Entrevistas

Pedro Chagas Freitas: “Cada livro tem uma história para contar”

Merda Amo-te, é o nome do novo romance de Pedro Chagas Freitas. Uma história intensa de amor, que leva o leitor a perguntar o que somos capazes de fazer por ele. À conversa com o autor vamos desvendar-lhe um pouco do que se fala neste livro.

Por: Andreia Gonçalves

Agência de Informação Norte – É coragem ou ousadia, Pedro Chagas Freitas, a escolha deste título?
Pedro Chagas Freitas
-É apenas a certeza de que, por vezes, temos de ser extremos também ao nível do vocabulário para podermos transmitir o quão extremo é o que sentimos. Todas as palavras seriam pequenas para uma exclamação como esta.

O amor está presente desde a primeira frase. No entanto estes dois personagens deixam-nos de coração nas mãos a cada descrição do que vivem e do que sentem. Ao escrever este livro tinha presente o quanto queria absorver-nos a cada capítulo?
Senti isso mesmo enquanto o escrevia. Também eu senti cada momento de cada um deles. Se os leitores o sentirem também, então a prova está superada.

O amor é o melhor ou a dor maior deste livro?
O amor é tudo. E como é tudo consegue abarcar todos os lados: a euforia e a tristeza, a felicidade e a dor. Só é amor quando é tudo -no que isso tem de bom e de mau.

Ela, a personagem, no mundo das letras infantil  e ele, no mundo do humor, não é quase tocar o abismo colocá-los a sobreviverem, enquanto humanos e casal, com uma doença tão veloz e desgastante como o cancro?
O abismo tem muita coisa para nos ensinar. É quando o vemos que crescemos. Crescer é estar a olhar para o abismo. E ele inexoravelmente vai ficando mais perto. Cabe a nós tornar o caminho até ele o mais interessante possível.

Este livro é mais sério do que todos os outros que já escreveu. Onde havia piadas mesmo em momentos sérios. Foi intencional?
Cada livro tem uma história para contar. E cada história tem uma forma de ser contada. Esta tinha de ser assim. Não havia como ser de outra maneira.

Merda amo-te traz-nos um amor acima de tudo quase perfeito. De um ele que deseja tudo menos que ela sofra. Ainda existem amores assim?
Quando deixar de acreditar que sim deixo de estar vivo. O simples ato de acreditar em algo já torna esse algo mais possível um pouco. Espero que os meus leitores, depois de lerem este livro, também acreditem. Oxalá.

Como tem sido o feedback de quem já, descobriu estes seu novo romance?
Muito bom. E isso deixa-me muito feliz. O livro só existe quando tem quem o leia- caso contrário é um objeto como outro qualquer. Quero que este livro, como todos os meus livros, esteja sempre em movimento. Até agora só posso estar certo de que assim será. Obrigado a todos por isso.

Foto: DR

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5 Comments

  1. Tive dificuldades em compreender certas partes. Outras vezes tive que tentar encontrar um adjectivo ( masculino ou feminino) para saber se era ele ou se era ela quem estava a expressar-se. No fim do livro:uma bomba! Donde e como aparece o outro médico? Mas gostei do livro. Até porque há muitas coisas em que me identifico. Acabei ontem de ler o livro que me foi, pelo Natal, oferecido, adivinhem por quem: pela minha minha ex…Divorciámo-nos há alguns meses. M#rda! Estamos, de novo, juntos!

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