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Júlio Pomar será homenageado na Bienal de Gravura do Douro 2016

Foram mais de 100 mil as pessoas que visitaram a 7ª Bienal Internacional de Gravura do Douro, uma mostra que reuniu 1200 obras produzidas por 530 artistas. De 10 de Agosto a 31 de Outubro, a Bienal convidou os visitantes a conhecer gravuras oriundas de 71 países e a descobrir diálogos entre as colecções e os espaços onde foram expostas.

“Contando com a afluência contabilizada nos museus do Côa, do Douro e de Lamego, bem como no teatro de Vila Real, podemos apontar para um número de visitantes a rondar as 100 mil pessoas. Contando os restantes locais onde não se contabilizam as visitas, esse número terá sido ultrapassado. Estes indicadores fazem-nos reflectir sobre a capacidade da região do Douro cativar novos público e dinamizar o turismo cultural”, afirma o curador Nuno Canelas.

Alijó, Favaios, Lamego, Peso da Régua, Sabrosa, Salzedas, Ucanha, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real acolheram os 14 núcleos expositivos desta 7ª edição da Bienal Internacional de Gravura do Douro. “Tratou-se da edição mais conseguida em termos da qualidade das obras em exposição, da abrangência territorial, do alcance mediático, da dimensão em número de obras, do número de artistas e dos países representados, da vinda de artistas estrangeiros para visitar as exposições e participantes no workshop de gravura, da afluência do público aos vários núcleos expositivos”, considera o curador.

Por outro lado, Nuno Canelas não hesita em admitir que “a falta de reconhecimento e apoio institucional e estatal em relação à valia da Bienal do Douro é um facto incontornável que marca negativamente esta edição”. “Há uma diminuição sistemática nos apoios financeiros atribuídos pela tutela, quer seja justificado pela crise económica, quer pelo puro desinteresse pelo investimento na cultura”, acrescenta.

Nuno Canelas já conhece bem o ciclo que o espera, pois logo que termina uma Bienal é inevitável começar a preparar a seguinte. “Já estamos a equacionar algumas decisões importantes para 8ª Bienal, em 2016, desde logo com a escolha do homenageado que queremos que seja o grande artista Júlio Pomar, um dos maiores artistas portugueses de sempre e detentor de uma enorme obra gráfica representativa.”

Aposta assumida no mundo virtual

A Bienal Internacional de Gravura do Douro não conhece fronteiras e tem vindo a marcar presença, também, no universo virtual. Na próxima edição, Nuno Canelas não descarta a possibilidade de lançar a primeira bienal virtual integrada na Bienal do Douro, “dando assim um maior alcance às exposições virtuais no espaço do Second Life já realizadas em edições anteriores”. “Esta será uma inovação para o futuro e julgo mesmo que seremos pioneiros no País”, sublinha.

Silvestre Pestana está envolvido na Bienal do Douro desde 2007, assumindo o papel de artista convidado e curador da Galeria Pública para as Artes Digitais. Em conjunto com a artista Celeste Cerqueira, desenvolve uma curadoria da Bienal Virtual. “Iniciámos em 2011 uma transição expositiva para o espaço do metaverso, recorrendo à plataforma do Second Life. Deste modo, a programação da Bienal do Douro passou a incluir uma extensão no espaço virtual que pode ser acedida através da visita de avatares residentes”, explica.

Para a Bienal de Gravura de 2016, Silvestre Pestana propõe que seja constituído um grupo de trabalho para “delinear um espaço expositivo virtual online que inclua a extensa região do Douro Vinhateiro e os seus três pólos identitários: as casas vinhateiras, as diversas instituições autárquicas e o acesso ao acervo virtual das gravuras do Paleolítico, tuteladas pelo Museu do Côa”.

Promovida na mais antiga região vinícola demarcada do mundo – o Douro, região laureada com dois patrimónios da humanidade atribuídos pela UNESCO e mundialmente reconhecidos pela sua paisagem vinhateira e pelo património arqueológico do Vale do Côa, a Bienal Internacional de Gravura do Douro nasceu em 2001 pelas mãos do alijoense Nuno Canelas, com a ambição maior de descentralizar a cultura e promover a arte da gravura.

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