Entrevistas
Dany Silva: “Ainda tenho muito que aprender e muito para dar”
Cantor sobe ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, no dia 8 de junho
22 de maio 2019
Dany Silva sobe ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, no dia 8 de junho. O novo álbum do músico cabo-verdiano, que está a celebrar 40 anos de carreira a solo, conta com colaborações de vários nomes da música portuguesa. «Canções da Minha Vida» é um disco que “fazia sentido nesta altura”, uma vez que é um “recordar” de todos estes anos de carreira. O cantor não esconde o carinho das gentes do norte e garante que um grande concerto nesta cidade “não está fora de questão”.
Texto: Fernanda Castro
Foto: Rita Carmo
40 anos de carreira a solo. «Canções da Minha Vida» é o disco que fazia sentido nesta altura?
Penso que «Canções da Minha Vida» é um disco que faz sentido nesta altura que estou a comemorar os 40 anos de carreira a solo, reunindo não só alguns temas que eu compus (sozinho ou em parceria) e gravei durante estes anos e que tiveram muita aceitação, mas também canções de outros autores e compositores, gravadas por outros intérpretes, que foram e continuam a ser muito importantes para a minha vida profissional e particular. Além disso, consegui, em todos os 16 temas que compõem este disco, juntar em duetos alguns dos intérpretes que eu admiro e com os quais partilhei o palco e a amizade durante todos estes anos.
Encontramos neste disco uma coletânea de êxitos que marcaram a sua carreira. Na sua opinião, qual é a grande música da sua vida?
Essa é uma pergunta difícil, pois não é fácil dizer qual é na verdade a “canção da minha vida” mas, dos temas que eu gravei, o «Branco velho, Tinto e Jeropiga» foi (e ainda é!) um tema muito importante, porque foi o meu primeiro “hit”, gravado em português, responsável pela divulgação do Dany Silva por toda a lusofonia.
Todas estas canções foram regravadas com novos arranjos ou, em alguns casos, com uma roupagem musical nova. Foi, no fundo, um atualizar estes seus cartões-de-visita?
Todos os temas foram regravados ou gravados pela primeira vez para este disco. Os regravados tiveram um tratamento mais atual com a intenção de “refrescá-los”.
Vai subir ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, no dia 8 de junho. Como vai ser este espetáculo?
O espetáculo no Tivoli BBVA vai ser um percorrer destes 40 anos de carreira a solo através das canções que me acompanharam durante “esses tempos”, na companhia de alguns intérpretes e músicos que participaram na feitura do disco «Canções da Minha Vida» e de familiares, amigos e simpatizantes do meu trabalho, que me têm apoiado durante todos estes anos. Espero que seja uma grande festa!
Nestes 40 anos, o que é que faz sentido destacar como momentos mais importantes da sua carreira?
Ao longo de todos estes anos, houve vários momentos importantes na minha vida profissional, mesmo que, por vezes, só por pequenos minutos, de modo que me é difícil destacar um só.
Músico, cantor e compositor. Ao fim de todos estes anos, continua a ter muita inspiração?
Eu penso que para haver inspiração, seja para aquilo que for, basta estar vivo!
“O que mais me apaixona na cidade do Porto é a sua gente”
O que podem os seus admiradores esperar do Dany Silva nos próximos anos?
Neste momento estou tranquilamente e sem pressas a preparar reportório para um próximo disco de temas inéditos que, se tudo correr bem, será editado nos finais do próximo ano, se Deus quiser. Entretanto, vou fazendo concertos por aí conforme as solicitações.
Vive em Portugal desde a década de 1960. Que lugar acha que tem na música portuguesa?
Apesar de viver em Portugal desde 1961, só sei que tenho um lugar adquirido por mérito próprio na música lusófona e reconhecido com algumas homenagens e prémios de carreira no meu país natal, Cabo Verde.
E que lugar ocupa neste momento na sua vida a Cidade da Praia, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde?
Sendo Lisboa a minha cidade de eleição, pois é aqui que eu vivo, a cidade da Praia, na ilha do Santiago, em Cabo Verde, é a minha cidade do coração, onde vou regularmente por razões profissionais ou em período de férias.
O que o fez apostar numa carreira em Portugal?
A minha carreira foi feita em Portugal porque vim para cá ainda novo para estudar. Os anos foram passando e por cá fiquei (risos).
Aos 72 anos de idade e com 40 de carreira a solo, o que lhe apetece dizer?
Com esta idade e com todos estes anos a solo, posso dizer que não me sinto completamente realizado. Ainda tenho muito que aprender e muito para dar. Para tudo isso é só necessário muita saúde!
Para quando um grande concerto na cidade do Porto?
Um grande concerto na cidade do Porto não está fora de questão; neste momento está em equação. Brevemente daremos notícias.
O que mais o apaixona nesta cidade?
O que mais me apaixona na cidade do Porto é a sua gente e o carinho que sempre me dedicaram.