Cultura
GUIdance regressa a Guimarães para 11.ª edição sob mote “Retenção e Mundança”

O festival internacional GUIdance regressa a Guimarães a partir de hoje com dez criações, duas estreias nacionais, debates e ‘masterclasses’, num evento que pretende marcar a celebração dos 10 anos da cidade como Capital Europeia de Cultura.
Naquela que será a sua 11.ª edição, o festival, que em 2021 não aconteceu por causa das restrições para controlar a pandemia de covid-19, vai decorrer até dia 12 de fevereiro, com a dupla Sofia Dias & Vítor Roriz como coreógrafos em destaque, e com os espetáculos divididos entre o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), a Fábrica ASA e o Centro Internacional das Artes José Guimarães.
O Guidance vai contar com nomes como Moritz Ostruschnjak, Maria Fonseca, Peeping Tom, Vera Mantero, Catarina Miranda, Anastasia Valsamaki e Wim Vandekeybus, tendo duas palavras no espírito: “Retenção e Mundança”, apontou, aquando da apresentação, o diretor artístico do GUIdance, Rui Torrinha.
“É uma edição simbólica, que retoma a configuração original do festival. Interrompemos no ano passado, forçosamente, e este ano vamos retomar, porque entendemos que há uma passagem entre um espírito que fica para uma coisa que há de ser lançada”, explicou.
Este ano, o GUIdance vai “falar sobre aquilo que é retenção a que os corpos foram forçados, a retenção das civilizações, tudo aquilo que foi a pressão dos corpos estes dois anos”.
E vai falar de ‘mundança’: “Palavra inventada que faz a fusão entre a palavra mundo e dança, porque uma das utopias que o GUIdance adotou foi a ideia de mudar o mundo pela dança”.
Assim, a abrir o festival, hoje às 21:30, vai estar o espetáculo “Escala”, de Sofia Dias e Vítor Roriz, no CCVF, seguindo-se, sexta-feira à mesma hora, “Tanzanweisungen (It won’t be like this forever)”, de Moritz Ostruschnjak, na Fábrica ASA.
Sábado, às 18:30, sobe ao palco do Centro Internacional das Artes José de Guimarães “SAHASRARA”, de Maria Fonseca, e, às 21:30, no CCVF, estará “Kind”, da companhia belga Peeping Tom.
“Sons Misteriosos”, de Sofia Dias e Vítor Roriz, prossegue a programação no domingo, às 16:00, com sessões adicionais na segunda-feira, às 10:30 e às 15:00 e, na terça-feira, dos mesmos autores, será apresentado o espetáculo “Um gesto que não passa de uma ameaça”, no CCVF, às 21:30.
Vera Mantero apresenta “O susto é um mundo”, a 10 de fevereiro, no CCFV, e Catarina Miranda mostra “Cabraqimera”, no dia seguinte, na Fábrica ASA, ambos às 21:30.
No último dia do festival, 12 de fevereiro, sobe ao palco, às 18:30, “Body Monologue”, de Anastasia Valsamaki, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
O “derradeiro espetáculo” do GUIdance 2022 começa às 21:30, no CCVF: “Hands do not touch your precious me”, de Wim Vandekeybus.
Além dos espetáculos, o GUIdance tem na programação atividades paralelas, como conversas com Sofia Dias & Vítor Roriz, Moritz Ostruschnjak e Anastasia Valsamaki, ‘masterclasses’ orientadas pelas companhias internacionais Peeping Tom e Ultima Vez (de Wim Vandekeybus), que carecem de inscrição.
Haverá também duas sessões de debates sob o mote “Desfiguração Transformação”, com moderação de Cláudia Galhós, visitas das criadoras Maria Fonseca e Vera Mantero a escolas de Guimarães para partilhas dos seus percursos, e um ensaio aberto em que escolas de dança da região são convidadas a assistir a um ensaio do espetáculo “O Susto é um Mundo”, de Vera Mantero, seguido de uma conversa com Cláudia Galhós.
JCR/TDI // MAG