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Bairro do Aleixo. Emoção, choro e gritos acompanham demolição da torre 4

Vários adolescentes, mulheres e homens emocionados com a implosão da torre 4 do bairro do Aleixo choraram e gritaram hoje segundos depois da demolição, havendo também quem chamasse “gatuno” ao presidente da Câmara do Porto.
Junto à torre 1, na rua do Progresso, a Lusa constatou vários grupos de raparigas adolescentes a abraçarem-se e a chorarem, depois de assistirem à demolição do prédio do bairro do Aleixo.
Uma moradora do bairro sentiu-se desfalecer devido à emoção e foi levada em braços, por amigos, para longe do local.

Nuno Ribeiro, 30 anos, disse à Lusa estar “desolado e triste”: “Fiz amigos aqui, conheci pessoas espetaculares, e ver os escombros da torre 4 é o mesmo que tirarem uma parte de mim”, desabafou, considerando que “droga há em todo o lado e em todos os bairros sociais”.
A viver há três meses em Ramalde, Nuno afirma que a casa que lhe foi atribuída pela Câmara num bairro daquela freguesia é pior do que a que tinha no Aleixo e critica Rui Rio por permitir construir um condomínio de luxo na zona.

Uma faixa onde se lê “Sim aos negócios sórdidos do imobiliário!” foi colocada junto à torre 1 por uma ação do Bloco de Esquerda, na qual participaram também vários moradores do bairro do Aleixo.
À Lusa, alguns dos antigos habitantes da torre 4 confessaram aguardar que o perímetro de segurança seja levantado para irem recolher um pedaço dos escombros como recordação.
A torre 4 do bairro do Aleixo, no Porto, foi demolida por implosão, às 11:13 de hoje, numa operação que envolveu mais de 300 operacionais e obrigou a retirar 410 pessoas do perímetro de segurança.
A implosão da segunda das cinco torres do bairro envolveu vários tipos de materiais explosivos, distribuídos pelos três primeiros pisos e pelo sétimo, e muitos litros de água para minimizar o pó gerado pela queda do edifício.
A demolição da primeira torre – a torre 5 – aconteceu a 16 de dezembro de 2011.
No total, as cinco torres de 13 andares do bairro eram compostas por 64 casas em cada bloco, num total de 320 habitações onde, em 2008, viviam 960 pessoas e onde se estima que chegaram a viver 1.300.
Lusa

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