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Ampliação do Museu Ferroviário e eletrificação da Linha do Vouga entre as prioridades para novos fundos comunitários

Estratégia de investimentos integrados vai ser implementada com 105 milhões de euros de fundos europeus até 2030.

A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e Comissão Diretiva do Programa Centro2030 (através da CCDR Centro) assinaram esta semana, em Águeda, o Contrato para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, que operacionaliza a estratégia de investimentos territoriais da Região de Aveiro. Entre os projetos anunciados, em concreto para Águeda, está a eletrificação da Linha do Vouga e a ampliação do Museu Ferroviário.

A assinatura aconteceu a bordo do comboio histórico, que fez a ligação entre Macinhata do Vouga e Águeda, numa “viagem” onde foram traçadas as estratégias e metas da Região de Aveiro para implementar até 2030.

A receção decorreu no Museu Ferroviário, em Macinhata do Vouga, onde Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, anfitrião deste evento – que juntou em Macinhata do Vouga os presidentes dos Municípios que constituem a CIRA, bem como Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro -, lembrou a aposta estratégica que “sempre assumiu” relativamente à Linha do Vouga.

Reconhecido como um defensor da Linha do Vouga, o Edil apontou os indicadores de utilização que atestam a importância desta via. “Neste momento, temos 11 comboios diários em cada sentido, entre Macinhata do Vouga e Aveiro, uma linha que, tal como está, com estas condições e sobretudo com o material circulante pesado e antigo que tem neste momento, cerca de um milhão de passageiros por ano”, enumerou Jorge Almeida, salientando que as melhorias esperadas com financiamentos no âmbito do novo quadro comunitário podem transformar a Linha do Vouga num verdadeiro metro de superfície.

As melhorias passam por um projeto entre o Município de Águeda e a CP, referente à relocalização de alguns apeadeiros, bem como pela supressão de passagens de nível, “que em Águeda está praticamente concluída”, a que acresce o projeto de eletrificação da linha, no valor de 40 milhões de euros, que se prevê ser apoiado no âmbito do contrato ontem assinado.

Se conseguirmos tudo isto, depois aumentarmos a cadência (de circulação de comboios) e melhorarmos o material circulante, teremos aqui o que pode ser designado como metro de superfície”, declarou Jorge Almeida.

O Presidente da Câmara de Águeda anunciou que, também no quadro do contrato ontem assinado, está prevista a ampliação do Museu Ferroviário de Macinhata, para o triplo do que existe atualmente, que irá transformar este pólo numa referência museológica nacional. “Está aqui sediado o grande espólio da via estreita em Portugal”, afirmou, avançando que a Câmara já adquiriu os terrenos à volta do espaço, “tem o projeto concluído e vamos avançar com o procedimento”.

Anunciou ainda que, nas próximas semanas, a máquina que estava exposta na frente do edifício do museu, e que esteve a ser recuperada, vai regressar “a casa”. Contudo, será relocalizada e estará protegida para que não fique sujeita às condições do tempo.

Investimentos para a Região de Aveiro

A estratégia de Investimentos Territoriais Integrados da Região de Aveiro será implementada com 105 milhões de euros de fundos europeus até 2030, de acordo com o contrato ontem assinado. Porém, a CIRA espera que seja possível ir além do valor anunciado pelo Programa Regional do Centro (Centro2030) para os Contratos para o Desenvolvimento e Coesão Territorial.

Joaquim Batissta, Presidente da CIRA, disse que este novo ciclo de apoios é iniciado com esperança “de que sejamos acompanhados pela CCDR Centro, pelo Centro 2030 na dinâmica que a Região de Aveiro pretende implementar”.

Tivemos todos de gerir alguma frustração, tendo em conta que as nossas perspetivas de investimento para os nossos territórios vão muito mais além do que a capacidade de financiamento que vamos encontrar neste programa”, declarou, salientando que “a estratégia e o caminho, a nossa consciência coletiva de que estamos a fazer, de utilizar os recursos para transformar o território, ela mantém-se”.

Apoio a programas de sucesso educativo, reforço da capacidade da Proteção Civil, maior eficiência na gestão dos recursos hídricos, promoção da inclusão social, qualificação e valorização do espaço urbano, melhoria da mobilidade urbana sustentável e a qualificação territorial são algumas das áreas estratégicas enquadradas neste contrato.

Filipe Teles, da Universidade de Aveiro, que tem desenvolvido, nos últimos cinco anos, com os municípios o alinhamento destas ações, salientou a importância do trabalho em conjunto que permitiu criar uma visão estratégica de afirmação da região, nomeadamente no que se refere “à transição digital e a sustentabilidade dos territórios. Há aqui uma coerência ao longo das últimas décadas, assumindo o que foram os principais investimentos com o que são as principais opções da região centro”.

Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, aponta a relação de confiança e de proximidade com os Municípios como um fator de construção. “Todos os trabalhos, quer seja na fase de discussão e de construção do contrato, do pacto institucional entre as duas entidades, quer seja na gestão e na execução, há sempre uma enorme proximidade e um enorme acompanhamento da nossa parte e sempre uma resposta muito positiva da vossa”, disse a responsável referindo-se aos municípios da região de Aveiro.

Foto: DR

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