Entrevistas

Luís Represas: “No dia em que não ficar ansioso é porque a magia se apagou”

Artista promete passagem pelo Coliseu do Porto

O cantor, e músico, Luís Represas, vai assinalar 43 anos de carreira, num concerto, no dia 30 de abril, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Promete uma passagem pelo Norte, onde faz questão de apresentar sucessos e duetos, dando a conhecer o seu mais recente trabalho, “Boa Hora”, que foi  distinguido como o álbum do ano 2018, com a atribuição do prémio Pedro Osório, pela Sociedade Portuguesa de Autores. Ao fim de todos estes anos não esconde a  “ansiedade” antes dos concertos, pois, se assim não for, “é porque a magia se apagou”.

Por: Fernanda Castro

Agência de Informação Norte – Tudo começa em setembro de 1976, na primeira festa do Avante. De repente, o que lhe apetece dizer?
Luís Represas – Ainda bem que lá fomos e não desistimos.

Quando falamos destes 43 anos não nos é possível deixar de recordar os Trovante. O estigma ainda continua vivo, numa altura em que tem mais anos de carreira a solo do que como vocalista da banda?
Não é nenhum estigma. O Trovante, mais do que uma banda que se realizou plenamente nos seus 16 anos de trabalho, foi uma escola que a  todos os seus elementos marcou de uma forma indelével, e que faz parte da minha história, não só como músico, mas também como Homem. Uma referência constante.

«Boa Hora» é o disco que celebra todos estes anos de profissão. Qual é a melhor forma de o descrevermos?
A melhor forma é, sem dúvida, ouvi-lo e descobrir “lá dentro” os elementos que fazem com que quem o ouve se identifique e reveja nas canções.Para mim, é uma nova etapa, um novo caminho que se abre, e que se irá revelando nos próximos discos, assumindo sempre a mesma atitude de aprendizagem e evolução de um para outro.

O disco é composto por 14 temas, foi editado em maio do ano passado e o tema «Boa Hora» abre e dá título a este disco. Posso concluir que este trabalho saiu em “Boa Hora”?
Todos os novos trabalhos aparecem sempre em boa hora, pois, no meu caso, essa é a hora de os revelar e, como tal, de me revelar.

Um disco que em janeiro deste ano foi anunciado como álbum do ano, com a atribuição do Prémio Pedro Osório, pela Sociedade Portuguesa de Autores…
Com muito orgulho e  honrado por receber um prémio atribuído pelos meus pares

Para todos estes anos de canções, vai subir, no dia  30 de abril, ao palco do Coliseu de Lisboa. Que concerto vai ser este? Vai ter vários convidados?

Este concerto irá apresentar canções do Boa Hora, fundamentalmente, aquelas em que participam os convidados do CD, assim eles estejam disponíveis, não deixando de fora aquelas que já são “incontornáveis” e outras que já não vêem os palcos há algum tempo…

Mas estamos a falar de concertos intimistas, onde não vai faltar a sua guitarra…
Esses serão outros concertos, embora esteja a reservar para este um momento mais “a sós” com o público

A Tour 2019 está prevista passar pelo Porto?
Claro que sim, como não poderia deixar de ser. Em breve, anunciaremos a data e o local.

O seu avô materno tocava e pintava. O seu pai trabalhou na rádio. Poderá estar aqui o segredo desta sua carreira de músico?
Quanto ao meu avô, só mesmo se for pelo lado genético, pois ele morreu tinha a minha Mãe 5 anos. O facto do meu Pai ter feito toda a sua carreira profissional na Emissora Nacional, não sinto como tenha sido um factor preponderante. Mais atribuo à minha professora da instrução primária Elisa Whanon e ao meu professor do Liceu Pedro Nunes, Edmundo Machado Oliveira. E, sem dúvida, aos meus colegas com quem cedo comecei a tocar as primeiras músicas.

Ao fim de todos estes anos, subir ao palco ainda o deixa ansioso?
No dia em que não ficar ansioso é porque a magia se apagou.

Como é ouvir as suas primeiras canções 40 anos depois?
Umas gosto de revisitar, outras nem tanto, e outras gostaria que tivessem sido mais divulgadas e conhecidas do público

Numa carreira com tantos anos continua a achar que ainda lhe falta fazer tudo?
Até ao fim faltará sempre fazer tudo.

Acha que Portugal perdeu um bom médico?
Modéstia à parte (risos)

Foto: DR

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