Cultura
“SARAMAGO SEM ANOS”: Agostinho Santos expõe em Paredes de Coura com curadoria de Valter Hugo Mãe
“Saramago Sem Anos” é a exposição de Agostinho Santos que, de 6 a 31 de agosto, leva ao Centro Cultural de Paredes de Coura mais de 30 obras de pintura e uma instalação de grandes dimensões, criada a partir de embalagens de medicamentos, para abordar a temática Saramaguiana com inspiração nos livros ‘Ensaio sobre a Cegueira’, ‘Memorial do Convento’ e ‘Intermitências da Morte’.
“A arte é o extremo. É a fronteira invadida que alguns violam com a vontade de ultrapassar a vulgaridade do absurdo invisível e encontrar aí humanidade”, realçou Vitor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura, para quem “a humanidade está sempre na periferia da vida”
Com curadoria de Valter Hugo Mãe, a exposição revisita trabalhos de Agostinho Santos mais antigos (2005/2006) e apresenta outros mais recentes, entre acrílicos s/tela, papel e cartão, grafite s/papel e a instalação que, na perspetiva do artista, “nos desafia a todos a refletir sobre a saúde do Mundo, das ideias, da arte e do futuro. Saramago está hoje mais atual do que nunca, num Mundo transformado pela pandemia, pela guerra, pela intolerância, pela crise, pela procura de respostas para as muitas perguntas que se impõem”, refere.
Para Valter Hugo Mãe, “o que Agostinho Santos traz a Paredes de Coura é mais do que uma evocação de Saramago. É uma recriação, uma inevitável maneira de o chamar a outra vida, sem idade, sem anos, sem limites. (…). Para Agostinho Santos todas as verdades são de cidadania, são tarefas que podem motivar a arte, mas a arte é já um manifesto de si própria, exercida enquanto lugar único, onde o que existe é absolutamente natural, deixando afinal que o monstro, o grotesco, o torpe, sejam alusões à sociedade, mas nunca entraves à arte, nunca impedirão a arte de alcançar sua normalidade, exatamente essa de usar tudo sem temor, sem pudor, sem frustrar a liberdade e a imaginação. Saramago seria assim também.”, destaca.
Foto: DR