Muñoz, a grande senhora do teatro nacional e ‘diseur’ de vários poetas. Ser-lhe-á dedicada a noite de 23, no «Serão Poético» com atores, músicos e declamadores, num espectáculo criado especificamente para a «Poesia à Mesa». Uma presença “que honrará a campanha”, diz Rui Costa.
Todos os eventos da «Poesia à Mesa» são gratuitos, sendo que apenas deve ser assegurada a reserva prévia de lugar nos momentos que decorrem no Auditório dos Paços da Cultura.

Envolvimento local

Convite para gravação de áudio-livro

Durante toda a semana de «Poesia à Mesa», todo o público está convidado participar na gravação de poemas que vão depois ser compilados num áudio-livro que será incluído no espólio do Centro de Leitura Especial da Biblioteca Municipal de S. João da Madeira. As gravações vão decorrer na Feira do Livro – instalada na loja Nova Era – podendo participar todos os interessados que podem ainda escolher qual o poema que querem ler.
O áudio-livro – intitulado «A minha voz num poema» – facilitará o acesso à poesia de todos aqueles que, por algum motivo, não possam fazer por outros meios.

Joana Gomes Costa

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